No dia 10 de agosto, de 1912, nasceu então um dos mais influentes e populares escritores da literatura nacional. Natural de Itabuna, no sul da Bahia, Jorge Amado foi criado em Ilhéus, onde começou a escrever ainda jovem. “O País do Carnaval“, seu primeiro romance, foi publicado quando tinha apenas 18 anos.

Com uma vasta e admirável carreira na escrita, o autor teve suas obras traduzidas para dezenas de idiomas, além de serem adaptadas para o cinema, teatro e televisão. Entre suas criações mais famosas estão “Capitães de Areia”, “Gabriela, Cravo e Canela”, “Dona Flor e Seus Dois Maridos”, “Tieta do Agreste” e “Tenda dos Milagres”.

Conhecido por retratar os conflitos e a cultura do povo baiano com sensibilidade e riqueza de detalhes, Jorge Amado deu voz a personagens populares e, muitas vezes, marginalizados. Assim, prostitutas, coronéis, capoeiristas, pescadores e comerciantes ganharam um novo olhar sob as palavras do autor. Abordando temas como racismo, desigualdade social, sensualidade, coronelismo e religiões de matriz africanas, ele revolucionou a literatura nacional.

Vida e Obra de Jorge Amado

Militante do movimento comunista, Jorge Amado então enfrentou prisão e exílio por atuar ativamente na política nas décadas de 1930 e 1940. Filiado ao Partido Comunista Brasileiro, seu engajamento político influenciou diretamente suas obras iniciais.

A partir dos anos 1950, ele passou a focar a escrita na vida cotidiana e no aspecto humano dos personagens, mantendo críticas sociais importantes. Ao adotar um mais leve e com um humor ácido, o autor conseguiu ampliar ainda mais seu alcance, ganhando admiradores mundialmente.  Eleito imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL), em 1961, o autor enta ocupou a cadeira número 23.

Para além de sua significante atuação na literatura brasileira, Jorge Amado foi então um grande precursor da divulgação internacional da cultura brasileira. Sempre com um olhar carinhoso sobre a Bahia, foi parte importante na criação de uma imagem vibrante do Brasil para o mundo.

Pai de um filho do seu primeiro casamento com Matilde Garcia Rosa, e de dois filhos, frutos do romance com a também escritora Zélia Gattai, o boêmio, namorador e boa praça passou os últimos dias em Salvador. No entanto, mesmo após o seu falecimento (poucos antes de completar 89 anos), o legado de Jorge Amado continua vivo. A Fundação Casa de Jorge Amado, no Pelourinho, preserva a memória do autor e assim mantém seu reconhecimento como um dos maiores nomes da literatura brasileira.