A Garota da Vez marca a estreia de Anna Kendrick na direção, o longa mostra passagens de um caso de crime real que chocou e marcou a história dos Estados Unidos. O filme conta a história de Rodney Alcala, que ficou conhecido como o serial killer do The Dating Game (O Jogo do Namoro). Programa semelhante ao Vai dar Namoro (Rede Record), Beija Sapo (MTV) e o Namoro na TV comandado por Silvio Santos.
Desde as primeiras cenas, temos a sensação de que algo está errado. Isso devido aos close-ups nos personagens que marcam suas expressões e emoções. A princípio você até simpatiza com o protagonista, mas suas palavras acabam por deixar um gosto estranho na boca.
“Todos são um risco” a frase é praticamente um clímax logo nos primeiros minutos de “A Garota da Vez.” E sem enrolar muito, o filme mostra vítima e algoz, para não deixar dúvidas sobre a intenção do protagonista.
Assim, durante o filme podemos notar que algumas frases acabam sendo um prelúdio para algo impactante que vem em seguida. Dando um bom ritmo ao filme.
Confira trailer:
A trama do filme acompanha Sheryl Bradshaw (Anna Kendrick), uma atriz que vive em Los Angeles e sonha ser reconhecida por seu trabalho. Após enfrentar muitas dificuldades para conseguir um espaço na indústria, sua agente sugere que participe do programa de relacionamento “The Dating Game”. É nessa oportunidade que ela conhece Rodney Alcala (Daniel Zovatto), um serial killer que disputava o coração da protagonista com outros dois pretendentes. Além de retratar esse encontro inesperado, inspirado em uma história real, o longa também aborda outros crimes cometidos pelo assassino.
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História X Ficção
Anna Kendrick utilizou minutos inicias para apresentar Rodney Alcala e seu modus operandi, que se segue o filme todo, assim como na realidade. Como também apresenta Sheryl, a aspirante a atriz que cruza o caminho do criminoso e por pouco não entra para lista de vítimas.
A produção traz 4 vítimas de Alcala, mas deixa de fora tantas outras, no entanto, no final do filme há menção dos números reais de possíveis vítimas e informações sobre o criminoso e a atriz.
O local escolhido para o fim das vítimas, foi mostrado, assim como demais localidades, que ficam entre Texas, Nova York e Hollywood. O roteiro coloca na boca do personagem algumas informações do caso, como quando o assassino menciona que vai ensinar fotografia em um acampamento. Mas, deixa de fora, como isso foi importante para as denúncias.
As vítimas representadas no filme, são Sarah (Kelley Jakle) a vítima grávida de seis meses, Charlie (Kathryn Gallagh) comissária de bordo que acabou de se mudar, e (Amy Autumn Best) sobrevivente que denunciou o crime. E Sheryl que acabou participando do programa Dating Game e acabou escolhendo o participante número 3, que era exatamente Rodney Alcala procurador pelo FBI.
No entanto, algumas mudanças aconteceram, já que no filme, a amiga de uma das vítimas reconhece Alcala, enquanto assistia ao programa ao vivo. Porém, na realidade existiu uma denúncia após assistirem à reprise do programa na TV.
Roteiro, direção e atuação
Pontos fortes do longa foram direção e roteiro, que souberam colocar em algumas horas uma das histórias mais impactantes dos EUA. Todavia, senti falta de uma contextualização maior sobre quem eram os protagonistas, antes de apresentá-los.
O que acaba deixando a desejar para aqueles que já conhecem a história de Sheryl e Alcala, por outro lado, não arruína a experiência para quem chega para assistir ao filme, sem muitas informações.
Usando a ferramenta de passagem de tempo, mostrando datas entre as cenas, para ajudar a se localizar filme trabalha, presente e passado. Mas, o vai e vem, pode deixar um pouco confuso em alguns momentos. Novamente, se o espectador conhecer os fatos, vai acabar notando isso.
O ator Daniel Zovatto interprete de Rodney, dá o devido ar de mistério para o personagem, também engana o telespectador, por saber usar as palavras. Assim atraindo quem assiste da mesma maneira que faz com as vítimas para a emboscada. Já Anna Kendrick, talvez por uma escolha de atuação, mostra Sheryl um pouco engessada, em momentos cabe perfeitamente com as cenas. Principalmente na interação com produtores de cinema em seus testes, mostrando um grande desconforto.
O que também serve para mostrar Hollywood da década de 70, que ainda segue a mesma forma em como trata as atrizes, objetificando seus corpos. Apesar disso, a atuação passa essa sensação de que algo está errado, que mantém um suspense até o fim.
Um destaque vai para Nicolette Robinson que interpreta Laura, a personagem que reconhece e denuncia o serial killer. A atriz coloca suas emoções de maneira assertiva, o que ganha muita empatia de quem assiste. Suas aparições pontuais ajudam a pautar o clímax do longa, dando a deixa para o encerramento.
Assim como Autumn Best, que faz uma das vítimas e sobrevivente, a personagem que desde o início se mostra independente, mas ainda acaba atraída pelo charme de seu algoz. E é exatamente quem leva Alcala a prisão.
Outro ponto positivo em “A Garota da Vez” é a trilha sonora, que consegue do início ao fim nivelar o suspense conforme a necessidade das cenas.
A fotografia é impecável, retratando bem os anos 70, principalmente na montagem do estúdio e programa de televisão.
Vale a pena, assistir “A Garota da Vez”?
Com toda certeza, e se você é fã de casos criminais reais. É a chance de conhecer um pouco sobre o caso. E para os fãs da Anna Kendrick é a hora de prestigiar o trabalho da atriz como diretora.
Por fim, “A Garota da Vez” com roteiro de Ian MacAllister McDonald e direção de Anna Kendrick estreia 10 de outubro nos cinemas com distribuição da Diamond Films Brasil.
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