A Bienal do Livro Rio celebrou seus 40 anos com uma novidade marcante: o Artists Alley, espaço onde literatura e arte se encontram cara a cara. Assim, com 30 estandes dedicados a autores independentes, o novo corredor da rua Z, no Pavilhão Verde, valoriza a produção autoral brasileira.

Ali, leitores se aproximam dos quadrinistas, conhecem processos criativos, trocam ideias e compram diretamente dos artistas, uma conexão rara fora dos grandes centros. O cartunista gaúcho Rafael Fritzen, criador das tirinhas Ângulo de Vista, estreou na Bienal como autor convidado e se surpreendeu com a recepção.

“Não esperava filas para autógrafos e conversas. É incrível viver isso!”, comentou. Em três dias, Fritzen vendeu metade dos 500 livros levados. Segundo ele, o Artists Alley rivaliza em público com a CCXP, maior evento de quadrinhos do país. Outro entusiasta é o ilustrador Anderson Awyas, que destacou o impulso que a Bienal dá aos artistas do Rio: “Faltavam espaços assim por aqui.” Awyas também celebrou o contato com o público, que agora encontra diversos criadores independentes reunidos em um só lugar.

Antes de mais nada, a Bienal mostrou que os quadrinhos vieram para ficar. Nesse sentido, a Comix BookShop tem atraído multidões desde os primeiros dias. Mangás como One Piece, Demon Slayer e Jojo’s Bizarre Adventure lideram as vendas, principalmente entre os leitores mais jovens.

No Pavilhão Azul, mangás fazem sucesso nos estandes da Companhia das Letras e Panini. Mas quem domina as vendas é Cebolinha: 1973, da Turma da Mônica. A edição resgata as primeiras tirinhas do personagem criado por Mauricio de Sousa.