As cores da Amazônia sempre impressionaram, o verde das matas, o colorido das flores e dos pássaros, o rio em toda sua plenitude, a vida na maior floresta tropical do mundo é de fato incrível, e é assim que Ainbo: A Guerreira da Amazônia impressiona também. Cores, sons, ritos, dramas e vitórias. Uma história simples, porém, extremamente poderosa e necessária. Falar da Amazônia e não falar de proteção ambiental é impossível, ainda mais nos tempos atuais.
Ainbo é a história de uma jovem garota que nasceu e cresceu nas profundezas selva da Amazônia na aldeia de Candamo. Um dia ela descobre que sua terra natal está sendo ameaçada e percebe que há outros humanos além de seu povo no mundo. Usando a ajuda de seus guias espirituais, o tatu magricelo “Dillo” e a anta corpulenta “Vaca”, ela embarca em uma jornada para buscar a ajuda do mais poderoso Espírito Materno da Amazônia, a tartaruga “Motelo Mama”. Enquanto ela luta para salvar seu paraíso contra a ganância e exploração ilegal da mineração de ouro, ela também briga para reverter a destruição e o mal iminente do “Yacaruna”, o demônio mais sombrio que vive na Amazônia. Guiada pelo espírito de sua mãe, Ainbo está determinada a salvar sua terra e seu povo antes que seja tarde demais.
A animação da Paris Filmes conta a história de superação dos medos, reencontro com a ancestralidade, amizade, proteção do meio ambiente e principalmente sobre amor. Dirigido por
Richard Claus e Jose Zelada, o coração da história é a amizade entre duas garotas, uma destinada a ser a Líder de sua tribo e substituir seu pai, e da outra, uma garota que não sabe nada do seu passado. Enquanto Ainbo busca as respostas para sua vida, com a ajuda de sua mãe através de guias espirituais, sua melhor amiga Zumi precisa enfrentar o medo de ser melhor para sua tribo que seu pai.
Ao longo do filme é possível que o espectador tenha a sensação de Dejavu, e não é por acaso. A dupla engraçada e bagunceira de guias espirituais, um tatu chamado “Dillo” e uma anta chamada “Vaca” podem lembrar muito Timão e Pumba em Rei Leão, tanto pelas características físicas quanto pela importância que tem na vida da menina “perdida” em sua vida. Mas independente de comparações a história de Ainbo é arrebatadora, com lições importantes.
A animação é lindíssima, e retrata a floresta com perfeição, cores vivas e um som incrível de fundo. Não é possível saber em qual território amazônico se passada o filme, e isso é bom, a falta de nacionalização evita julgamentos a respeito de como e porque as coisas acontecem, deixando a mata ser o centro das atenções. Um problema que é nítido em vários momentos é a falta de preocupação da edição na continuidade das cenas, em vários momentos é possível perceber falhas e buracos no enredo. Outro ponto que destoa é a resolução do maior problema do filme, que apesar de gerar um final “happy ending” não responde a várias perguntas que surgem durante todo o longa.
Porém, se tratando de uma animação para crianças e com um potencial grande de se tornar uma ode a defesa da floresta, esses detalhes podem ser deixados de lado. Seria ótimo se as crianças assistissem esse filme nas escolas, uma aula de defesa ambiental e amizade.