Física quântica e universos se colidem em Multiverso – Realidade Paralela, o novo filme de ficção científica da A2 Filmes. Em meio a teorias, a física e a ficção se encontram no longa, trazendo muito suspense em uma viagem pelo multiverso. Dessa forma, o longa canadense entra na onda dessa temática, porém, apresentando uma nova abordagem sobre o assunto.
Com 93min e dirigido por Gaurav Seth, o longa gira em torno de 4 brilhantes estudantes universitários que estão tentando comprovar a existência do multiverso e tentam se comunicar com alguma realidade paralela que seja semelhante a deles. Contudo, o que era apenas uma teoria, acaba por tomar grandes proporções durante um experimento. Agora, o inesperado acontece, e uma ponte entre as duas realidades começa a ameaçá-los.
Com Paloma Kwiatkowski, Munro Chambers, Robert Naylor e Sandra Mae Frank formando o elenco principal, o longa promete trazer ficção científica, misturado com drama e suspense. Confira abaixo o trailer de Multiverso – Realidade Paralela:
Sobre a história: um novo conto sobre o Multiverso
A teoria quântica sobre realidades paralelas às nossas é uma temática que vem ganhando força ao longo dos últimos anos. Alguns filmes que comprovam isso são Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo (2023), ou então alguns de super-heróis – como Doutor Estranho no Multiverso da Loucura (2022), Homem-Aranha: Através do Aranhaverso (2023) e Flash (2023). Estes são apenas alguns dos exemplos referentes a possíveis interpretações sobre o tema.
Dessa forma, o filme Multiverso – Realidade Paralela traz uma nova perspectiva sobre a teoria em si, sem se prender a quadrinhos ou universos cinematográficos. Assim, o longa apresenta uma trama fechada (começo, meio e fim), com uma construção linear, porém, com uma pitada de complexidade em sua narrativa – a qual é feita de maneira proposital. Nota-se que tal pitada é proposital pela maneira como o longa desenvolve seus enigmas, ou como alguns mistérios ganham forma através desta, por exemplo.
Portanto, o enredo de Doug Taylor e Michael MacKenzie tem uma mecânica interessante, a qual se desenvolve de maneira satisfatória com a direção de Gaurav Seth. O desenvolvimento do longa às vezes pode soar um pouco “forçado“, ou melhor: não tão natural.
Tal artificialidade se mostra muito presente principalmente pela maneira superficial em desenvolver alguns personagens. Em outras palavras: tem pouco tempo para a construção de alguns personagens, impedindo a elaboração da empatia com o público, ou então sentir algum resquício de compreensão sobre algumas atitudes.
Por fim, como um todo, o longa tem seus momentos interessantes e bem desenvolvidos. Porém, também possui seus momentos de superficialidade, principalmente quando se trata de desenvolver alguns personagens. Apesar disso, ainda não podemos dizer que são pontas soltas, uma vez que o final entrega o nó definitivo.
Multiverso – Realidade Paralela: um adendo sobre o clímax do filme
Como já dito, o longa possui uma trama fechada, com começo, meio e fim. Isso é um dos acertos do filme. Apesar de haver alguns furos de roteiro aqui ou ali, a história deste Multiverso ainda prende a atenção. Contudo, os fãs do gênero ficção científica podem ficar com um pé atrás, principalmente com o clímax do longa.
Já adiantando: não há spoilers, afinal, o problema do clímax não está em sua trama ou no lado ficção, mas sim na parte científica. Ou melhor, quanto a ciência que o longa constrói e reforça ao longo de todo filme. Dessa forma, ao final, essa ciência é meio esquecida, todas as teorias sobre as realidades paralelas foram deixadas de lado, para então trazer ao filme um assunto fora de seu tempo.
Não é ruim: quanto ao aspecto da trama, é interessante com um tom de reviravolta. Porém, quanto ao aspecto do gênero ficção científica, acaba pecando.
Aspectos técnicos do filme
O longa traz um tom mais azulado em sua palheta, em conjunto com tons mais frios ou claros, enfatizando algumas simbologias referentes a tristeza e luto, ou até mesmo ao clima frio após um certo evento.
Ao mesmo tempo, a produção consegue aquecer algumas cenas com outras cenas mais claras, apostando em tons mais quentes, mas suaves. Dando assim, uma sensação de aconchego, principalmente nas cenas entre a personagem de Sandra Mae Frank com sua mãe, em sua casa. Assim, novamente, reforçando a ideia de aconchego e segurança do lar.
Em outras palavras, a fotografia sabe ser humilde, modesta, mas tem seu poder em forma de suavidade, enriquecendo a experiência do longa em si. Mas não vai muito além disso, não havendo um trabalho mais elaborado entre as camadas, montagens dos quadros ou recortes das cenas.
Já a trilha sonora é simples e genérica, não marcando tanto na experiência. Entretanto, há um certo nítido: o uso do silêncio para enfatizar a perspectiva da personagem surda de Sandra Mae Frank. Esse cuidado é uma forma interessante de puxar o público para a perspectiva da personagem em si.
Afinal, o filme Multiverso – Realidade Paralela é bom?
Entre as complexas teorias quânticas sobre a possibilidade de existência de um multiverso, uma nova perspectiva dá vida a uma história. A trama de Multiverso – Realidade Paralela consegue ser, ao mesmo tempo, tanto diferente quanto semelhante a outras histórias.
Com um enredo construído linearmente, mas trazendo alguns elementos complexos para elaborar um mistério, a visão do diretor e a narrativa do roteiro se conversam e promovem uma experiência interessante. Contudo, os fãs de ficção científica poderão sentir algum receio quanto ao clímax e o final da obra. Mas se alguns detalhes forem ignorados, continua sendo uma boa experiência.
Portanto, apesar de umas incoerências e pseudo-clichês, o longa ainda inova com uma perspectiva diferente no tema Multiverso. Logo, vale a pena, sim, assistir Multiverso – Realidade Paralela.
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