Obra contemplada por edital de incentivo à cultura discute identidade, racismo estrutural e território
Em novo livro de Aline Cardoso, Aldrava, se discute questões culturais e identitárias a partir da perspectiva de uma mulher negra nordestina. A escritora também atua como editora e gestora cultural paraibana, enquanto seu novo trabalho literário é contemplado pelo edital da Lei Paulo Gustavo.
Ainda sobre a lei, a iniciativa funciona como um mecanismo de transferência de recursos a estados e municípios. Conforme o site do Governo da Paraíba, a ideia é mitigar os efeitos ainda sentidos no setor cultural em função da pandemia de Covid-19. Os Editais Regionais de Cultura lançados têm como objetivo a seleção e o fomento de projetos culturais enquadrados no projeto.
A obra, escrita durante a pandemia, é um mergulho poético em temas como identidade negra, racismo estrutural, feminismo e território. A autora se propõe a articular vivências pessoais e resistência coletiva. Segundo a autora:
“Escrevo porque muitas mulheres antes de mim não podiam fazê-lo. Escrevo por reparação e por bem-viver, por dignidade, liberdade e fúria.”
Mais sobre o Aldrava, de Aline Cardoso
Nascida e criada nas periferias de João Pessoa, “Aldrava” traz uma escrita concisa e afiada, que desafia narrativas hegemônicas. A autora organizou o livro a partir do poema homônimo, entre 2020 e 2023 – período marcado por desafios pessoais e políticos. Aline ainda revela:
“Aldrava foi um divisor de águas. Com ela, pude expandir horizontes e cruzar fronteiras impostas a pessoas como eu“.

Entretanto, além da poesia, Aldrava reflete o ativismo literário de Aline, que fundou a Editora Triluna e o projeto afirmativo Lua Negra, dedicado a publicar autores negros. Além disso, a escritora fundou o programa Sarau Selváticas, um sarau feminista que acontece em João Pessoa desde 2017 e foca em dar visibilidade à arte e à literatura produzidas por mulheres.
Leia mais: “A fala feminina” promove escuta das vozes silenciadas de mulheres
Sua editora é referência em diversidade editorial e já publicou mais de 30 obras, prioritariamente de mulheres negras nordestinas. “Criei a Triluna porque, como escritora paraibana, nada era acessível. Decidi abrir caminhos para que outras vozes plurais também fossem ouvidas“, explica.
Sobre a autora
Aline Cardoso é escritora, editora e gestora cultural paraibana. Licenciada em Língua Portuguesa e mestre em Linguística pela UFPB, fundou a Editora Triluna e o Sarau Selváticas, bem como, também foi premiada em editais como Maria Pimentel e João Balula, ela atua na Secult/PB coordenando projetos pioneiros em formação cultural e produzindo o podcast Linha Negra.
Em seu trabalho literário e editorial, a autora promove diversidade e resistência negra na literatura, como fez em Aldrava, seu quinto livro. Além dele, a autora também foi assina outras obras, como “Harpia” (2020) e “Ritos Encantatórios” (2021).
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