Baseado em relatos reais de sobreviventes brasileiros da ditadura chilena, Ainda Somos os Mesmos nos leva para um suspense incrível e críticas certeiras. O filme tem direção e produção de Paulo Nascimento, e conta com as estrelas Edson Celulari, Carol Castro e Lucas Zaffari. Sendo assim, o longa se passa num dos períodos mais sangrentos da história do Chile, após o golpe de Augusto Pinochet.

Desse modo, somos apresentados ao personagem Gabriel (Lucas Zaffari), que está fugindo do Brasil após o golpe cívico-militar e busca uma nova vida no país vizinho. Entretanto, o rapaz encontra uma circunstância de insegurança e precisa se abrigar na Embaixada Argentina.

Além disso, um dos relatos é do gaúcho e ex-guerrilheiro da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), João Carlos Bona Garcia. O advogado sobreviveu após ficar 42 dias abrigado na Embaixada.

Confira o trailer:

Trailer Oficial da Paris Filmes

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Ainda Somos os Mesmos e Vivemos…

Nesse sentido, o filme aborda de maneira fascinante os perigos e dilemas enfrentados pelos personagens. Com isso, conseguimos nos colocar no lugar daqueles que só queriam sobreviver e terminar com a aflição que os tomava. Ainda Somos os Mesmos desenvolve muito bem a problemática da ditadura chilena, não precisamos passar por entrelinhas, tudo está ali apresentado para os telespectadores.

Sendo assim, tudo no filme é hostil e ameaçador, desde os personagens que cercam a Embaixada Argentina até mesmo a localidade. Dessa forma, em nenhum momento você fica tranquilo, tudo parece ser intimidante para as pessoas em cena. E isso é um dos maiores pontos altos do filme, trabalhar com esse “medo” constante do pior deixa as cenas com uma incerteza e uma desconfiança de tudo.

Assim, o telespectador não sabe se eles conseguirão escapar, todas as alternativas que eles tem não passam confiança. Com isso, o filme trabalha muito bem o suspense, e ajuda a pensar criticamente o que aconteceu com essas pessoas presas. Além disso, também pensar naqueles que não estavam “salvos” na Embaixada.

Personagem Gabriel - Edson Filho
Foto: Personagem Gabriel – Edson Filho

Quero lhe contar como eu vivi e tudo o que aconteceu comigo…

Além da história e do suspense incríveis trazidos pelo filme, os atores entregam de maneira espetacular o trabalho. Sendo assim, eles conseguem ter um destaque pelas suas individualidades e o que querem apresentar com os personagens. Um deles é o Gabriel (Lucas Zaffari), o ator entrega muito bem a atuação, e você sente os medos e preocupações dele. E consegue conduzir o filme de maneira excelente, Gabriel pode ser considerado o principal, pois vemos na visão dele os acontecimentos, mas a história não é sobre ele, e sim de quem está na vivendo aquela realidade.

Assim como, Clara (Carol Castro) é uma personagem profunda e com dilemas pessoais, Carol mostra como é uma atriz versátil e não se limita nas atuações. Com isso, a Clara é uma mensagem de como esses eventos traumáticos podem nos causar diversos problemas, e nos deixar pior a cada momento.

Além disso, Fernando (Edson Celulari) rouba a cena em muitos momentos, mesmo com algumas aparições, o ator consegue roubar o protagonismo para si. Sendo assim, tem situações em que vemos no olhar do personagem o medo de não ver o filho novamente. Assim, ele transmite o que as pessoas de foram sentiam quando não sabiam o que fazer para proteger quem eles amam.

Juntamente com eles, outros personagens também se destacaram e tiveram seus momentos de atuações. Desse modo, podemos entender que o filme tem um protagonista, mas os coadjuvantes tem uma participação importante para a trama, não é só contar uma história, mas como contar.

Que o novo sempre vem

Nesse sentido, Ainda Somos os Mesmos é um filme perfeito de história e atuação, e transparece tudo o que ele quer trazer para os telespectadores. Sendo assim, as atuações, a fotografia, os diálogos, tudo é importante para criar a atmosfera do filme, e a junção de tudo isso trouxe uma história rica e comovente.

Além disso, o final nos traz um momento de reflexão de tudo o que vivemos. Entretanto, como mostra a música “Como Nossos Pais”, o novo sempre vem. E mostra como os jovens daquela época tinham esperança de trazer os seus países de volta sem o risco de uma nova ditadura.

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