A produção premiada Revoada, que se desenvolve no universo do cangaço, chegará aos cinemas de todo o Brasil. O longa explora a reação desesperada e vingativa dos integrantes do bando de cangaceiros de Lampião, que é morto em uma emboscada.

Chefiados por Lua Nova e sua companheira Jurema, o grupo leva muitas pedras preciosas e dinheiro. Entretanto, uma volante policial inicia uma perseguição à eles pelo interior do nordeste, se mostrando implacável.

O filme teve sua pré-estreia em São Paulo (SP), no dia 13 de agosto (terça-feira), no Espaço de Cinema Augusta e terá sua estreia nos cinemas no dia 15 de agosto.

Assim, Revoada ficará em cartaz em 13 cidades, em mais de 20 salas: Aracaju (SE), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Feira de Santana (BA), Fortaleza (CE), Maceió (AL), Mossoró (RN), Porto Alegre (RS), Ribeirão Preto (SP), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Paulo (SP) e Vitória da Conquista (BA).

REVOADA foto 1
Imagem: Abará Distribuidora

A direção é de José Umberto Dias, com distribuição da Abará Filmes e com apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia. O elenco de Revoada conta com Jackson Costa, Annalu Tavares, Nelito Reis e Aldri Anunciação.

No 10º Encontro Nacional de Cinema e Vídeo dos Sertões, em Floriano (PI), o filme foi premiado com o Cacto de Ouro, nas categorias de melhor atriz (Annalu), figurino (Zuarte Júnior) e maquiagem (Wilson D’Argolo).

Singularidade dos bandoleiros no passado e no presente

Fazendo um paralelo histórico com o cangaceiro do século XX, que se constituía no jovem camponês nordestino cercado por uma espécie de vanguarda da violência no Brasil e que se via dividido “entre a enxada e o fuzil: ou ia ser camponês ou polícia”, como resume o diretor e roteirista José Umberto, o filme permite o resgate da cinematografia nacional, que se debruçou sobre o tema, identificado nos últimos anos pelo termo “Nordestern”, uma junção do termo em inglês western, que significa ocidental e representa o faroeste norte-americano, e nordeste.

Nesse sentido, para o diretor, “o cangaceiro Lampião está para o Brasil como o samurai Musashi se manifesta para o Japão, o cowboy Billy the Kid para os EUA (…)”. E, mesmo com o espírito universal dos bandoleiros, José Umberto considera que “a diversidade cultural inspira a singularidade de cada povo”.

Assim, o filme Revoada traça um paralelo histórico do cangaço e “assume esse enfoque cujo núcleo é o jovem de uma região sob vários aspectos inóspita, desejoso de viver, de ter sob seu controle a seiva da vida e que opta pela rebelião existencial, por um estilo de liberdade a todo custo”, conclui.

Sobre José Umberto Dias

José Umberto Dias é crítico de cinema, ensaísta, ator, roteirista, escritor, dramaturgo e poeta.

Graduado em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia. Seus primeiros passos como cineasta em um curso de iniciação cinematográfica ministrado pelo Grupo Experimental de Cinema da UFBA, em 1968.

Desde então, José Umberto vem marcando presença na cena cinematográfica da Bahia, atuando nas mais diversas áreas, como direção, fotografia, roteiro e montagem. O diretor lançou o seu primeiro longa ficcional, “O Anjo Negro”, em 1972. Entre 1976 e 1977, ele coordenou a Divisão de Imagem e Som da Fundação Cultural do Estado da Bahia. Entre 1980 a 1990, realizou documentários para a TVE-Bahia.’

Por fim, Revoada é fruto de pesquisas acerca do cangaço e sucede “Musa do Cangaço”, de 1982, e “Dada”, um videoclipe de 2001.

Confira o trailer:

Redatora em Experiência sob supervisão de Thiago Satiro.