“Espiral”, filme nacional, apresenta a família Barros, que tem sua vida em torno do mercado calçadista.
O filme começa morno, mas aos poucos faz o espectador se envolver naquela família e suas questões, que vão muito além dos negócios.
Em “Espiral“, o fim de um ciclo familiar, expõe feridas, segredos e afetos enterrados sob o couro e o suor da indústria calçadista de Novo Hamburgo. Um drama intenso sobre perdas, silêncios e a herança invisível que molda quem somos.
A produção é assinada pela Convergência Produtora em coprodução com a Bactéria Filmes e a Sala Filmes. Ainda conta com a Melancia Filmes como produtora associada, e distribuição da Contágio.
Com direção de Leonardo Peixoto, “Espiral” tem no elenco Gutto Szuster, Renata de Lélis e Marcos Verza.
Momento histórico como fator narrativo
O plano de fundo de “Espiral” é a indústria calçadista, predominante em Nova Hamburgo, conhecida como o capital nacional do calçado. Isto, desde o boom de 1960. A trama, iniciada em 1985, mostra três sócios fechando um grande negócio, que vai ditar a vida de todos e também o compasso do filme.
É nesse período produtivo do setor, que o casal Luiz e Vilma Barros e Sérgio Schimidt abrem uma fábrica de calçados, que vai crescendo e dando muitos frutos e lucros. E assim, a família Barros vai crescendo dentro desse cenário.
Assim como sofrearam com os impactos que a indústria recebe com o crescimento do mercado chinês em 1990.

Uma família como qualquer outra
Os Barros, eram uma família admirada, e também um exemplo por suas conquistas. Durante o filme, podemos ver como a casa deles estava sempre cheia, recebendo os funcionários da fábrica, sócio e amigos.
Embora, o patriarca Luiz, quisesse manter a família unida na mesa, e se preocupasse com o bem-estar de todos, incluindo seus funcionários, ao longo da história conhecemos os conflitos familiares.
A trama, aborda temas como relações entre pais e filhos, relação entre casal, LGBT, depressão, nem tudo de maneira aprofundada, mas cada tópico contribuiu para criar o conceito de cada personagem.

Narrativa não linear
O filme, conta sua história divida em anos, iniciando em 1985, passando para 2022, depois anos 2000 e 1994. Esses sãos os quatro anos em que a história se passa, e cada ano, ajuda a quem assiste a compreender mais em que momento estavam, e ao longo das cenas, cada desenrolar, ajuda a desvendar algumas lacunas.
Outro ponto importante, a se ressaltar, é a escolha do diretor, em alguns momentos era gravar ao mesmo tempo, cenas no passado e presente. Como se o passado fosse uma memória viva, em alguns momentos, cenas que se repetem, acontecendo lado a lado.
Essa escolha, contribui para dar um ar de nostalgia, maior do que se fosse utilizado o recurso de flashback. Como a casa da família é o cenário principal e também um personagem importante para história. Peixoto optou por planos abertos, o que de início dá uma estranheza, até compreender que é proposital, que os personagens em diferentes momentos apareça, na mesma cena.
O meu favorito, é mais próprio do fim, quando o filho do casal Barros, em sua versão mais nova, interage com sua versão adulta.

Vale a pena assistir, “Espiral”?
Espiral é um filme para a família, diria que é perfeito para um filme de “Sessão da Tarde”. No entanto, não tenho certeza que é uma escolha primordial para a sala de cinema. Caso, você tenha alguma conexão com o mercado de calçados e Nova Hamburgo, a experiência é para você, caso contrário, vale a pena aguardar o lançamento em algum streaming.
Por fim, “Espiral” estreia em 9 de outubro nos cinemas.
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Imagem de Capa: Bactéria Filmes / Reprodução