A Clever Creature aposta em releituras de obras icônicas do rei do filme B que misturam terror, body horror e ficção científica
A Clever Creature, nova produtora no mercado cinematográfico, acaba de adquirir direitos para o remake de três obras de Roger e Julie Corman. Eles pretendem trazer os clássicos cults “The Haunting” (1992), “Ira de Mutante” (1989) e “BattleQueen 2020” (2001) para os tempos atuais, com narrativas contemporâneas.
As três novas obras buscam trazer à tona o terror gótico, sobrevivência pós-apocalíptica e rebelião futurista, presentes nas produções de Corman, porém, dessa vez, de maneira mais imersiva.
LEIA MAIS: “O Exorcismo de Emily Rose” | 20 anos do terror que uniu possessão e tribunal
Quem foi Roger Corman
Roger Corman faleceu em maio de 2024, aos 98 anos, deixando para trás um legado reconhecido internacionalmente, que o designou como “Rei dos filmes B” — isto é, os de baixo orçamento.
Além disso, em sua trajetória, Corman foi responsável por lançar grandes nomes em Hollywood, desde atores até diretores. Assim foi o começo de Martin Scorsese, Francis Ford Coppola, Ron Howard, Jonathan Demme e James Cameron, que foram pioneiros na “escola de cinema de Roger Corman”.
Quanto aos atores, foi na produção de Corman, “Cry Baby Killer”, que Jack Nicholson fez sua estreia no cinema. A dupla trabalhou posteriormente em muitos outros projetos, como em “The Haunting”, onde Nicholson protagoniza o Tenente Andre Duvalier.
Roger começou a trabalhar na indústria cinematográfica como Office Boy na 20th Century Fox, onde logo escalou sua carreira para analista de roteiros. Ambicioso, Corman imaginava o cinema além daqueles roteiros que lia. Assim, foi em busca de produzir seu primeiro filme de baixo orçamento, em 1954, o “Monster From the Ocean Floor”.
Mas foi só em 1960 que o nome de Corman começou a reverberar na cena. Neste ano, ele lançava “A Pequena Loja de Horrores”, que se enquadra no gênero de comédia de terror e logo se tornou um clássico cult.
Para um homem como Corman, os remakes prometidos pela Clever Creature não seriam a primeira homenagem que recebeu. A admiração pelo trabalho do produtor era prestigiada em vida. Seus diretores pupilos, por exemplo, por vezes, o escalaram para aparecer nas produções, como em “O Poderoso Chefão II” (1974), dirigido por Francis Ford Coppola. Também teve aparições em “Apollo 13″ (1995), com direção de Ron Howard, e “O Silêncio dos Inocentes” (1991), de Jonathan Demme, em que interpretou um diretor do FBI.
Em 2009, a Academy of Motion Picture Arts and Sciences o concedeu um Oscar honorário, um prêmio por toda contribuição única e marcante para a indústria.
Sobre os remakes
“The Haunting” é um remake de “The Terror” de 1963, dirigido por Corman. Na história, um tenente do exército napoleônico conhece uma mulher misteriosa em uma praia e parte em sua busca. No castelo do Barão Von Leppe, ele descobre que a figura que procura é idêntica à esposa morta.
Já em “Ira de Mutante”, a direção foi de Thierry Notz. A trama apresenta uma era pós-apocalíptica, após um acidente com uma praga química que exterminou parte da população. Os sobreviventes se limitam a viver em um complexo subterrâneo para não ter que lidar com os monstros mutantes que tomaram a terra. Mas tudo muda quando uma das criaturas invade o local e força, mais uma vez, essas pessoas a lutarem pela sua sobrevivência.
Por fim, “BattleQueen 2020”, dirigido por Daniel D’Or, traz uma perspectiva futurista para o terror de Corman. O filme acompanha Gayle, uma mulher que luta pelas pessoas vulneráveis em meio a forças malignas que tomaram conta da terra, depois que a civilização foi devastada por um cometa.
Redatora em experiência sob supervisão de Thiago Satiro.
═════════════════════════════════════════════════════════════
🩸 Para mais textos, análises e notícias sombrias sobre o mundo do terror, siga o Geek Sinistro nas redes sociais e não perca nenhuma novidade arrepiante.
Imagem de capa: Reprodução