O longa do diretor e ator italiano, Leonardo Pieraccioni, Faz de Conta que é Paris é uma comédia baseada livremente na história dos irmãos Michele e Gianni Bugli que nos anos 1980 levaram o pai doente a acreditar que estavam em uma viagem a Paris sem sair de casa.
Pieraccioni além da direção, divide o roteiro com Alessandro Riccio, que interpreta Bernardo, um dos filhos. O elenco conta ainda com Chiara Francini, Giulia Bevilacqua e Nino Frassica que foram uma ótima surpresa, isso porque o entrosamento dos atores, deram uma veracidade a história, fazendo quem assiste comprar a história e embarcar na viagem em família.
Primeiramente devo dizer que comédia não é o meu gênero cinematográfico favorito, por isso, sempre que tenho uma experiência positiva, fico feliz em ter aceitado o desafio. Principalmente quando preciso escrever a respeito dele, dito isso, vamos à crítica.

Comédia familiar, com ensinamento para a vida e um quentinho no coração
Toda família tem sua história, embora a máxima ‘família é tudo igual’ se aplique de uma forma geral, cada família tem suas próprias questões e, é exatamente desse ponto que Faz de Conta que é Paris começa.
A Família Cannistraci é composta por Bernardo, dono de um rancho com foco em hipismo, Ivana, dona de uma construtora e Giovanna, dona de um salão de beleza. Os três são filhos do professor Arnaldo Cannistraci, com quem não mantiveram contato por cinco anos.
A trama se desenvolve aos poucos, apresentando cada personagem, mostrando ao espectador a relação familiar nada amistosa, isso, pois já nos primeiros minutos vemos o trio ignorando as ligações do pai.
No entanto, quando descobrem o motivo da ligação, Bernardo, Ivana e Giovanna se encontram no hospital e descobrem o estado frágil da saúde do pai. E se veem na eminência de sua morte, com a tarefa de cuidar dele, esquecendo as mágoas que carregaram durante a vida.
Grande acerto do diretor e roteirista Pieraccioni foi a abordagem leve e como aos poucos foi revelando cada questão entre os personagens. O que pode parecer lento para alguns, ajuda você conhecer mais o personagem e criar a curiosidade sobre o que levou todos até ali.
Os Canistraci ainda que com diferentes modos de ver a vida e as mágoas, decidem embarcar nessa jornada de mentirinha até Paris, para oferecer ao pai a viagem dos sonhos. Porém, a viagem acaba sendo um divisor de águas para como cada um se enxerga e enxerga o outro.

Desenvolvimento dos personagens
Apesar de gostar de como a trama foi desenvolvida, os personagens decifrando os personagens aos poucos, eles possuem pouco desenvolvimento. Não existe uma apresentação da vida de cada um, ou muitas conversas que conte mais sobre suas vivências e por que suas vidas estão como estão.
Por outro lado, na questão da relação com o pai, a Ivana, por exemplo, tem uma revelação que somada há outras conversas com os irmãos é possível compreender. Todavia, no geral, a história de cada personagem não teve grandes detalhes, o que enriqueceria a trama.
Além do elenco principal, surgem personagens menores que estão lá, apenas para interação, e não agregam tanto. Assim como à vizinha de Bernardo, que é “responsável” pela ideia da viagem. Ela com frases de efeito planta a ideia na cabeça de Cannistraci, mas fora isso não tem grande importância.
Outros personagens são o núcleo do rancho de Bernardo, os vizinhos encrenqueiros, eles diferente da vizinha, trazem uma ação para o filme, como uma espécie de vilões da trama. O que funciona bem, mas também não tem um grande de desenvolvimento em relação a quem são e porque estão ali.

Praticidade sem efeitos especiais
O longa foi filmado em sua maior parte em um único cenário, o Rancho Cannistraci, local em que os irmãos fingem pegar uma longa estrada da Itália até a França.
Desse modo, o espaço serviu de cenário para a viagem, devido os irmãos criarem uma maneira de fazer o pai realmente acreditar na viagem. Como recriar cidades, por onde deveriam passar no trajeto. Esses cenários criados de maneira simples e divertidas ganhava veracidade, pelo fato de que o pai estar com baixa visão.
Com o espaço, as filmagens não precisaram de efeitos ou usar de muitos itens cenográficos. Isso, pois, grande parte das filmagens aconteceram no trailer em que fizeram a viagem.
Vale a pena assistir Faz de Conta que é Paris?
Sim, vale a pena assistir Faz de Conta que é Paris, um filme divertido que traz reflexões. O longa faz refletir sobre relações familiares, sobre a importância das pessoas na vida e sobre ser você mesmo. A família Cannistraci é cativante, aos poucos você se sente parte daquela família nada convencional. Mas, que com um empurrão do destino reaprenderam a se amar.
Faz de Conta que é Paris estreia em 14 de agosto de 2025 nos cinemas com distribuição Pandora Filmes
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