Eleito pela revista Time como um dos 100 melhores livros de literatura fantástica de todos os tempos, “O bebedor de vinho de palma e seu finado fazedor de vinho na Cidade dos Mortos”, do escritor nigeriano Amos Tutuola, é a obra mais marcante na literatura africana moderna.

O autor constrói a história baseado na tradição oral iorubá. Assim, segue um herói sem nome que leva uma vida de ócio e devaneios, bebendo vinho de palma, que é uma bebida alcoólica fermentada. No entanto, o homem que faz seu vinho morre em uma queda. Isso obriga o protagonista a ir buscá-lo na Cidade dos Mortos. 

Desse modo, o leitor viaja por uma jornada repleta de desafios, criaturas fantásticas e acontecimentos sobrenaturais. Em uma narração que ensina e valoriza a riqueza cultural tradicional, “O bebedor de vinho de palma” é uma história sofisticada e cativante.

Biografia do escritor

A crítica especializada considera Amos Tutuola como o pai e fundador do romance nigeriano. Nasceu em 1920 em Abeokuta na Nigéria, na época em que o país era parte do Império Britânico. Filho de agricultores, estudou por um período em uma instituição do Exército da Salvação. Tornou-se ferreiro e depois ingressou na Força Aérea Britânica. Após trabalhar em vários cargos do governo, publicou “O bebedor de vinho de palma” em 1952. 

Alguns de seus outros trabalhos são: “Minha vida na mata dos fantasmas (1954), Simbi and the satyr of the Dark Jungle (1955) e Yoruba Tales (1986). Em 1979, foi pesquisador visitante na Universidade Obafemi Awolono, em Ilê-Ifé, Nigéria, e em 1983 foi associado do Programa Internacional de Redação da Universidade de Iowa (EUA). 

Após se aposentar, passou a se revezar entre suas duas residências nas cidades de Ibadã e Ado-Odo, ambas na Nigéria. Morreu em 1997, aos 76 anos, em Ibadã.