Nesta quarta-feira (18), a Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Resolução (PRC) 10/23, do deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), que institui o Prêmio Glória Maria de Jornalismo. O prêmio será entregue a um jornalista cujos trabalhos ou ações merecem especial destaque no jornalismo brasileiro. Além disso, será acompanhado da concessão de uma medalha em reconhecimento às realizações do profissional premiado.

A premiação ocorrerá anualmente em uma sessão solene da Câmara dos Deputados, sempre na segunda quinzena do mês de agosto. Os líderes partidários indicarão os candidatos ao prêmio, e a escolha dos vencedores será feita pela maioria dos deputados integrantes da Mesa Diretora.

A relatora do projeto, deputada Maria do Rosário (PT-RS), defendeu a importância do prêmio e disse que Glória Maria “quebrou o paradigmas em uma época em que a televisão era majoritariamente masculina e branca”.

Aureo Ribeiro afirma que Glória Maria foi a “primeira repórter negra a se destacar na televisão, sinônimo de representatividade e exemplo para as mulheres”. O deputado completou sua justificativa, falando sobre os ataques racistas que Glória Maria sofreu durante seu período à frente do Fantástico “foi a primeira brasileira a usar a Lei Afonso Arinos, que proibiu a discriminação racial no Brasil, em 1951. À época, a lei não considerava o racismo crime, mas contravenção”.

Sobre a Jornalista Glória Maria:

Aprovado a criação do Prêmio Glória Maria de Jornalismo
Foto: Reprodução

Glória Maria, foi uma jornalista e apresentadora de televisão brasileira exclusivamente exclusiva. Nasceu em 15 de agosto de 1949 e deu início à sua carreira na televisão nos anos 1970. Ela se destacou por seu estilo de reportagem único, caracterizado pela coragem, sensibilidade e empatia que ela aplicava em seu trabalho. Além disso, durante muitos anos, Glória Maria fez parte da equipe da Rede Globo, uma das maiores emissoras de televisão do Brasil.

Ao longo de sua carreira, ela cobriu inúmeros eventos significativos, incluindo conflitos internacionais, questões sociais e culturais. Sua abordagem sensível e seu estilo descontraído tornaram uma das jornalistas mais respeitadas do Brasil. Além disso, Glória foi pioneira como a primeira repórter negra da TV brasileira e também foi a primeira pessoa no Brasil a utilizar a Lei Afonso Arinos, a primeira norma que considerava a discriminação racial uma contravenção penal, criada na década de 1950.

Além de seu trabalho na televisão, Glória Maria também se destacou por seu ativismo social e suas contribuições para causas humanitárias. Ao longo de sua carreira, ela recebeu vários prêmios em reconhecimento ao seu talento e dedicação ao jornalismo. Infelizmente, Glória Maria faleceu em 2 de fevereiro de 2023, no Rio de Janeiro, aos 73 anos, deixando um legado inestimável. Ela permanece como uma referência, fonte de inspiração e símbolo de representatividade para muitos.