Wes Anderson é um dos diretores mais originais e inventivos da atualidade, e seu novo filme, Asteroid City, é mais uma prova disso. O filme é uma mistura de teatro e cinema, que narra a história de uma cidade fictícia no deserto americano nos anos 1950, onde acontecem eventos estranhos e divertidos.
O filme é dividido em duas partes: uma em preto e branco, que mostra os bastidores da produção, como se fosse um documentário; e outra em cores, que mostra a peça em si, como se fosse um filme. Essa escolha estética cria um contraste interessante entre a realidade e a ficção, e também permite que o espectador veja o processo criativo por trás da obra (não a obra do filme, mas a obra do teatro).
O roteiro é inteligente e bem-humorado, mas também confuso e caótico. Não há uma trama linear ou coerente, mas sim uma série de cenas desconexas e absurdas, que podem ser interpretadas de diferentes formas. O filme brinca com as convenções do gênero e desafia as expectativas do público. Não é um filme para quem busca uma história simples ou lógica, mas sim para quem gosta de se surpreender e se divertir.
Mas apesar de todas essas questões, Asteroid City brinca com muitas situações da vida real e da indústria do cinema. Existe até uma leve homenagem a “Marte Ataca”, quem é fã irá reconhecer. A sátira aos Estados Unidos e todas suas lendas urbanas a respeito de extraterrestres, e a maneira como tenta “esconder” isso também é presente.
LEIA TAMBÉM: Crítica – Além do Tempo
Elenco impecável garante ao filme qualidade em todos os aspectos
O elenco é um show à parte, com nomes consagrados como Tom Hanks, Tilda Swinton, Scarlett Johansson, Jeffrey Wright, Bryan Cranston, Edward Norton, Adrien Brody, Liev Schreiber, Maya Hawke, Steve Carell, Matt Dillon, Willem Dafoe, Sophia Lillis, Ethan Lee, Jeff Goldblum e Rita Wilson. Todos eles estão ótimos em seus papéis, mas o destaque vai para Jason Schwartzman, que interpreta o protagonista da peça. Ele consegue transmitir emoção e carisma em todas as suas cenas. E ainda temos a participação especial de Seu Jorge, que faz parte de uma banda que toca no filme.
Falando de fotografia, é um filme belíssimo, com uma paleta de cores deslumbrante. Uma mistura de Noar, Western e alguns filmes de ficção cientifica dos anos 1980. Além do luxo exuberante da maquiagem e do figurino. A maneira como Wes Anderson mescla os dois mundos, onde o mundo “real” é em preto e branco, remetendo a filmes como “Tempos Modernos” e no colorido a estilo Licorice Pizza.
Asteroid City é um filme que merece ser visto por todos os amantes da sétima arte. É um filme que entrega beleza exuberante com um roteiro inteligente e divertido. É uma obra de arte cinematográfica que ficará na memória para sempre.
