Nesta semana, estreou o novo filme live-action da Barbie nos cinemas. Com Margot Robbie e Ryan Gosling, o longa vem atraindo mais e mais a atenção do público desde quando foi anunciado. E agora que estreou, não poderia ser diferente: com a direção de Greta Gerwig, o filme trouxe os holofotes para temáticas e questões sociais que necessitam ser discutidas.
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Mas antes de continuarmos, vale lembrar que a Barbie foi considerada como um símbolo anti-feminista para algumas pessoas devido à perpetuação de um padrão de beleza inalcançável para algumas mulheres: branca, loira e magra.
No entanto, embora a representatividade da boneca evolua a passos lentos, as animações clássicas (assim como o live-action) são repletas de valores inerentes ao movimento feminista, como: empoderamento feminino, sororidade e independência.
Por isso, separamos 5 valores passados pelos desenhos que já foram os favoritos de diversas mulheres ao redor do mundo.
Alerta: há spoilers
Mulheres não precisam ser salvas e o final feliz não precisa ser um casamento
Em A Princesa e a Plebeia, Erika vivia infeliz enquanto trabalhava como escrava para pagar as dívidas que seus pais fizeram com a Madame Carp para poder sustentá-la. Enquanto isso, Anneliese sofria com a obrigação de se casar com um príncipe para salvar seu reino, que estava à beira de uma grave crise econômica.
Spoiler: aqui, o final feliz das meninas que se descobriram sósias não se resumiu a um casamento. Pelo contrário: juntas, elas descobrem e expõem o plano de Preminger, que escondia o fato de que o reino possuía uma mina oculta de pedras preciosas, da qual ele mesmo roubava. Com isso, Anneliese não precisaria mais se casar para que o reino prosperasse. e Erika, por sua vez, conseguiu realizar o sonho de ser cantora e viajar pelo mundo.
Portanto, Barbie em A Princesa e a Plebeia (2004) ia na contramão de vários filmes da Disney, ensinando assim que mulheres não são frágeis donzelas à espera de um príncipe para salvá-las. Elas podem se salvar sozinhas e o final feliz pode ser o que quiserem que seja: com ou sem casamento.
Além disso, a animação ainda apresenta uma importante crítica social a respeito da desigualdade social e dos privilégios da elite e dos governos, que vivem em uma bolha e desconhecem as mazelas de seu país.
Relacionamentos abusivos não são toleráveis
Enquanto isso, no desenho Barbie e a Magia de Alladus, o vilão da vez é o feiticeiro Wenlock, que, por sua vez, percorre diversos reinos em busca da esposa perfeita, arrancando garotas de seus pais durante sua busca. Se eles não entregarem suas filhas, o bruxo as transforma em animais, estátuas, ou qualquer outra coisa que as impeça de viverem suas vidas como viviam antes.
Para Wenlock, uma mulher deve servi-lo e fazer tudo o que ele quiser, na hora que ele quiser e da forma que ele quiser. Assim, deve cozinhar, lavar, passar, ser totalmente submissa às suas vontades e não demonstrar nenhuma imperfeição. Na primeira falha que sua mulher apresentar, ele a transforma em uma criatura horrorosa, mas não a manda embora. Ao invés disso, a mantém como escrava, e continua tratando-a tão mal quanto antes, ofendendo-a das piores formas possíveis.
Ao desobedecer seus pais, que tentavam protegê-la a todo custo, Annika quase se transforma em mais uma vítima. Contudo, resgatada por um pégaso (que, na verdade, era uma das meninas vítimas da magia maligna de Wenlock), Anika decide buscar uma forma de enfrentar o feiticeiro de igual para igual e libertar as mulheres que ele mantinha como refém.
Lançado em 2005, o filme critica homens que tratam suas esposas com agressividade e ensina às crianças que o amor verdadeiro não é violento, e que uma pessoa que te ama jamais irá lhe fazer mal.
A animação também mostra que, como mulher, você não precisa se submeter a homem nenhum nem fazer nada contra sua vontade. Além disso, a aparência que Wenlock dava às mulheres que os “decepcionava” tem uma excelente simbologia, lembrando como um marido violento pode desgastar uma mulher, transformando-a em uma pessoa irreconhecível.
Você não precisa obedecer um padrão de comportamento para ser boa o suficiente
Em Barbie e as 12 Princesas Bailarinas, de 2006, o rei Randolph tem 12 filhas com personalidades bem distintas uma das outras. Enquanto algumas gostam de ler, outras preferem esportes, ou gostam de tocar instrumentos ou então pintar quadros.
Porém, seus hobbies acabam causando algumas confusões de vez em quando. Por isso, o rei chama sua prima Rowenna para dar aulas de etiqueta para as meninas para que elas se comportem melhor.
Porém, Rowenna está, na verdade, interessada em aplicar um golpe de Estado e virar rainha. Para a vilã, as princesas são garotas mimadas e indisciplinadas que precisam de um freio. Dessa forma, ela proíbe todos os hobbies, danças e brincadeiras, obrigando-as a seguir uma rotina rígida, bem como os padrões de comportamento atribuídos ao ideal de uma dama. No final, Rowenna é derrotada e o pai das garotas aprende a aceitá-las exatamente do jeito que são.
Mulheres devem permanecer unidas
No começo de Barbie e o Castelo de Diamante (2008), Stacy chega em casa enfurecida devido a uma briga que teve com sua melhor amiga. Para incentivá-la a fazer as pazes, Barbie conta a ela a história de Liana e Alexa, duas amigas que viviam juntas na miséria e embarcam em uma aventura para encontrar o Castelo de Diamantes e salvar o mundo das trevas.
Durante a missão, a amizade das jovens é colocada à prova e elas aprendem uma verdadeira lição sobre a importância da união.
No desenho, as musas da música Lydia, Dori, Phaedra e a aprendiz Melody viviam juntas no Castelo de Diamantes. Porém, Lydia não gostava de dividir e queria um reino inteiro só para ela. Para proteger o local, as musas escondem o castelo e dão a chave para aprendiz.
Assim, com raiva, Lydia as persegue e transforma Dori e Phaedra em estátuas. Melody consegue fugir e, para isso, usa sua flauta mágica para esconder-se em um espelho, levando a chave consigo, mas acaba ficando presa nele. Em dado momento, Liana e Alexa têm uma briga séria e se separam.
No final, tudo se resolve: Lydia é derrotada e a amizade entre as meninas vence. As lições principais desse filme são não se deixar levar pela ganância e a importância da amizade. Ainda, Stacy também entende que uma única briga não deve ser motivo de rompimento e que é importante termos empatia com nossas amigas antes de tomar decisões precipitadas.
As mulheres podem salvar o dia
Originalmente, Os Três Mosqueteiros eram homens que faziam parte da guarda real francesa. Nas maioria das adaptações, a missão deles era proteger uma princesa.
Porém, o filme Barbie e as Três Mosqueteiras, de 2009, inverte esses papeis: quatro mosqueteiras na missão de proteger o príncipe do reino. Para quem não sabe, a história original contava com quatro mosqueteiros, que passaram a ser três após um deles trair o grupo.
Agora, na animação da Barbie, a protagonista Corinne treina em segredo para se tornar uma mosqueteira. Com o objetivo de realizar seu sonho, ela viaja a cavalo para Paris, onde encontra três outras garotas que compartilham do mesmo desejo secreto. As guerreiras descobrem que o conselheiro real tem um plano para derrubar o príncipe e os reis, mas o chefe dos mosqueteiros não acredita nelas. Porém, elas encontram uma forma de salvar a família real e provarem que são mais do que um rostinho bonito.
Vale lembrar que a live-action Barbie já está nos cinemas!
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