Elas estão de volta aos cinemas, As Tartarugas Ninja, o grupo de heróis que faz parte da vida das pessoas e que habitam o nosso imaginário a anos. Dessa vez quem traz a história dos adolescentes ninjas com cascos e que amam pizza é Seth Rogen. Nesse novo filme somos introduzidos a uma origem interessante das tartarugas, que mescla um pouco de cada história anterior e cria sua própria personalidade.

Criados a partir de um derramamento de uma gosma tóxica e radioativa, pequenas tartarugas do esgoto de Nova Iorque acabam ganhando forma humanoide e habilidades especiais. Não somente eles, mas um rato bem esperto também acaba sendo contaminado e por puro instinto acaba “adotando”, criando e ensinando as tartarugas como sobreviverem nos esgotos.

História de Origem

A obra de Seth Rogen segue a planilha dos criadores, Peter Laird e Kevin Eastman, dando uma nova roupagem para os personagens. Rafael, Leonardo, Donatello e Michelângelo, tartarugas mutantes adolescentes, e que não por acaso são ninjas. Criados por um rato chamado Splinter, eles precisam primeiro entender seu lugar no mundo, e essa tarefa é bem mais difícil que lutar contra bandidos.

Uma das características mais interessantes desse novo filme é a abordagem social e antropológica em cima da existência das criaturas. Diferente do filme anterior, onde elas eram de laboratório, agora elas são de esgoto, e recebem seus poderes por acaso. Mas não por acaso elas acabam se tornando ninjas, como forma de autodefesa. Por outro lado, a origem da “gosma” é de um cientista que quer criar criaturas para serem suas companhias, e acaba dando origem a outros seres mutantes.

Nessa história todos os mutantes são novos, adolescentes ou jovens, e isso da uma rejuvenescida no filme, o que é muito legal. Além disso, a escolha dos traços para o desenho também é bem atual, lembrando bastante o Aranhaverso de Milles Morales.

Outro ponto que Seth escolheu dar uma origem um pouco diferente foi da repórter April O’neal, que nesse filme ainda não é jornalista, e está no ensino médio. Claro, ela ainda é repórter, mas do jornal da escola, e essa escolha também deixou o filme mais jovem. É uma oportunidade muito interessante de se conectar com um publico novo, não somente agradar a velha guarda.

Cena de combate em As Tartarugas Ninja

Roteiro funciona mesmo com problemas

A verdade é que o roteiro tem alguns problemas, e que apesar de não prejudicar o produto, são claramente perceptíveis. Um dos pontos é a relação entre as tartarugas e o mestre Splinter (que nesse caso aqui não é mestre). Como Seth escolheu dar a eles uma convivência muito mais familiar, entre pai e filhos, pode gerar um descontentamento de quem esperava um pouco mais. Os filhos adolescentes, que agem como tal, são reclamões e desobedientes, mas que no fim só querem poder viver a vida deles. Então, para quem espera uma relação de mestre e aprendizes, vai ficar decepcionado.

Porém, a maneira com Rogen decide construir a relação de irmãos funciona muito melhor dos que seus antecessores, onde o cerne da questão era a disputa pela liderança entre Leonardo e Rafael. Nesse caso aqui, a competição é muito mais sobre irmãos querendo atenção do que outra coisa, e isso é muito legal. Torna o filme mais leve, mais divertido, mais atraente pela história do que pela competição. Até mesmo a relação deles com os seus “inimigos” é muito mais divertida e leve, isso porque não temos (ainda) um vilão de fato malvadão.

Vale a pena assistir?

Para quem é mais velho, a nostalgia vai valer muito a pena, mas para quem está tendo o primeiro contato, vai ser muito mais divertido. Isso porque o filme é muito atual, muito moderno, antenado na maneira como os jovens de hoje vivem e convivem. Eles poderão muito bem se enxergar na tela do cinema, gerando uma identificação muito forte.

É um filme que os pais poderão assistir com os filhos, e cada um vai tirar uma experiência diferente, e que ao voltar para casa terão muitos assuntos para comentar. Vale a pena assistir no cinema, até mais de uma vez!

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