Será que perder a memória transforma uma pessoa em alguém diferente? Essa é uma indagação que “Filhos do Mangue” pode trazer. O longa dirigido por Eliane Caffé conta realidades de muitos ribeirinhos do país, assim como aborda temas como violência contra mulher, exploração de mão de obra e também exploração sexual.
A temática forte e importante cruza com a vida de Pedro Chão, personagem de Felipe Camargo, que é apresentado aos espectadores, ferido e sem memória sobre quem é ou o que fez. Primeiro surge a dúvida: a perda de memória é legítima? Ou será que está fugindo das responsabilidades? Segundo, com Pedro sem memória, como ficam seus atos?
Essas questões dialogam com a história durante todo o filme. Mostrando, além das mudanças na vida de Pedro, mas como de todos à sua volta, que tinham algum tipo de relação com ele.
Filhos do Mangue traz também no elenco, Titina Medeiros, Roney Villela, Jeniffer Setti, Thiago Justino, Genilda Maria, Pequena Cintilante, Luana Cavalcante e outros, além de pescadores, criadores de ostras e população local da comunidade de Barra do Cunhaú.

Além de dirigir, Eliane também é responsável pelo roteiro, ao lado do dramaturgo, Luis Alberto de Abreu. Fernando Muniz e Beto Rodrigues assinam a produção executiva. Pedro Rocha e Rodrigo Frota são os responsáveis pela direção de fotografia e direção de arte, respectivamente. A direção de produção ficou a cargo de Andrea Lanzoni.
A trama de “Filhos do Mangue”
Um homem violento e desregrado aparece ferido e sem memória em uma comunidade ribeirinha. A população o acusa de roubo e tenta, em vão, que ele recupere a memória e devolva o dinheiro. Em um julgamento popular, vem à tona uma trama que envolve violência doméstica, de gênero, tráfico de pessoas e desvio de verba pública. Condenado ao isolamento, ele busca um novo sentido para sua vida.

Pontos de Vista técnicos
Em “Filhos do Mangue” a luz ambiente foi atualizada nas suas filmagens, seja durante a luz do sol ou a falta de luz da noite. Assim, quem assiste pode se sentir imerso na realidade dos personagens ribeirinhos. Seja em meio ao mangue, nas margens do rio, a maneira que Eliane Caffé capturou a luz em suas cenas contribuíram para deixá-las mais coloridas ou até mesmo mais sombrias.
Bem como, utilizou o enquadramento close-up em diversas cenas, principalmente do personagem de Felipe Camargo, mostrando cada expressão que captava os sentimentos do personagem em determinadas cenas. Também para mostrar detalhes dos espaços, como os caranguejos andando no mangue e como os pescadores realizam sua captura. Outro aspecto foi a trilha sonora, muitas músicas ribeirinhas, algumas cantadas pelos próprios atores.
Os sons do mar, do vento também ajudavam a compôr a trilha. Visto que eles eram também parte dos efeitos sonoros nas cenas.

Além disso, vale destacar o roteiro que conseguiu conversar com os personagens, envolvendo assim, adultos e crianças na trama.
O que trouxe diálogos interessantes, também mostrando como as crianças apesar da pouca idade sentem influencia de tudo que ocorre em sua volta. Enfim, o roteiro foi livremente adaptado de um livro do escritor Sérgio Prado, “Capitão”, de 2011.
Vale a pena assistir Filhos do Mangue?
Sim, vale a pena assistir, o longa apesar de abordar temas fortes de uma realidade nem tão divulgada como deveria, tem seus momentos de leveza, ajuda a compreender como funciona cooperativas de pescadores, um ofício passado de pai para filho. Além da fotografia belíssima, Felipe Camargo consegue demonstrar em sua atuação toda dor do esquecimento e a descoberta da própria personalidade.
Filhos do Mangue estreia dia 17 de Julho em Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Fortaleza (CE), Niterói (RJ), Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Salvador (BA) e Natal (RN).
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