Em entrevista exclusiva, Amanda Azevedo revela o processo de produção de “Histórias de Quase Amor pra Quem Tem Pressa” 

Na era das redes sociais, o formato vertical ganha cada vez mais espaço para a comunicação. Seja para notícias, tutoriais e até mesmo para os famosos memes. Agora, o audiovisual também vem conquistando o modelo vertical e desafiando os algoritmos com minisséries ou monólogos que exploram narrativas nas plataformas digitais. 

O conteúdo audiovisual vertical chama atenção por conseguir captar a atenção dos telespectadores em um vídeo que seria considerado “longo” para a rede social. É o caso de Histórias de Quase Amor pra Quem Tem Pressa”, produção independente estrelada por Amanda Azevedo e Felipe Souza

Minissérie acompanha a história de Rita e Roberto

Amanda Azevedo e Felipe Souza como Rita e Roberto em "Histórias de Quase Amor pra Quem Tem Pressa"
Amanda Azevedo e Felipe Souza como Rita e Roberto em “Histórias de Quase Amor pra Quem Tem Pressa” | Crédito: Divulgação

A instantaneidade das redes sociais não só afetam a atenção, como também a vida social das pessoas. O enredo de “Histórias de Quase Amor pra Quem Tem Pressa” explora essa contradição nos relacionamentos modernos, e reflete com humor sobre a comunicação e a pressa da era digital. 

Dessa forma, a comédia romântica conta com episódios verticais de até 3 minutos, e acompanha a história de Rita (Amanda Azevedo) e Roberto (Felipe Souza). Os dois jovens se encontram por acaso, e a partir disso vivem uma história de clichês românticos. 

Além de atuarem como os protagonistas, a Amanda e o Felipe produzem desde o roteiro à montagem, em parceria com o filmmaker Adam Maskot. De acordo com a atriz, criar em conjunto com Souza já estava nos planos de ambos a um tempo:

“Eu me reencontrei com o Felipe em uma aula de teatro, e sempre conversamos sobre produzir algo juntos […], então eu criei o monólogo dessa menina que encontra o cara e quer fugir do romântico porque “já sabe o que vai acontecer”, e mandei para o Felipe continuar a história. Foi o melhor plot twist que poderia ter, na hora deu um match criativo!”

A ideia inicial dos artistas era inspirada na série de comédia romântica “Amor Moderno” (2019), da Amazon Prime, que relata histórias de amores diferentes a cada episódio. Mas devido a repercussão do primeiro episódio, decidiram continuar contando sobre Rita e Roberto.

Personagens e estética da minissérie refletem a pressa de viver

Assim como os próprios nomes dos personagens, a produção criativa traz diversas referências à cultura brasileira e musical por meio da estética vintage. Logo no primeiro episódio, por exemplo, o casal se conhece em uma loja de vinil. 

“Nós pensamos em brincar com os relacionamentos modernos, mas em uma estética vintage por ser uma tendência da geração atual, que se atrai por discos de vinil, brechós […] Além do roteiro, o visual também é muito importante nas redes sociais.” 

Por outro lado, tais particularidades também ajudam a construir a ambientação para a reflexão sobre a pressa na modernidade. Assim, os personagens apresentam personalidades distintas, sendo que o Roberto representa o “quase” que vive no passado, enquanto a Rita tem a “pressa” de viver – e sem paciência para esperar o que vai acontecer com calma. 

É dessa forma que o roteiro de Amanda Azevedo e Felipe Souza vem encantando o público no Instagram e no TikTok. Os episódios disponíveis já acumulam mais de 6 milhões de visualizações, e a atriz prometeu que a continuação já está em andamento. 

“Tem muito o que explorar, tanto do passado quanto do futuro. Podem esperar que tem muitos episódios pela frente ainda […] Estamos muito animados, vai ser muito legal!”

O audiovisual e o storytelling no formato vertical representam uma nova era 

Amanda Azevedo e Felipe Souza como Rita e Roberto em "Histórias de Quase Amor pra Quem Tem Pressa"
Apesar do formato vertical, minissérie de Felipe e Amanda também refletem sobre o consumo de conteúdo rápido | Crédito: Divulgação

Além da produção de Amanda e Felipe, o formato vertical (9:16) de contar histórias ganhou atenção até mesmo da Rede Globo. Recentemente, a emissora estreou a novela “Tudo Por Uma Segunda Chance” nas redes sociais. 

O crescimento do modelo no audiovisual brasileira representa a mudança de consumo de conteúdo. Os episódios curtos conseguem prender a atenção dos telespectadores nas pausas cotidianas, e as minisséries têm ganhado espaço pela produção criativa e roteiro. 

“No próprio nome a gente trouxe essa ideia, porque “Histórias de Quase Amor pra Quem Tem Pressa” é tanto a pressa para se relacionar quanto consumir o conteúdo. Sempre gostei de trazer essa metalinguagem, para também questionar o nosso comportamento nas redes sociais.”

Para Amanda Azevedo, atuar neste formato não é uma novidade. A atriz é considerada uma referência em séries verticais. Durante a quarentena, Amanda produziu Call com Cléo”, uma minissérie de duas temporadas que acompanha o cotidiano da personagem Cléo. As histórias verticais possibilitam uma experiência imersiva e familiar, assim como em “Call com Cléo” que apresenta monólogos intimistas.

Segundo a atriz, é um grande aprendizado a repercussão do audiovisual nesse formato e tem sido importante para o cinema e a TV entender isso. No Festival Rio Web Fest, por exemplo, Amanda e Felipe receberam 6 indicações por “Histórias de Quase Amor pra Quem Tem Pressa”, sendo uma delas de Melhor Direção. Ao final da premiação, os artistas levaram o prêmio de Melhor Microssérie para casa.

“Nas redes sociais é possível ser mais experimental. Sinto que é uma liberdade diferente, você pode inverter a lógica porque não tem uma estrutura a ser seguida. […] Eu e o Felipe também temos vontade de levar essa história para o teatro, e acredito que ali é algo que acontece no momento: Você não vai acelerar ou estar fazendo outra coisa, e vai acontecer a mágica ali entre as pessoas presentes. Cada linguagem tem sua beleza e para mim, como atriz, o ideal é uma carreira que passeie por todos os formatos.”

Confira a entrevista completa com Amanda Azevedo no YouTube

Imagem de capa: Divulgação