Estreia nos cinemas brasileiros o filme francês A Prisioneira de Bordeaux, da diretora Patricia Mazuy. O longa aborda a história de duas mulheres de classes sociais diferentes que acabam se conhecendo por um motivo inusitado: os maridos estão presos. A produção cinematográfica foi exibida na Quinzena dos Realizadores em Cannes.
Pessoas de mundos diferentes que se encontram por acaso
Na trama, Isabelle Huppert interpreta Alma Lund, uma mulher de classe alta que vive sozinha desde a prisão do marido. A cena inicial, mostra a protagonista em meio a flores e cores, em um clima leve que logo desaparece nos segundos seguintes. Num dia de visita, a senhora conhece Mina Hirti (Hafsia Herzi), uma jovem mãe que foi visitar o companheiro, mas, por questões burocráticas, não poderá vê-lo e deve voltar no dia seguinte.
O ponto que liga a história de duas mulheres que vivem realidades sociais diferentes surge quando Alma escuta Mina contando que mora em uma cidade distante. Sendo assim, a mulher se simpatiza com a história da jovem mãe e a convida para passar a noite na sua casa. O que poderia soar inusitado – e até mesmo estranho – acaba sendo o início da relação amigável das duas.
A relação delas começa de maneira rápida e logo temos a Mina se mudando com os dois filhos pequenos para a mansão onde Alma vive. Existe um estranhamento nessa situação, não pela nítida diferença social delas, mas pela forma como uma se insere na vida da outra de maneira tão rápida.

Tensão que não leva a lugar algum
Existe um clima de tensão presente desde os primeiros minutos do filme, principalmente depois que o roteiro aborda a história que levou o marido de Mina parar atrás das grades. Porém, toda a tensão criada durante a história não chega ao seu clímax. Quando o telespectador pensa que vai haver um embate, o clima fica ameno e nada muito grandioso acontece.
Inclusive, esse é um problema recorrente ao longo da produção. A história não é aprofundada e em vários momentos tem diálogos rasos, às vezes até desconexos.
A forma como a vida dessas mulheres se conectam é interessante, mas poderia ser melhor trabalhado a forma como ela se unem. Alma parece viver em um mundo criado na própria cabeça, o que se torna ainda mais perceptível quando percebemos que ela mente em diferentes ocasiões. Po outro lado, temos Mina levando uma vida difícil, trabalhando e tentando cuidar dos filhos. A amizade delas cresce de maneira rápida e inusitada, sem muita enrolação,
Talvez essa seja uma proposta oculta do longa. Não se aprofundar na própria história e tornar tudo muito raso.
Vale a pena assistir “A Prisioneira de Bordeaux”?
O filme aborda uma discussão sobre classe e raça na França contemporânea, além de mostrar qual a posição da mulher na visão do patriarcado. Podemos ver um exemplo dessa questão quando Mina é apresentada aos amigos de Alma e eles a confundem com uma empregada.
Apesar de ter várias temáticas que poderiam ser essenciais para trama (se melhor trabalhadas), o longa acaba sendo confuso e raso. O final em aberto também não ajuda na hora de conquistar o telespectador. O que salva são as atuações das duas mulheres protagonistas, que apenas com um olhar conseguem transmitir sentimentos. Um exemplo é na cena em que Alma percebe o que Mina fez enquanto ela estava fora de casa.
Por fim, “A Prisioneira de Bordeaux” estreou nesta quinta-feira (07) nos cinemas brasileiros, com distribuição da Autoral Filmes.
══════════════════════════════════════════════
📲 Entre no canal do WhatsApp
e receba novidades direto no seu celular e
Siga o Geekpop News no Instagram
e acompanhe conteúdos exclusivos.