No ar na TV Globo, o remake de Vale Tudo, de Manuela Dias, se tornou assunto. A nova versão do clássico de 1988, de autoria de Gilberto Braga, vem despertando opiniões diversas, entre críticas positivas e negativas. Muitos aprovam as mudanças realizadas no remake, para se adequar ao tempo atual. No entanto, outros afirmam que a telenovela deveria ser mais fiel à versão original. Escrita por Gilberto Braga em 1988, Vale Tudo é considerada uma das obras mais marcantes da teledramaturgia brasileira.

De qualquer modo, a repercussão é grande. A cena do embate entre as personagens Raquel (Taís Araújo) e Maria de Fátima (Bella Campos) alcançou 30 pontos de audiência. Foi o maior número desde a novela Renascer, ainda em 2024. Assim, a nova versão de Vale Tudo, com tópicos que continuam atuais, demonstra a força e a atemporalidade do texto de Gilberto Braga. 

Gilberto Braga: O Balzac da Globo

Autor de novelas como Escrava Isaura (1976), Dancin’ Days (1978), O Dono do Mundo (1991), Celebridade (2003), Paraíso Tropical (2007), entre outras, Gilberto Braga (1945-2021) teve uma vida que “daria uma novela”. Esse é o ponto de partida do livro “Gilberto Braga: O Balzac da Globo” (2024). Escrito pelos jornalistas Artur Xexéo (1951-2021) e Maurício Stycer, a biografia narra a trajetória do escritor, que se torna a própria história da dramaturgia brasileira.

Desse modo, os autores do livro falam sobre tragédias pessoais, superação na vida profissional e pessoal, assim como a ascensão do autor. Além disso, a comparação com Honoré de Balzac, acontece pelo fato das obras de Gilberto, colocarem sempre a ambição, a vingança e o dinheiro como fatores principais das obras.

O livro é resultado de uma extensa pesquisa de Maurício Stycer e Arthur Xexéo, que faleceu em 2021, e não viu o livro ser publicado. Xexéo, faleceu poucos meses antes de Gilberto Braga, que morreu em 26 de outubro de 2021, aos 75 anos. Dessa forma, a biografia é um trabalho que mostra por que ele se tornou um dos nomes que mudaram a trajetória das novelas e da televisão do Brasil.

Artur Xexéo e Maurício Stycer

Artur Xexéo (1951-2021) foi um jornalista, escritor, tradutor e dramaturgo brasileiro de grande relevância no cenário cultural. Com uma carreira de mais de quatro décadas, ele se destacou por seus comentários e análises sobre cultura, tornando-se uma referência no jornalismo cultural do país. 

Ele iniciou sua trajetória no Jornal do Brasil em 1978 e passou por importantes redações, como Veja e IstoÉ, O Globo. Também atuou como comentarista na Rádio CBN e no programa “Estúdio i” da GloboNews. Além disso, foi durante anos o comentarista oficial do Oscar. Artur Xexéo faleceu em 27 de junho de 2021, aos 69 anos, vítima de um linfoma não-Hodgkin. 

Ele deixou um grande legado no jornalismo e na cultura brasileira. Também escreveu as biografias da novelista Janete Clair,“Janete Clair: A Usineira de Sonhos” e da apresentadora Hebe Camargo “Hebe: A Biografia”.

Mauricio Stycer nasceu no Rio de Janeiro em 1961. Jornalista especialista em televisão, é colunista da Folha de S.Paulo. Publicou os livros “História do Lance!”(2009), “Adeus, controle remoto” (2016), “Topa tudo por dinheiro” (2018) e “O Homem do Sapato Branco” (2023).