Não é de hoje que produções cinematográficas discutem sobre o papel da mulher na sociedade. Em 2002, foi lançado Avassaladoras, estrelado por Giovanna Antonelli, Reynaldo Gianecchini, Ingrid Guimarães, Caco Ciocler, Paula Cohen e Chris Nicklas. Por abordar temas como liberdade, sexo e amizade de forma tão espontânea, a obra fez muito sucesso e foi extremamente à frente do seu tempo. Depois de mais de 20 anos, o filme ganhou uma continuação intitulada Avassaladoras 2.0. Agora, o foco está nos filhos das progonistas, que vivem em um mundo completamente diferente, repleto de fake news e relações virtuais.
Durante coletiva de imprensa, na qual o Portal GeekPop News esteve presente, o elenco contou como foi participar dessa nova fase. Além disso, a diretora Mara Mourão e a produtora executiva Walkiria Barbosa contaram como surgiu a ideia de fazer uma continuação. “A gente sabia que iria fazer [a continuação], porque o primeiro filme foi um sucesso no cinema”, conta Walkiria. “A gente tinha certeza que precisava fazer, só não tínhamos encontrado a história ainda. Foi quando a gente decidiu fazer um filme sobre os filhos delas”, completa a produtora executiva.
No entanto, nenhuma delas queria fazer um filme raso. Avassaladoras foi extremamente importante para que as mulheres confiassem mais em si e seguissem seus sonhos. Assim, o segundo filme também deveria trazer uma mensagem igualmente importante. “Os filmes hoje, na minha opinião, não podem ser só um filme, eles têm que ser um filme que se desdobra em mais coisas”, finaliza Walkiria.
Escolha do Elenco de Avassaladoras 2.0
Quanto a escolha de elenco, por ser uma continuação de um filme de sucesso, não foi uma tarefa fácil. Afinal de contas, elas não procuravam por grandes nomes no mundo do cinema, mas sim por “caras novas” e talentosas.
Aliás, a história da Fefe Schneider, protagonista do filme, se assemelha a de sua personagem. “Gravar Avassaladoras para mim foi muito surreal. Eu estava passando um momento na minha vida pessoal muito complicada, tinha acabado de perder o meu pai, que é meu padrasto. Inclusive, isso foi irônico e estranho, porque é exatamente isso que acontece na vida da Bebel”, conta a atriz e influenciadora.
Fefe conta que também morava nos Estados Unidos, mas que teve que voltar ao Brasil após a morte de seu padrasto. “É uma história que é literalmente a minha vida, então sinto que não tive muito o que atuar. Eu era a Bebel e a Fefe, a Fernanda no caso. Eram quase a mesma pessoa”, completa.
Impacto Social do longa
Para a diretora do filme, Avassaladoras é sobre a mulher encontrando a sua autoestima, independentemente dos relacionamentos. Por outro lado, de acordo com ela, o segundo longa foca na verdade, e tem a questão ambiental no segundo plano. “Acho que mesmo em uma comédia, a gente tem muitas mensagens e algum impacto social para apontar. Nessa nossa época de polarização e fake news, essa mensagem da mentira, da verdade, da sinceridade, da relação honesta, é a principal mensagem que a gente gostaria de passar”, conta Mara Mourão.
Além disso, o poder dos influenciadores também é mostrado em Avassaladoras 2.0. “Uma coisa que me pegou muito é o fato do J-Crush ser um influenciador que usa a voz dele de uma forma extremamente boa. A gente vê muito hoje os influenciadores indo mais para o entretenimento e não usando aqueles milhares de seguidores para uma causa”, conta Bibi Tatto. Para ela, isso foi como um “despertar”, visto que trabalha como influenciadora há 12 anos e passou a participar de mais projetos recentemente.
Murilo Bispo, interprete de J-Crush, acredita que o filme conseguiu quebrar a imagem coletiva de como um ambientalista deveria parecer. “O que eu mais acho que vai ter um impacto positivo, especialmente para a molecada mais nova, é um pouco da quebra do esteriótipo do ambientalista. Tem uma polarização muito grande: ou é ‘o abraça arvore’, ou ‘aquela pessoa que ta nem aí’.”, conta o ator.
Jê Soares, que dá vida a influenciadora Alessandra, concorda. Para ela, o cinema é mágico e tem um enorme poder social. “A gente ta ali para tocar pessoas, números às vezes não são nada”.
O que mudou em relacionamentos e o que é universal?
Em 2002, vimos Laura e as amigas em busca do “homem perfeito”. Naquela época, já se falava sobre a dificuldade de encontrar o parceiro ideal em meio a tantas opções e descrença amorosa. Afinal de contas, onde estão as declarações e grandes histórias de amor?
Após 20 anos, muitos estudiosos acham que chegamos à época do desamor. Para muitos, os aplicativos de paquera e a velocidade das redes tornaram as relações rasas. Assim, as pessoas estão mais fechadas para o amor.
Além disso, diversos termos foram criados a fim de explicar as novas relações: Love Bombing, Ghosting, Holding, Situationship, Benching, Haunting e por aí vai. Sobre esse novo mundo, Mara Mourão acredita que os formatos podem até ter mudado, mas o amor continua o mesmo. “A essência, que é o amor, o interesse pela outra pessoa continua o mesmo, mas mudou o formato. O formato de família, o formato de relacionamento, tipos de casais”, explica Mourão.
Além disso, para Walkiria, o amor independe de sexo, de classe social e de religião. Avassaladoras 2.0 estreia dia 13 de junho em todos os cinemas brasileiros.
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