“A Meia-Irmã Feia” estreia nesta quinta-feira, 23, e mostra a história da Cinderela, pela narrativa de Elvira, uma jovem que deseja tudo
Acredito que a maioria das pessoas conhece a história da Cinderela e suas meias-irmãs. Inclusive, já conheceu mais de uma versão do conto italiano, A Gata Borralheira, adaptado pelo francês Charles Perrault, de 1697.
“A Meia-irmã Feia”, por sua vez, é uma versão voltada para o gênero do terror, diferente das outras, embora Cinderela esteja presente, o foco principal não é ela, mas sim uma de suas meias-irmãs.
O longa marca a estreia da cineasta e roteirista Emilie Blichfeldt na direção. Ainda conta com Lea Myren (Kids in Crime), Ane Dahl Torp (A Onda) e Thea Sofie Loch Næss (O Último Reino) no elenco.
Amor ou obsessão
Elvira é meia-irmã de Cinderela e vive sonhando acordada enquanto lê o livro de poemas do príncipe. Seu maior sonho — se casar com o príncipe —, algo em que acredita firmemente ser possível. Logo, uma oportunidade surge, e Elvira assim como Cinderela são convidadas para o baile real, onde o príncipe escolherá sua futura noiva. Tanto Elvira quanto Cinderela se reúnem a um grupo de jovens donzelas que almejam ser a escolhida do príncipe.
Elvira tem uma aparência bem característica, que ressaltam para indicar a ausência de beleza, como o uso de aparelho nos dentes, e o nariz saliente. Algo que é apontado até mesmo por sua mãe. Ainda assim, a jovem continua com seus sonhos acordados sobre ser a amada do príncipe, como se os poemas fossem dirigidos a ela.
Deste momento, em diante, Elvira se sente disposta a tudo para conseguir conquistar seu amado príncipe. E também entrar dentro do padrão de beleza necessário para atrair sua atenção.
O que antes parecia uma paixão da juventude se torna uma obsessão sem limites. Elvira é meia-irmã de Cinderela e vive sonhando acordada enquanto lê o livro de poemas do príncipe. Seu maior sonho — se casar com o príncipe —, algo em que acredita firmemente ser possível.

O Baile dos sonhos
Logo, uma oportunidade surge, e Elvira assim como Cinderela são convidadas para o baile real, onde o príncipe deve escolher sua futura noiva. Tanto Elvira quanto Cinderela se reúnem a um grupo de jovens donzelas que almejam ser a escolhida do príncipe.
Elvira tem uma aparência bem característica, que ressaltam para indicar a ausência de beleza, como o uso de aparelho nos dentes, e o nariz saliente. Algo que é apontado até mesmo por sua mãe. Ainda assim, a jovem continua com seus sonhos acordados sobre ser a amada do príncipe, como se os poemas fossem dirigidos a ela.
Deste momento, em diante, Elvira se sente disposta a tudo para conseguir conquistar seu amado príncipe. E também estar dentro do padrão de beleza necessário para atrair sua atenção.
O que antes parecia uma paixão da juventude se torna uma obsessão sem limites.
O conto de fadas às avessas
Entre o desejo de Elvira se tornar uma princesa e sua mãe de sair da falência. A Meia-irmã tem momentos cômicos, outros constrangedores e também sangue e momentos de nudez, não realmente necessários, mas talvez colocados lá, apenas para constranger.
Ao decorrer do filme, você se pega até se afeiçoando a Elvira. Uma jovem sonhadora, mas que não tem nenhum suporte. Em um ambiente em que se vive pela aparência e por suas riquezas. Enquanto ao receber o convite, Cinderela, diz seu nome gigantesco com diversos sobrenomes. Elvira, por sua vez, é apenas Elvira, a Meia-irmã, como se quase não tivesse uma identidade.
Tal qual uma história moderna, Elvira passa por transformações para se encaixar nos moldes da sociedade e ficar bonita aos olhos deles e principalmente do príncipe.
Dessa forma, quando as coisas não acontecem como planejado, sua mãe usa do dinheiro para colocar a filha, mais perto de realizar esse sonho. Porém, aos poucos Elvira percebe que ela nunca será Cinderela, ou nunca conquistará nada enquanto sua meia-irmã, bela e querida, estiver no caminho.

Pouco terror, e mais desconforto
O filme, apesar de ter sua aura macabra, os momentos de tensão não tão frequentes, quanto esperaria um fã de filme de terror. Até mesmo o gore, não é tão intenso, mas é possível reconhecer as características de body horror, cenas fortes de mutilação do corpo como uma tentativa drástica de se encaixar.
No entanto, a paisagem, o aspecto frio do castelo, além da postura dos personagens em relação à Elvira, são características de um humor sombrio. Algo marcante é a mudança na postura da personagem, conforme ela vai chegando mais perto do seu sonho, assim também ela vai deixando a inveja e a loucura vencerem.
É exatamente, nesse ponto, que a mensagem do filme fica mais clara. A vaidade, a busca incessante pela beleza, pode acabar com uma pessoa. Mudanças estéticas dolorosas, uma “pílula” emagrecedora que causa reações, talvez irreparáveis, mas tudo em nome da beleza, é claro.
Apesar de não vermos, Elvira conquistar coisa alguma, no final, ela acaba livre, livre do peso da sociedade, livre da mãe narcisista e livre de ser a sombra de Cinderela.

Vale a pena assistir, “A Meia-Irmã Feia” ?
O filme entrega drama, momentos cômicos hilários, um pouco de gore e um lado diferente da história que conhecemos, mas não é um filme para ver nos cinemas. A não ser, claro que vá com poucas expectativas.
Por fim, “A Meia-Irmã Feia” estreia, hoje (23) de outubro nos cinemas brasileiros.
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Imagem de capa: Reprodução / Lukasz BaK
