O cinema espanhol tem crescido bastante no que se refere às obras de terror, trazendo filmes como Rec, O Orfanato, 13 Exorcismos e Livrai-nos do Mal. Dentro desse nicho, temos o lançamento de A Primeira Comunhão, filme espanhol do gênero Terror que mistura tema religioso, adolescentes e uma boneca amaldiçoada. Por ser um filme que trata de um ritual cristão, muitos religiosos se sentiram ofendidos, gerando certa polêmica.
A direção do filme é de Victor Garcia (A Amaldiçoada e Espelhos do Medo 2). Já o roteiro é de Guillem Clua e Victor Garcia. No elenco temos Carla Campra (Sara) e Aina Quiñones (Rebe), Carlos Oviedo (Chivo), Marc Soler (Pedro), entre outros.
A história de A Primeira Comunhão
O filme é ambientado nos anos 1980. Sara (Carla Campra) se mudou para uma pequena cidade na província de Tarrgona, na Espanha e tenta se enturmar com as pessoas de lá. Sua melhor amiga Rebe (Aina Quiñones), é mais descolada, conhece muitas pessoas e é bem diferente de Sara. Um dia elas saem para uma boate, e ao voltarem de carona com um conhecido de Rebe, Chivo (Carlos Oviedo) e Pedro (Marc Soler), Sara vê uma menina de vestido branco correndo para a floresta. Ao procurarem pela menina, Sara encontra uma boneca.
Sara acaba levando a boneca para casa, para tentar encontrar a dona da boneca. Entretanto, ao tocar na boneca, Sara dá início a um monte de eventos envolvendo manchas no corpo e atividades sobrenaturais.
O filme gira em torno de uma lenda de uma menina que desapareceu após a sua primeira comunhão. Vale destacar que geralmente todas as meninas que fazem sua primeira comunhão nessa região, ganham uma boneca.
Um terror fraco de suspense, com poucos sustos mas com um final surpreendente
Percebe-se, certamente que o diretor não se preocupou em inovar com o filme, utilizando de fórmulas já conhecidas para fazer a sua produção. O filme em sua grande parte, me lembra muito a história de Samara Morgan, do filme “O chamado“. Uma menina com uma doença, sendo jogada em um poço e querendo se vingar. A diferença é que em vez da fita de vídeo, temos a boneca.
A “assombração” da menina de vestido não causa quase nenhum susto, chegando a ser engraçado alguns momentos em que ela aparece, não só por ser previsível demais, mas pelo fato da maquiagem e caracterização serem bem fracas.
O roteiro possui alguns problemas, com partes que poderiam ser mais bem desenvolvidas, embora a história em si da menina desaparecida não seja o foco principal do filme, que só descobrimos a verdade no final. E falando em final, surpreendentemente, me agradou muito, não só pela questão da redenção da “assombração” como também a revelação de quem era o verdadeiro monstro que está causando todo o problema na cidade.
A atuação dos atores é boa, embora alguns personagens sejam bastantes caricatos. Uma adolescente recatada, obediente ao pai; uma adolescente rebelde, que usa drogas, filha de pai bêbado; um traficante dono de uma loja de fliperamas e um adolescente bonitão que trabalha com ele.
A fotografia do filme é um ponto que mais se destaca no filme. Embora o roteiro quase não gera medo, com os poucos jumpscares que possui, a fotografia faz com que você se ambiente com o local e veja coisas implícitas no roteiro, contribuindo para a construção da produção.
Vale a pena assistir o filme?
A Primeira Comunhão merece sim ser assistido nos cinemas. Pelo fato de ser um filme mais fraco em relação ao terror, é uma boa oportunidade para aqueles que não gostam muito do gênero por sentir medo, de ter uma experiência diferente e mais leve. Para os fãs já gostam, irão se divertir com o filme, considerando que ele segue o padrão genérico desse tipo de produção.
Em suma, como o filme acerta mais no drama do que no terror. A produção consegue trazer alguns momentos legais para o espectador, mas não consegue se firmar como uma produção que será lembrada dentro desse gênero.
A Primeira Comunhão estreia no dia 30 de março nos cinemas brasileiros.
Veja o trailer do filme: