O novo terror brasileiro, “Apanhador de Almas”, chegará aos cinemas brasileiros no dia 18 de setembro
A história gira em torno de um eclipse solar que irá acontecer, e quatro jovens visitam uma casa para presenciar um ritual sobrenatural. Contudo, as aspirantes a bruxas sem querer trazem uma criatura de outra dimensão e elas precisarão tomar uma decisão entre a vida e à morte.
Dessa forma, conhecemos Emília (Klara Castanho), Mia (Jessica Córes), Olívia (Duda Reis), Isabella (Priscila Sol/Larissa Ferrara), que irão precisar vivenciar algo inimaginável para elas. Além disso, também teremos Rea (Angela Dippe) que é a bruxa da casa onde as quatro amigas foram participar do ritual.
A premissa de “Apanhador de Almas” é divertida e chama muito a atenção, entretanto, a ideia boa só fica no mundo espiritual e não chega aos mortais. A construção da história não sustenta a ideia de dar medo ou ter um suspense sobre o perigo. Bem como, o filme deixa muitos acontecimentos para o telespectador supor o que a direção quer passar.
Superficial na história e o problema do estereótipo
Uma das maiores discussões no universo do terror é a ideia de que muitas minorias morrem primeiro, ou que são descartáveis para história. E o filme acaba entrando nessa questão, mas não como uma forma crítica e sim participando para aumentar esse estereótipo. Mesmo que tenha subentendido um sentimento entre duas personagens, fica complicado finalizar alguns estereótipos e deixar outros livremente.
“Apanhador de Almas” não saí da superficialidade durante a história, circula entre diversas ideias dos filmes de terror e não tem sua própria identidade. Assim, os acontecimentos não parecem se conectar entre eles, e o perigo da vida e morte não se torna um perigo real enquanto acontece a história.
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O roteiro teve muitas ideias para contar a história e colocaram elas todas no filme, como: criatura de outra dimensão, outras realidades, personagens que viram assassinos, alguém por trás de tudo e o estereótipo da pessoa viciada em redes sociais. Então, tinham muitas ideias para se colocar durante o longa, mas que ficaram superficiais para a história.
Terror com mais cara de suspense e atuações que ajudam um pouco
Mesmo com problemas na história e as questões do estereótipo, as atrizes ajudam o filme e conseguem carregar até onde podem. Assim, Klara Castanho e Larissa Ferrara tem um destaque maior, e as suas atuações transparecem onde o longa poderia acertar com a história, além de segurar a história em momentos que poderiam deixar a desejar.
Outro destaque foi a atriz Duda Reis, a sua personagem era viciada em redes sociais e conseguiu transparecer muito bem para a narrativa. Contudo, é um dos trabalhos dela na vida real, então ela já estava acostumada a fazer essa pessoa. Dessa forma, não vemos ela se arriscar na atuação, mas ela conseguiu trazer uma identidade própria para a sua personagem, mesmo sendo no modo “fácil”.
Os pontos sobrenaturais do filme são mais para o lado do suspense, ainda que tenhamos rituais sobrenaturais e criatura de outra dimensão, isso não dá um medo do terror. Com isso, a história fica mais para um lado de suspense com mortes e perigos do que de fato um terror para assustar. Em nenhum momento eu me senti com medo ou com sentimento de pavor, mas isso poderia ser ajustado se não tivessem tantas ideias para o filme.
Vale a pena assistir “Apanhador de Almas”?
Não acho que o filme seja ruim, só vejo como um amontoado de ideias que deixa a sensação de poderia ser melhor. “Apanhador de Almas” é promissor, e poderiam ter contado uma história diferente, mas que colocasse o filme num caminho melhor. Assim, acho que quem quiser assistir é uma forma de conhecer como temos atrizes brasileiras ótimas, e que temos filmes além do estereótipo de só filmes de comédia.
Nesse sentido, é uma forma de entrar no gênero de terror para conhecer e se acostumar com a ideia dos sustos. Entretanto, vejo que é muito mais um filme de suspense do que de terror. Então, vejo que é bom assistir para ter sua opinião e conhecer um pouco do gênero aqui do Brasil.
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