Com plot fraco, elenco apático e roteiro morno, versão de 2025 não tem força para agradar os fãs da franquia
A nova versão de Eu Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado, lançada em 2025, tenta reviver o espírito do clássico dos anos 1990, apostando na nostalgia e em uma narrativa que se mantém fiel ao roteiro original. Não é o primeiro e, infelizmente, não será o último longa a recuperar histórias clássicas que mereciam ser intocáveis, mas é, certamente, mais um dos exemplares de fiasco rebobinado.
Para não ser injusta e começar com os (poucos) acertos. O enredo segue o mesmo fio de culpa e perseguição que consagrou o longa anterior, preservando a essência de um verdadeiro slasher: jovens envolvidos em um segredo mortal, seguidos por um assassino misterioso em busca de vingança. Essa fidelidade ao material de origem é o principal trunfo da produção, que respeita a estrutura clássica sem tentar reinventá-la à força.
Outro aspecto positivo está na tentativa de modernizar o arquétipo da “final girl”, fugindo do estereótipo da protagonista virgem e inocente. Aqui, as personagens femininas são um pouco mais complexas, cometem erros e tomam decisões questionáveis — algo que, ainda que não traga grande profundidade psicológica, adiciona um toque de realismo à trama.
Apesar disso, o que poderia ser uma atualização interessante se perde diante de atuações fracas e pouco convincentes. O elenco, formado por Madelyn Cline (“Outer Banks“), Chase Sui Wonders (“O Estúdio) e Jonah Hauer-King (“A Pequena Sereia“) não consegue sustentar o peso dramático da narrativa. Falta carisma, química entre os personagens e, principalmente, um nome de destaque que sirva como chamariz para o público.
Vale a pena assistir “Eu Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado”?
Não bastasse um elenco que parece perdido na própria trama, os plots se desenvolvem de forma solta e sem contexto, com transições apressadas e reviravoltas que não criam a tensão necessária para prender o espectador. O filme parece querer surpreender, mas não constrói a atmosfera adequada para isso. O resultado é uma história que caminha sem ritmo, sem o suspense crescente que caracteriza um bom terror adolescente.
Por fim, a justificativa final do longa, o grande motivo por trás da vingança, não faz jus à trama original, antes aclamada por sua simplicidade e impacto. Aqui, a explicação soa artificial e mal amarrada, esvaziando o peso emocional e diluindo o medo que deveria marcar o desfecho.
“Eu Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado” (2025) é, portanto, um retorno morno a um universo querido pelos fãs de terror. Apesar de respeitar a base do original e tentar atualizar seus clichês, o longa carece de força, tensão e personalidade.
Crédito imagem de capa: Divulgação
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