O mundo da literatura chama a atenção não apenas pela infinita criatividade de escritores em criar histórias e personagens fascinantes. Todo o processo de revisão e edição de um livro literário é carregado de significado. Além disso, muitos escritores gostam de criar histórias onde o próprio livro é o protagonista ou onde as bibliotecas, livrarias e editoras são o ambiente. Conheça cinco obras onde os autores falam sobre a escrita e a produção do livro, assim como histórias ambientadas dentro desse universo editorial.
“Se um viajante numa noite de inverno” de Italo Calvino

Neste romance do escritor italiano Ítalo Calvino, com tradução de Nilson Moulin, o autor une o amor pela leitura com as questões da “vanguarda literária”. Ele manifesta a preocupação com uma questão que os teóricos chamam de “crise da representação”.
Segundo a análise de Calvino, o leitor está condenado à leitura de obras que só falam sobre si mesmas. Calvino sai em defesa do leitor, afirmando que os autores devem escrever livros “como uma macieira faz maçãs”.
Italo Calvino (1923 – 1985) foi jornalista, além de escritor de contos e romances. Suas obras mais conhecidas incluem a trilogia “Os Nossos Antepassados” (1952-1959), a coleção de contos “Cosmicômicas” (1965), e os romances “Cidades Invisíveis” (1972) e “Se um Viajante Numa Noite de Inverno” (1979).
“O livro das semelhanças” de Ana Martins Marques

O livro de Ana Martins Marques é dividido em quatro seções: Livro, Cartografias, Visitas ao lugar-comum e O livro das semelhanças. Na obra, a autora fala da delicadeza que sempre permeou seus escritos, em uma revisão de seus poemas.
Ela expõe seus desafios e fragilidades como poetisa, assim como fala dos tempos, segundo ela mesma, “fraturados”, onde tentamos recuperar o mundo e as coisas através da palavra. O livro é um guia excelente sobre os caminhos mais relevantes da lírica brasileira. “O livro das semelhanças” é leitura obrigatória do vestibular da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Ana Martins Marques é graduada em letras e tem doutorado em literatura comparada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). É autora dos livros “A Vida Submarina” (2009), “Da arte das armadilhas” (2011), e “O livro das semelhanças” (2015).
“Escrita em movimento” de Noemi Jaffe

A doutora em literatura brasileira pela Universidade de São Paulo (USP) Noemi Jaffe, passou décadas ministrando oficinas literárias. Agora ela decidiu sintetizar seus ensinamentos no livro “Escrita em Movimento”. A obra voltada tanto para escritores iniciantes, quanto experientes, ela aborda o aprendizado da escrita da ficção, assim como a forma que esse conhecimento é transmitido.
Além de trazer o conteúdo de Noemi Jaffe em suas aulas, também conta com entrevistas com autores de destaque como Beatriz Bracher, Milton Hatoum, Eliana Alves Cruz, entre outros. Dessa forma, a autora mostra diferentes pontos de vista sobre os princípios que estruturam um bom texto.
“Como organizar uma biblioteca”, de Roberto Calasso

No livro traduzido por Patrícia Peterle, Roberto Calasso faz um ensaio sobre a tarefa complexa de organizar uma biblioteca. O autor examina a época das revistas literárias entre os anos de 1920 e 1940, o nascimento do gênero “resenha”, assim como uma reflexão sobre as livrarias de hoje. Roberto Calasso nasceu em Florença, na Itália, em 1941. Considerado um dos maiores intelectuais contemporâneos, foi ensaísta e editor.Faleceu em 2021.
Patrícia Peterle é, além de tradutora, crítica literária e professora de literatura italiana. Nasceu em São Paulo, mas viveu muito tempo no Rio de Janeiro. Atualmente vive em Santa Catarina, onde é professora na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
“Uma história da leitura”, de Alberto Manguel

Alberto Manguel reúne leitores de todos os tipos ao longo do tempo, desde o grão-vizir da Pérsia que carregava sua biblioteca toda vez que viajava, até o homem que lia para os operários das fábricas de charuto de Cuba. Dessa forma, “Uma História da Leitura” celebra o leitor, sendo considerada uma das obras primas de Alberto Manguel.
O escritor nasceu em 1948 em Buenos Aires, passando a infância em Israel. Viveu também na Espanha, França, Inglaterra e Itália, sempre na companhia dos livros. Autor de obras de ficção e não-ficção, Alberto Manguel escreve para jornais e revistas do mundo todo.
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