Guerreiras do K-pop (K‑Pop Demon Hunters) é a nova animação original da Sony Pictures Animation, que traz uma divertida história sobre amizade, ação e muita música. Com direção de Chris Appelhans e Maggie Kang e roteiro de Danya Jimenez, Hannah McMechan, a trama mistura caça aos demônios com o universo do k-pop.

Guerreiras disfarçadas de idols

Primeiramente, a trama começa apresentando um trio de garotas que precisava caçar demônios e proteger a sociedade utilizando a música. Está tradição segue por gerações. Agora, Rumi (Arden Cho), Mira (May Hong) e Zoey (Ji-young Yoo) formam o trio Huntrix, uma girl group de grande sucesso que tem uma vida dupla. Fora dos palcos, elas seguem a missão de proteger seus fãs do Rei Demônio Gwi‑Ma. Para isso, elas precisam manter uma barreira mágica, chamada “Honmoon”, usando o poder das suas vozes.

Porém, Rumi esconde um segredo: Ela é descendente de demônio. A garota é filha de uma caçadora (mãe) e de um demônio (pai), o que a torna metade demônio. Diante disso, a sua voz começa a falhar após as marcas demoníacas começarem a se manifestar pelo seu corpo, afetando a missão de manter a barreira ativa. A protagonista também esconde esse segredo de suas companheiras por medo de ser rejeitada.

Guerreiras do K-pop
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Por outro lado, o problema das idols complica quando um boy group rival, que são demônios disfarçados, chega à cidade. Liderados por Jinu, um ex-humano que trocou sua antiga vida por poder, ameaçam roubar os fãs da Huntrix e ampliar o império de Gwi‑Ma. Assim, as nossas superestrelas precisam lidar com a fama, seus sentimentos e ainda salvar a sociedade de terem suas almas roubadas por demônios.

Entretanto, a conclusão da história perde parte de sua profundidade ao trazer uma resolução simplista, passando uma sensação de história curta, mal explorada e previsível. O roteiro desenvolve pouco alguns de seus personagens centrais, perdendo a chance de criar uma conexão com o público. Mira e Zoey, por exemplo, são pouco exploradas e servem quase que exclusivamente para proporcionar alívio cômico.

Heroínas plurais e uma missão

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A animação se destaca por trazer representatividade e colocar mulheres asiáticas no centro da narrativa. As protagonistas são inspiradas em ídols sul-coreanas, com visuais e estilos baseados no universo do k-pop. Mais do que apenas dança, estilo e beleza, o longa apresenta uma abordagem realista ao explorar diferentes personalidades e uma jornada única.

Em outras palavras, cada integrante do grupo carrega sua própria história, inseguranças, objetivos e forças distintas. Elas enfrentam desafios reais da indústria do entretenimento, como pressão, competitividade e autocobrança. Além das exigências da fama, o grupo feminino precisa lidar com batalhas emocionais e enfrentar inimigos sobrenaturais para proteger seus fãs de demônios.

Diante disso, as garotas do Huntrix sentem-se pressionadas a dar conta de tudo. Sendo assim, o filme passa a mensagem de que até idols e estrelas pop tem momentos de fraqueza e de vulnerabilidade. 

Animação futurista com referências do K-pop 

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O filme conta com uma estética visual vibrante e esterilizada, misturando elementos do k-pop com o toque futurista. Os ambientes estão bem detalhados e a paleta de cores mais escura criam uma atmosfera mais sombria no cenário onde os demônios vivem. A direção de arte também consegue passar as emoções das personagens através das cores e dos efeitos visuais. 

Os figurinos seguem os estilos icônicos do k-pop, representando a diversidade da música sul-coreana. As integrantes do grupo tem seu próprio estilo. Uma personagem utiliza de tons fortes e vibrantes, demonstrando ousadia; enquanto a outra que é mais romântica utiliza de looks urbanos e despojados. 

Outro ponto positivo, são as expressões cômicas que ajudam a transmitir as emoções dos personagens, através de carecas, olhos debochados e surpresas exageradas. Elas são usadas para deixar a história mais engraçada, aliviar momentos tensos e proporcionar leveza ao público.

Trilha sonora: Ídols na ficção e na realidade

O longa conta com uma trilha sonora original que guia a narrativa, mesclando o estilo vibrante do k-pop com elementos de ação e fantasia. As músicas expressam os conflitos internos de cada personagem, passam tensão em batalhas e revelam emoções. Ainda mais, a trilha conta com canções originais compostas por Marcelo Zarvos, além de faixas de grupos famosos como Twice e Exo.

A principal delas é “Takedown“, cantada por Jeongyeon, Jihyo e Chaeyoung do Twice, que impulsiona as cenas de ação e representa a força do grupo Huntrix. Aliás, a canção marca a primeira vez que o membros do grupo feminino participam diretamente da trilha sonora de uma animação internacional.

Além disso, a produção conta com faixas de outros artistas, como EJAE, Audrey Nuna, REI AMI, Lea Salonga, Danny Chung, Kevin Woo, Neckwav, samUIL Lee, Andrew Choi e Neckwav.

Vale a pena assistir?

Em suma, Guerreiras do K-pop é uma animação divertida, voltada para o público jovem e fãs do k-pop. A narrativa apresenta uma estética que mistura elementos de anime com animações mais esterilizadas e modernas, como Homem-Aranha: Através do Aranhaverso.

O filme entrega uma história simples, abordando temas como amizade e aceitação. Bem como incríveis performances, repletas de cores, dinamismo, figurinos vibrantes e coreografias musicais envolventes. A trilha sonora também é um dos pontos altos da produção, com fortes referências da cultura sul-coreana e canções originais interpretadas por estrelas do k-pop.

Por fim, Guerreiras do K-pop encontra-se disponível na Netflix