“A Hora do Mal”, “Pecadores”, “A Invocação do Mal 4: O Último Ritual” e novas filmes nacionais mostram boa fase do terror em 2025

A virada de 2024 para 2025, veio carregado de resoluções para a indústria cinematográfica. Assim, o ano começou mostrando que o universo do terror prometia render ótimas produções com a estreia de Nosferatu no Brasil no dia 02 de janeiro. O remake de um dos vampiros mais conhecidos acumulou não só números de bilheteria como também 4 indicações ao Oscar

No entanto, a confirmação de que 2025 seria de fato aterrorizante foi dada com os títulos que vieram depois, com recordes de bilheteria e avaliações positivas de críticos. Segundo dados da Box Office Mojo, no Canadá e EUA o terror teve um aumento de 17% na participação de vendas de tickets neste ano. Em 2024 esse número chegava apenas a 4%.

No Brasil, o cenário diverge um pouco, mas ainda mostra a expressividade do terror: no top 10 filmes mais rentáveis de 2025, “Invocação do Mal 4: O Último Ritual” aparece em quarto lugar. A partir dessa perspectiva, o mercado audiovisual nacional também tem aproveitado para investir em novas produções dentro do gênero. 

Com o terror vivendo essa nova fase de intensa produção, filmes como “A Hora do Mal”, “Pecadores” e “A Invocação do Mal 4”, confirmaram que o gênero tem grandes expectativas para ganhar público com histórias cativantes, para além dos sustos.

“Invocação do Mal 4: O Último Ritual” quebra recordes desde o lançamento

Invocação do Mal 4 o ultimo ritual capa
Lorraine Warren (Vera Farmiga). Crédito: Reprodução / Warner Bros.

Este é o filme mais relevante em números. A trama acumula fãs ao redor do mundo desde o lançamento do primeiro filme em 2013. Assim, no quarto filme da franquia, o público demonstrou o enorme carinho pelo casal de investigadores paranormais através da bilheteria, que, até o momento, concentra cerca de R$92 milhões no Brasil desde a estreia em 4 de setembro. 

Desse modo, segundo dados do Filme B Box Office, o filme se consagrou em 4° lugar no ranking dos títulos mais rentáveis de 2025, perdendo apenas para produções infanto-juvenis. A estreia em si já quebrou recordes, com uma bilheteria de R$7,6 milhões.

Mas, não é só para os telespectadores brasileiros que “Invocação do Mal 4” mostrou sua relevância. Apenas com um mês de lançamento, o filme acumulou até então cerca US$467 milhões nas bilheterias mundiais. Dessa maneira, o longa se revalida como o maior filme terror de 2025.

Como “Pecadores” elevou a narrativa de terror

Pecadores é um dos filmes que pode ser indicado ao Oscar em 2026
Michael B. Jordan vive gêmeos marcados pelo passado em Pecadores | Foto: Reprodução/IMDB

“Pecadores” apesar de não ter superado os recordes de “Invocação do Mal 4”, tem sido um dos mais comentados. Esse é o filme que cativou os críticos, como uma das apostas de nomes que serão indicados ao Oscar de 2026

O primeiro filme de terror de Ryan Coogler, apresentou não só uma história de monstro com seu viés mais tradicional — vampiros que pedem permissão para entrar e morrem com estacas de madeira — como também mostrou um desenvolvimento original carregado de drama. Uma noite de horror em um clube de blues, traz à tona questões raciais, religiosas e políticas da vivência dos afro-americanos no ano de 1932.

Pecadores” conquistou o público, acumulando cerca de US$366 milhões ao redor do mundo, em uma produção com orçamento de US$90 milhões. Os telespectadores também mostraram seu contentamento com o título a partir de avaliações positivas no Letterboxd. Segundo a plataforma, em uma lista com os 25 filmes mais bem avaliados do ano, “Pecadores” disparava no topo do ranking.

“A Hora do Mal” como possível filme do ano

A Hora do Mal (2025)- Atriz Julia Garner em cena do filme-Credito-IMDB
A Hora do Mal (2025)- Atriz Julia Garner em cena do filme-Credito-IMDB

Outro filme que chamou atenção logo em sua estreia foi “A Hora do Mal” que conta a história do desaparecimento de 17 crianças de uma mesma turma. Neste mistério a única coisa que a cidade sabia é que as crianças saíram de suas casas voluntariamente às 2h17 da madrugada e assim sumiram no escuro da cidade. Uma narrativa contada a partir da vivência de 6 personagens diante desse acontecimento. 

O enredo explora o suspense psicológico e aspectos sobrenaturais, em uma mistura de comédia e terror com direito a jump-scares. A forma original de contar uma história chamou atenção dos telespectadores, modelo que o diretor Zach Cregger já experimentava desde “Noites Brutais”

A produção com um orçamento de apenas US$38 milhões, arrecadou uma bilheteria de cerca de US$266 milhões ao redor do mundo. Além disso, na semana de lançamento, “A Hora do Mal” estampava matérias dos principais veículos de comunicação como possivelmente o “terror do ano”. No Rotten Tomatoes a avaliação da crítica para o filme ficou positiva em 93%.

Mas e as produções nacionais?

Paolla Oliveira em "A Herança de Narcisa"
Paolla Oliveira em “A Herança de Narcisa” | Crédito: Divulgação

O mercado nacional tem tido um fôlego de vitalidade após receber o Oscar por “Ainda Estou Aqui”. De acordo com dados divulgado pela Metropóles, o Fundo Setorial do Audiovisual, que em 2020 era de R$415,3 milhões, dobrou em 2025 para um total de R$892 milhões.

Desse modo, hoje a indústria nacional tem uma nova perspectiva de criação, com mais auto-estima e financiamento. Segundo a Ancine, a exibição de obras nacionais aumentaram em 23% no primeiro semestre de 2025. 

Esse panorama estimulou o surgimento de novas produções de filmes terror em 2025. Além de filmes que estão em cartaz nos cinemas como “Apanhador de Almas”, com Klara Castanho, ou que já tem data de estreia, como “Enterre seus Mortos”, com Selton Mello, o impacto do gênero foi percebido também na programação do Festival do Rio. O evento exibiu ao menos 5 filmes inéditos de terror brasileiros. Entre eles “Love Kills”, “A Herança de Narcisa”, “Virtuosas”, “A Própria Carne” e “Quarto do Pânico”. Os títulos trazem nomes de peso do audiovisual brasilerio como Paolla Oliveira, Bruna Linzmeyer e Isis Valverde.

Com temáticas LGBTQIAPN+ e cenários históricos pouco explorados, como a guerra do Paraguai, produções como essas revalidam uma boa fase do terror e trazem novos horizontes para o gênero dentro do âmbito nacional.

Imagem de capa: Divulgação