Publicada em 2023, “Os Primeiros 50” de Preta Gil já era uma leitura carregada de emoção e coragem. Agora, após a morte da artista em julho de 2025, aos 51 anos, a autobiografia se transforma também em documento histórico.
Preta enfrentava um câncer no intestino desde o início de 2023 e compartilhou publicamente cada etapa do tratamento com generosidade e lucidez. Sua partida precoce deixa uma lacuna imensa na cultura brasileira, mas também faz com que sua autobiografia carregue um legado poderoso sobre amor, força e autenticidade.
“Os Primeiros 50”
Ao longo das páginas, Preta Gil revisita com honestidade sua trajetória pessoal e profissional. “Os Primeiros 50” é um mergulho profundo em memórias que vão da infância cercada por ícones da MPB à construção de sua identidade como mulher, artista, mãe e ativista. Ela fala, sem filtros, sobre temas como autoestima, corpo, envelhecimento, saúde mental, sexualidade, relacionamentos e maternidade.
Relatos inesperados marcam sua trajetória, como a decisão de deixar uma carreira consolidada nos bastidores da produção para seguir o chamado da arte. No livro, celebrações como o sucesso de seu bloco de Carnaval aparecem lado a lado com episódios delicados, entre eles, o fim de seu casamento e a dura jornada enfrentada após o diagnóstico de câncer.
A autobiografia não é apenas sobre conquistas, mas também sobre dúvidas, erros, recomeços e fragilidades. Tudo isso contado com o carisma e a franqueza que sempre marcaram sua presença pública. Sua história é relatada de forma sincera e intimista.
A obra ainda é ilustrada com fotos de seu acervo pessoal e com a capa fotografada por Lita Cerqueira, fotógrafa baiana reconhecida por registrar a cultura negra brasileira
Quem foi Preta Gil

Preta Gil foi cantora, atriz, apresentadora, empresária e uma das vozes mais autênticas da cena cultural brasileira. Filha de Gilberto Gil, ela cresceu entre bastidores e holofotes, mas construiu uma carreira própria, marcada por irreverência, coragem e compromisso com causas sociais.
Defensora da diversidade e do amor em todas as formas, Preta usou sua visibilidade para combater o racismo, o machismo e a gordofobia. Ao longo dos anos, tornou-se referência por sua postura combativa, mas também por sua vulnerabilidade pública, algo raro em tempos de autopreservação digital.
Sua morte encerra um capítulo, mas não apaga sua força. Ao contrário: com Os Primeiros 50, Preta Gil segue imortalizada, falando e inspirando com a mesma intensidade de quem nunca teve medo de viver por inteiro.
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