Infância de Digory e criação de Nárnia chegam ao cinema pela primeira vez em nova adaptação dirigida por Greta Gerwig

“As Crônicas de Nárnia” ganhará uma nova adaptação para o cinema! Dessa vez, os fãs poderão ver a história do primeiro livro da franquia, ‘’O Sobrinho do Mago’’, ganhar vida nas telas.

Escrita por C.S. Lewis, a saga já conta com três adaptações cinematográficas e uma série da BBC, lançada em 1988, com três temporadas. No entanto, todas as versões se concentram nas aventuras dos irmãos Pevensie em “O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa”, “Príncipe Caspian” e “A Viagem do Peregrino da Alvorada”.

A adaptação dirigida por Greta Gerwig será a primeira a explorar as origens de Nárnia, contando a história do primeiro livro cronológico da saga. A decisão causou não só entusiasmo da parte dos leitores, mas também estranhamento entre aqueles que ainda não conhecem a história que antecede a chegada dos Pevensie.

A origem de Nárnia

Em “O Sobrinho do Mago“, acompanhamos a origem de Nárnia por meio da história de Digory. O personagem é conhecido pelos fãs como Professor Kirke, dono da casa onde os irmãos Pevensie encontram o famoso guarda-roupa no primeiro filme.

Dessa vez, o conhecemos em sua infância, narrando aventuras ao lado de sua amiga, Polly. É a partir do olhar das crianças que a trama começa, quando ambos descobrem o gabinete secreto do excêntrico tio André, onde encontram diversos itens suspeitos e mágicos.

Durante a exploração, Polly desaparece ao entrar em contato com um misterioso anel colorido. Preocupado, Digory decide ir atrás da amiga para resgatá-la e, assim, acaba sendo transportado para um bosque. Mais tarde, os dois amigos acabam descobrindo que o lugar era, na verdade, mágico e um meio de transporte para diferentes mundos.

Ilustração presente na obra O Sobrinho do Mago.
Ilustração presente na obra “O Sobrinho do Mago.”
Crédito: Reprodução

Logo, a narrativa se desenrola trazendo à cena personagens icônicos como Jadis, a temível Feiticeira Branca, e Aslam, além de revelar a origem do guarda-roupa mágico que conecta os humanos ao universo de Nárnia.

O livro encerra com um capítulo intitulado “Fim desta história e começo de todas as outras”, assim oficializando que a aventura de Digory e Polly não é apenas um episódio isolado, mas a semente de todo o universo de Nárnia.

Confira um trecho do livro:

Quase se podia sentir as árvores crescendo. O lago de onde acabara de sair não era o único. Eram muitos, todos bem próximos uns dos outros. Tinha-se a impressão de ouvir as árvores bebendo água com suas raízes. Mais tarde, sempre que tentava descrever esse bosque, Digory dizia: “Era um lugar rico: rico como um panetone.”

O que se espera da adaptação

Digory Kirke, interpretado por Jim Broadbent, na adaptação de O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa
Digory Kirke, interpretado por Jim Broadbent, na adaptação de O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa.
Crédito: Pierre Vinet – Disney Enterprises, Inc

A adaptação promete trazer uma Nárnia diferente daquela que o público já conhece de filmes anteriores. Ao apostar no livro que apresenta a criação do universo, a trama deve explorar origens e apresentar a histórias de personagens originais da saga, como Aslam, Digory e Jadis.

Um detalhe, porém, chamou a atenção dos leitores. A adaptação será ambientada em 1950, e não na virada do século XIX para o XX, como no livro. Como resultado da escolha, a alteração pode mudar o tom da história e ainda gera dúvidas entre os fãs sobre o futuro da franquia.

Isso porque a trama dos irmãos Pevensie acontece durante a Segunda Guerra Mundial, um contexto importante para explicar porque eles vão para o campo, onde descobrem o guarda-roupa. Dessa forma, alterar a linha do tempo pode exigir ajustes nos próximos filmes.

Sobre o autor

C.S. Lewis (1898–1963) foi professor de Literatura Medieval e Renascentista na Universidade de Cambridge e um dos escritores mais influentes do século XX. Amigo próximo de J.R.R. Tolkien, tornou-se conhecido tanto por seus ensaios acadêmicos e textos cristãos quanto pela criação do universo fantástico de As Crônicas de Nárnia.

A saga, publicada entre 1950 e 1956, conquistou leitores no mundo todo e já ultrapassou 100 milhões de exemplares vendidos.

Imagem de capa: Harper’s Collins