Carro Rei é um dos filmes mais intrigantes que já tive a oportunidade de ver, a junção de temas e de temporalidades é excepcional. Claro, ter em seu elenco Matheus Nachtergaele é no mínimo garantia de boa atuação, mas sem surpresas o elenco inteiro é gracioso, plural, competente e nos entregam uma obra de arte.
Sob a direção de Renata Pinheiro, Carro Rei é uma mistura, passeia pelos estilos e pelos assuntos de maneira criativa e bem humorada. A história gira em torno de Uno (sugestivo, não?), um jovem de 19 anos que não gosta de carros, mas se vê obrigado a entrar no universo dos motores e carcaças para salvar o negócio de seu pai.
Sinopse
Uno tem um dom fantástico: ele consegue se comunicar com carros. Quando uma nova lei proíbe a circulação de carros velhos, e coloca a empresa de táxi do seu pai em perigo, o rapaz busca orientação com seu melhor amigo de infância, um carro de inteligência extraordinária. Junto com seu tio, um mecânico inventivo, eles armam um plano para burlar a lei, transformando carros velhos em “novos”. O carro renasce e seu nome é Carro Rei – um carro que pode falar, pode ouvir, pode até se apaixonar. Um carro que tem planos para todos.
Uma mistura de ficção cientifica, drama, humor, e claro, a brasilidade que é riquíssima. No começo eu pensei que o filme seria uma grande metáfora, e não deixa de ser, mas na verdade ele aborda o tema como se fosse de verdade, e isso é o que faz dele tão engraçado. Mas não se iluda, a história é sim de fantasia, algo não tão recorrente no cenário cinematográfico brasileiro, misturar tantos temas assim. Não atoa é o grande vencedor do Festival de Gramado 2021 nas categorias Melhor Filme, Melhor Direção de Arte, Melhor Som, Melhor Trilha Sonora e o Prêmio Especial do Júri para Matheus, pela sua atuação. Dessa forma, Já rodou o mundo e participou de mais de 30 festivais sendo sucesso em todos.
A fotografia do filme é simples, nada de CGI ou efeitos especiais, e essa situação do carro falar me lembrou muito o filme Meu Pé de Laranja Lima, onde uma coisa abstrata tem personalidade e voz. Ainda assim, no caso de Carro Rei ainda tem a similaridade com Christine, esse lado meio abusado e por que não perigoso. A pluralidade do elenco também é um mérito muito importante da direção desse filme, tão necessária nos dias atuais.
Vale a pena assistir?
Com roteiro de Sergio Oliveira, Leo Pyrata, Renata Pinheiro, é preciso observar bem as entrelinhas dessa história, e ver o que é possível de se retirar dela. Ou seja, uma crítica social muito bem amarrada, onde a comédia não serve somente de pano de fundo para as críticas, elas são usadas como forma de enfretamento e Emponderamento das ideias. Enfim, não há muito o que falar de um filme com a simplicidade e excentricidade de Carro Rei, se não dizer que vale a pena assistir. O filme chega aos cinemas em 30 de junho, com distribuição da Boulevard Filmes.
