“Bicho Monstro” é uma produção brasileira, sendo o primeiro longa-metragem de Germano de Oliveira. O filme rompe com o convencional ao misturar elementos do realismo fantástico com terror para contar sobre uma misteriosa lenda passada em diferentes épocas históricas.
Uma lenda enigmática que une duas épocas distintas
Com direção de Gabriela Burck, a trama chama a atenção ao intercalar duas linhas temporais. A história começa em um vilarejo rural localizado no sul do Brasil, onde a pequena Ana (Kamilly Wagner) assiste a uma peça de teatro sobre um misterioso “monstro”, chamado Thiltapes.
Apesar de não saberem sobre a aparência real da criatura, eventos misteriosos começam a preocupar e estimular a curiosidade dos moradores, principalmente de Ana. Ela passa a investigar quem ou o que poderia ter atacado uma vaca, que acabou de ser vencedora de uma competição local.
Duzentos anos antes, acompanhamos um botanista (Pascal Berten) que fica obsessivo ao ouvir a história do misterioso animal e segue em uma expedição para encontrar esse ser lendário. A alternância entre as duas épocas tão distintas cria uma narrativa sem respostas fáceis, porém consegue nos envolver e causar momentos de tensão e nos questionar sobre o que é mito ou realidade.
Direção que explora a natureza, o mistério e o suspense
Um dos destaques do filme são os aspectos visuais, que utilizam cenários do interior gaúcho, como Santa Maria do Herval e Morro Reuter, para ambientar a narrativa.
A fotografia de Bruno Polidoro e a direção de arte de Gabriela Burck criam uma atmosfera poética, densa e sombria ao explorar matas, florestas, vilarejos e aspectos humanos com detalhes que exigem atenção. Cada elemento visual conecta o real com o místico, sugerindo que há algo além do que se vê.
Outro ponto de destaque é a mistura entre o realismo fantástico e o terror, que transforma a lenda Thiltapes em algo inquietante. Apesar de não haver gore ou elementos do terror convencional, alguns acontecimentos contribuem no fator psicológico e criam terreno para o mito e o medo. Desta forma, o desconhecido abre espaço para a imaginação e estimula o espectador a querer saber mais sobre a criatura.

Ritmo lento e falta de clareza desafiam a experiência
Bicho Monstro apresenta um ritmo lento em várias partes, marcado por poucos diálogos e ausência de explicações mais detalhadas. Além disso, a narrativa fragmentada causa confusão já que as transações de tempo não são claras.
Também é necessário ficar atento aos pequenos detalhes e se envolver no sentimento de cada personagem. Muitos elementos que separam entre o que é mito e verdade são apenas sugeridos.
Da mesma forma, a criatura central surge apenas no desfecho final, sem uma presença mais constante e explícita, frustrando quem esperava ansiosamente em descobrir a forma verdadeira do bicho.

Vale a pena assistir?
“Bicho Monstro” pode não agradar pela falta de respostas. Porém, conquista ao envolver o espectador com seu mistério, realismo fantástico e pela maneira sugestiva de como explora elementos de terror.
O longa também oferece uma experiência visual marcante, se destacando pelos cenários ricos e marcantes. Apesar de não entregar respostas fáceis, ela instiga a imaginação das pessoas. Sendo assim, é importante ter paciência e atenção aos pequenos detalhes, para não perder os momentos que destacam o mito e o que é real.
“Bicho Monstro” estreia em 25 de setembro nos cinemas brasileiros.
Imagem de capa – Daniel de Bem/Divulgação
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