Human Lost, o filme baseado no clássico livro Declínio de um Homem, de Osamu Dazai, e aqui está a nossa crítica do longa.

A produção de Human Lost é do estúdio Polygon Pictures (Knights of Sindonia e Ajin), com a distribuição sendo feita pela Sato Company. O filme conta a história de um Japão futurista e distópico, no qual trabalha com os tem de longevidade e lutas de classes.

Crítica: Human Lost | A morte não é o fim e nem o começo
Imagem: Polygon Pictures

Em Human Lost acompanhamos a jornada de Oba Yozo, um homem que não consegue entender a humanidade e se considera um adulto fracassado. Atormentado pelos seus sonhos e com medo do que eles podem significar, Yozo se junta a gangue de motoqueiros do seu amigo, Takeichi.

O grupo de Takeichi temo objetivo de invadir o bairro dos mais rico, conhecido como de The Inside, mas essa missão não será fácil. E nesta jornada, Yozo, acabará descobrindo e vivenciado algo terrível que mudará sua vida.

A história

Crítica: Human Lost | A morte não é o fim e nem o começo
Imagem: Polygon Pictures

A história do filme é divida em três partes e ao decorrer dos 110 minutos de filme, somos apresentados a discussão sobre vida e morte em uma sociedade distópica. E como a falta de controle de suas vidas afetou as pessoas e assim, restou apenas as pessoas trabalhar por horas exorbitantes, já que a morte foi erradicada daquela sociedade. No mundo de Human Lost, a ciência conseguiu superar a morte, com o uso da nano tecnologia, porém o custo disso é perder sua humanidade.

Nesse momento surge Masao Horiki, o vilão do filme, que criou uma maneira de revelar o que restou do sobrevivente, um monstro conhecido como Perdido, ou Lost no original. Do outro lado, tem a organização S.V.E., sigla para Saúde e Vida Eterna, que cuida da curva de saúde da sociedade, mas ao mesmo tempo tem a função de manter o mais ricos vivos. E assim, começa uma batalha de ideias, na qual Yozo se vê jogado no centro.

Crítica: Human Lost | A morte não é o fim e nem o começo
Imagem: Polygon Pictures

Apesar de ser do protagonismo de Yozo, sua falta de perfeição e noção da realidade, atrapalham um pouco do desenrolar da história. Entretanto, apesar de funcionar muito bem no começo da história, a partir da segunda metade, de filme, esses problemas começam a impedir o andamento da história. O personagem segue por aquele caminho básico, sendo a chave para um algo maior, mas ele não se interessa por isso e decide por ser afastar de tudo.

Porém, a história do filme tem um sério problema, de já começar no meio do enredo daquele mundo. Não existe uma explicação de como aconteceu essa revolução científica para exterminar a morte ou muito mesmo quem são aqueles que “mandam“, nessa sociedade. Mesmo com filme explicando os conceitos de sci-fi e deixando de fácil entendimento, a falta de algumas explicações daquele universo conseguem deixar confuso algumas situações do enredo. Os personagens parecem ter algum passado, mas ao mesmo tempo o filme opta por não explorar isso, sendo uma decisão ruim.

Os personagens

Crítica: Human Lost | A morte não é o fim e nem o começo
Imagem: Polygon Pictures

Bom, aqui fica um trabalho difícil do filme, porque tirando Oba Yozo e Masao Horiki, existe uma falta de personagens para preencher algumas lacunas. Yoshiko Hiiragi até tenta, em alguns momentos, assumir a posição de protagonismo, enquanto Yozo não está pronto. Mas, mesmo assim, existe um impeditivo do roteiro que faz ela não ter essa função e no final, a personagem acaba só ficando nesse quase.

Outro personagem que aparece e não tem muita função é Shibuta, um personagem com um alto cargo na S.V.E. e parecia que teria alguma função no futuro do enredo, mas no final não aconteceu. Shibuta, se mostra como alguém que sabe o que ocorre naquele universo e que poderia explicar como o mundo chegou naquela situação. E no final, ele acaba sendo igual a Yoshiko prometeu muito e acabou entregando pouco.

Crítica: Human Lost | A morte não é o fim e nem o começo
Imagem: Polygon Pictures

Atsugi acaba sendo um personagem mais interessante em comparação com os dois anteriores, mas também sofre com a falta de explicações. Ele parece ter um passado com Horiki, uma certa rivalidade existe entre eles e sem muito contexto do porque, apenas podemos supor que as cicatrizes em seu rosto foram causados por Horiki. Atsugi, entretanto, consegue ser mais funcional e cumprir seu papel na história. Ele entrega tudo o que seu personagem pede, mesmo com algumas faltas de roteiro.

Além disso, contamos com alguns outros personagens de apoio, que servem para crescimento de Yozo e Horiki. Madam e Tsuneko, mãe e filha, cuidam do bar que Yozo mora e vive, dando apoio ao personagem sempre que necessita. Elas cumprem as suas funções e ajudam a elevar o personagem, em determinado momento do filme.

Já para Horiki, temos Shizuko que é a motivação para que ele siga este caminho e entre em guerra contra a S.V.E., ela também sofre com a falta de explicações. Mas, devido sua participação ser, relativamente, curta, isso não mudaria em muita coisa, porém ajudaria demais na história.

Vale a pena?

Crítica: Human Lost | A morte não é o fim e nem o começo
Imagem: Polygon Pictures

Essa pergunta será difícil de responder, o filme é interessante e apresenta discussões válidas para a sociedade, além claro de um belo trabalho de arte. O filme explica muito bem seus conceitos de sci-fi, o que ajuda para os mais leigos no tema e até mesmo quem só queria ver um filme diferente. Os design de personagens estão muito bem feitos, mesmo com a modelagem 3D não sendo muito fluída em certos momentos. Mas, quando a ação começa a animação brilha demais e esquecemos as falhas que aconteceram antes.

Porém, Human Lost possui uma grande falha na história que é o fato de começar andando e sem muitas explicações. Além disso, temos o problema da falta de ritmo na metade do filme, em determinado o senso de urgência que o filme aborda some. Não sei se a escolha da direção foi a mais acertada para este momento. Os personagens de apoio também são complicados, muitos deles serve apenas para cumprir funções momentâneas e após isso, ficam sobrando no decorrer do filme. Alguns conseguem se salvar, mas mesmo assim, desapontam no resultado.

Crítica: Human Lost | A morte não é o fim e nem o começo
Imagem: Polygon Pictures

Acredito que 110 minutos de filme, acabou sendo um exagero também. Facilmente dava para reduzir entre uns 20 e 30 minutos de filme para deixá-lo mais dinâmico, mas a direção decidiu por estender algumas partes para ficar algo mais contemplativo. Uma jogada interessante, mas ao mesmo tempo arriscada e podendo entediar o público médio.

Então sim, vale a pena assistir o filme se você quiser uma ficção científica diferente do normal e com algumas questões sobre o funcionamento da sociedade. Claro que, se os pontos negativos do filme te afetarem demais, sua experiência será um tanto ruim e sem muita emoção. Mas, se isso não for um impeditivo para aproveitar o filme, Human Lost será um entretenimento diferente do habitual.

Sinopse:

Tóquio, 2036: uma revolução no tratamento médico venceu a morte. Por meio de nano máquinas internas e o ‘S.H.E.L.L.’ sistema cuja rede controla os seres humanos. No entanto, esse sistema social consumado distorce a nação japonesa de várias maneiras: disparidades econômicas não resolvidas, decadência ética resultante de imortalidade, poluição ambiental grave e o fenômeno ‘Human Lost’.

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