Seguindo com as informações da discussão entre jogadores e empresas de crédito que tem tomado conta do cenário gamer internacional.
Vamos continuar essa matéria a partir das informações já apresentadas na parte 1. Aqui veremos como a Valve, que ficou semanas em silêncio, veio a público. Além de como tudo isso trouxe outro ângulo sobre toda a burocracia e confusão dessa história.

VALVE QUEBRA FINALMENTE O SILÊNCIO
A Valve entrou em contato com a Kotaku, um site de cultura geek mais conhecido no exterior, e afirmou que, a MasterCard não se comunicou diretamente com a Steam, eles falaram com profissionais semelhantes aos agentes bancários, e esses que entraram em contato com a Valve.
Esses agentes, supostamente, falaram sobre as normas do contrato com a MasterCard, onde está afirmado que eles não aceitariam as normas de uso da Steam, e que eles deveriam seguir uma regra de contrato deles que permite a eles banirem qualquer coisa por “imagem da empresa” e/ou “falta de valor artístico“, abrindo uma discussão polêmica.
O que levou fãs a entenderem uma mudança de palavras nos termos de uso da própria Steam. Nesse caso, especificamente no n.º 15, onde diz que podem ser retirados da plataforma “qualquer conteúdo que POSSA violar os termos das operadoras de pagamento”.
O que, aparentemente, coloca nas mãos dessas empresas, o direto de decidir o que viola ou não essas normas, mesmo que nenhuma lei esteja sendo infringida. Além de colocar na mão delas a decisão de algo ter ou não valor artístico.
STEAM E O CASO DE VILE: EXHUMED
Antes de mais nada, levando em conta essa afirmação das operadoras, os jogadores ligaram os pontos e associaram a situação com o banimento de um jogo que ainda não tinha sido lançado.
Essa situação ocorreu, na Steam, com um jogo chamado Vile Exhumed (Vil Exumado) da desenvolvedora independente (DREADXP). Ele estava bem próximo de ser lançado, e já estava recebendo críticas de jogadores e sites, mas toda essa situação fez com que o promissor projeto fosse retirado da plataforma.
Em resumo, ele é um jogo de terror/suspense em que somos alguém, em um computador de visual mais antigo, procurando e investigando um caso estranho a partir de arquivos de texto e vídeos. O mistério do jogo envolve e explora a misoginia e relações parassociais por meio de conteúdo adulto implícito.

Ainda assim, a operadora de pagamento, deixou no aviso que, esse jogo em específico, teria sido retirado por conter “conteúdo sexual com descrição de pessoas reais”.
Mas, assim como outros produtos de outros tipos de mídia, é um jogo feito, propositalmente, para fazer o jogador pensar e deixá-lo desconfortável. Não quebrando nenhuma lei e, tampouco, colocando conteúdos explícitos na tela.
EMPRESAS DECIDEM O QUE TEM VALOR ARTÍSTICO
Toda essa situação nos leva, novamente, para a conversa da Itch.io com a Stripe. Em resumo, eles disseram para a Itch.io que eles não poderiam processar os pagamentos desse tipo por limitações e restrições impostas a eles por seus PARCEIROS BANCÁRIOS.
Mais uma vez, os usuários e jogadores ficaram revoltados por imposições de bancos e empresas e não, necessariamente, pela lei vigente (independente do país). Levantando a suspeita de que seria algo nos ares de (evitar riscos de gerenciamento). Ou talvez medo de lidar com a imagem e relações-públicas da empresa ou lidar de grupos e instituições específicos que poderiam “manchar a empresa“.
LEIA TAMBÉM: Festival Pokémon GO 2025 recebe Eternatuts em novo evento
No final, a comunidade gamer, descobriu que a razão foge do âmbito legal e cai em ““imposições empresariais“. Abrindo um debate ainda mais preocupante sobre empresas privadas estarem decidindo como lojas e plataformas de jogos podem funcionar e vender. E talvez a afirmação mais perigosa desses empresas, sobre decidir o que tem, ou não, valor artístico.
O INÍCIO DA REVOLTA DOS JOGADORES
Desde o dia 31 de julho até o último fim de semana, ocorreram 2 grandes problemas para essas empresas de processo de pagamento:
- Primeiramente, eles começaram a perder uma boa quantia de dinheiro por meio de milhares de pedidos de reembolso desses jogos excluídos.
- Em seguida, uma pequena rebelião organizada por jogadores e usuários dessas plataformas se deu início.
Os jogadores ligaram aos montes para as centrais de atendimentos, principalmente da Visa e da Mastercard, inundando eles com reclamações.
Eles começaram a criar um guia de como ligar para a central de atendimento dessas empresas e “enrolar o máximo possível” enquanto reclama das normas impostas às plataformas de jogos.
COMO ESSAS EMPRESAS RESPONDERAM ÀS LIGAÇÕES?
A reação dessas empresas pode ser resumidas em:
- Tanto por telefone, quanto pela internet, o tom das respostas passou a mudar. Indo de um teor “respeitável” para “defensivo” com o passar dos dias.
- Um enorme gasto com telefone. As milhares e milhares de ligações, das quais as empresas precisam pagar por, geraram a atenção desejada ao problema.
BURLANDO OS CONTRATOS
Ao mesmo tempo, a ITCH.IO começou a tentar “burlar” a situação. Passando a re-indexar os conteúdos NSFW que fossem GRATUITOS, e todos com avisos de conteúdo pesado.
Essas decisões irão ajudar a plataforma por enquanto, mas não são soluções permanentes. Eles ainda devem tentar pensar em outras maneiras de lutar contra isso. Seja com mecânicas dentro do site ou trocando a empresa que faz as suas operações de pagamento.
OBSERVAÇÕES FINAIS
A disputa continua longe do fim, e as próximas ações de cada parte poderão definir o futuro desse tipo de conteúdo na internet. Mas até lá, nos resta, apenas, esperar para ver.
Imagem de capa: Créditos: Divulgação – Valve
══════════════════════════════════════════════
📲 Entre no canal do WhatsApp
e receba novidades direto no seu celular e
Siga o Geekpop News no Instagram
e acompanhe conteúdos exclusivos.