Esperança”, autobiografia de Papa Francisco, registrou um aumento de vendas em meio a expectativa pela saúde do Pontífice. A obra é a primeira autobiografia publicada por um papa e chegou ao Brasil pela editora Fontanar em fevereiro de 2025. Porém, esta data de lançamento não estava no planejamento inicial de Francisco. O plano era que “Esperança” fosse publicada apenas após sua morte.

O Papa deu depoimentos ao editor Carlo Musso durante seis anos, de 2019 a 2024, e, a partir deles, escreveram o livro. Musso, que assina como coautor, esclarece em nota inclusa na obra que, em um primeiro momento a autobiografia de Francisco teria sido publicada para ser um legado póstumo. Contudo, a mudança de ideia ocorreu por conta do Jubileu de 2025, que é um período de celebração da Igreja Católica que marca um tempo de perdão, renovação espiritual e peregrinação, acontecendo tradicionalmente a cada 25 anos.

Segundo o coautor, a importância do evento junto com as “grandezas do tempo” induziram o papa “a difundir agora esta preciosa herança”. Assim, diferentes editoras publicaram “Esperança” em 80 países, com tradução para 18 línguas diferentes.

Bem como os feitos de sua publicação chamam atenção, as vendas da autobiografia também, ao dispararem nas últimas semanas. Tal ação pode ser dada à apreensão e curiosidade pública pelo estado de saúde do Papa, que está internado desde fevereiro por conta de complicações respiratórias. Apenas com um mês de seu lançamento, a obra estreou na Lista de Mais Vendidos do PublishNews.

A História de Papa Francisco

"Esperança" autobiografia de Papa Francisco
Crédito: Reprodução

Jorge Mario Bergoglio, o primeiro papa latino-americano, apresenta-se em “Esperança” mostrando sua forma mais pessoal, se mostrando como um homem simples e bem humorado. Em suas memórias dos 88 anos vividos, ele conta sobre sua infância em Buenos Aires, com histórias de sua criação em uma família imigrante, enfatizando sobre a importância da inclusão e acolhimento dos migrantes. Do mesmo modo, ele remete às experiências que o formaram e moldaram suas prioridades em sua jornada para se tornar líder religioso.

Francisco reflete sobre momentos desafiadores que viveu, como o papel que desempenhou durante a ditadura na Argentina e as reformas financeiras que implantou no Vaticano, como como a aprovação de novos estatutos para o Banco do Vaticano e a imposição de controles financeiros mais rígidos. Além disso, o Pontífice discorre por questões contemporâneas, como guerras, migração, crises ambientais e políticas, temas sociais, condição das mulheres, sexualidade e avanços tecnológicos.

As 368 páginas da autobiografia de Papa Francisco carregam sua essência única, que ficou bem conhecida durante seus anos de papado. O Santo Padre conta suas histórias de maneira comovente e com pitadas de humor, reforçando as causas que defende e o legado de esperança que deseja deixar às próximas gerações. “Uma autobiografia não é nossa literatura particular, e sim nossa bagagem. E a memória não é apenas o que lembramos, mas aquilo que nos cerca. Não fala apenas do que foi, mas também do que será”, reflete na obra.