A psicanalista Marta Andrade percorre o território descrito por Guimarães Rosa no clássico “Grande Sertão: Veredas”. No romance de estreia da autora, “Carne Crua”, da Editora Patuá, ela mergulha na rotina das Comunidades Quilombolas do Norte de Minas Gerais. A obra é resultado de uma grande imersão da autora e teve a oportunidade de ver de perto a rotina, assim como fez parte dos grupos de dança tradicionais de comunidades do Morro do Fogo e Serra das Araras. 

Essa viagem só foi possível graças à travessia sócio-eco-literária “O Caminho do Sertão – de Sagarana ao Grande Sertão: Veredas”, na Chapada Gaúcha. A cidade é vizinha ao Parque Estadual Grande Sertão Veredas. A autora explica como o projeto foi importante não apenas para a escrita do livro, mas também para conhecer mais o território e a população:  

Créditos: Márcia Andrade | Editora Patuá

Participei deste projeto e me apaixonei pelo território e suas gentes. São comunidades afastadas, quilombolas, de difícil acesso, nas quais as pessoas têm poucos recursos de saúde e vivem em insegurança alimentar e hídrica. Através da escuta das mulheres locais, percebi a poesia e as dores daquele lugar. É neste contexto da escuta daquele território, o mesmo descrito por Guimarães Rosa em Grande Sertão Veredas, que nasce meu livro Carne Crua”. 

Portanto, “Carne Crua” mostra as peculiaridades de viver no sertão, assim como homenageia as tradições. Uma forma de um novo olhar sobre um cenário descrito em um clássico da literatura que faz parte do imaginário popular brasileiro. O livro está disponível no site da Editora Patuá.