Quão insano seria ser responsabilizado pelo desaparecimento de alguém que você ama?
“Insano” mostra que nem tudo é o que parece, no longa da A2 dirigido por Chip Joslin, o telespectador se depara com diversas questões. Entre elas, relação familiar, comunidade, crença no sobrenatural e condenação de um inocente, uma fórmula excelente, mas não gera tanto impacto quanto poderia. No entanto, o filme consegue trazer elementos que o aproximam dos fãs de filmes de terror, como personagens homenageando obras cinematográficas consideradas clássicos através dos tempos.
O filme de baixo orçamento trabalhou com o que tinha, e é possível enxergar a tentativa de um trabalho honesto, trouxeram um nome conhecido, como Eric Roberts, em um dos papéis principais. Com caracterizações básicas, onde vemos aquelas dentaduras usadas em festas de fantasia ou Halloween, acabam causando um grande impacto logo no início do filme. No decorrer das cenas, isso é contornado, mas o estrago já está feito, então fica difícil comprar a ideia de vampiros perigosos.
Além de Roberts, “Insano” tem no elenco Grace Patterson como Samantha Davis, Britt Bankhead como Jake Morgan e Samantha Reddy como Crystal Davis. Outros atores no filme incluem Jack Maxwell, Paul Kolker e Scarlett McAlister.

Uma cidade com lendas urbanas e muitos segredos
O suspense sobrenatural acompanha um veterano de guerra que retorna para casa após uma missão no exterior. Sua namorada prepara uma festa surpresa, mas a celebração é interrompida por um grupo de vampiros que pegam sua namorada. Porém, ele se torna o principal suspeito pelo desaparecimento de sua namorada e, posteriormente, é injustamente condenado e preso. Nove anos depois, ele sai do hospital psiquiátrico e retorna para casa em busca da verdade e para acertar as contas.
“Insano” ao primeiro olhar, não se leva muito a sério, os personagens começam conversas descontraídas, mas que já sugerem o que esperar. Já que eles estão a caminho de uma casa que tem fama de ser mal-assombrada. Não é simplesmente uma fama, ou uma história carregada por gerações, é sim um fato que na cidade. Pois, muitas jovens desaparecem sem deixar rastros, e, em sua maioria, esses desaparecimentos acontecem no local.
Todavia, o filme não mostra que isso chega a incomodar a cidade, apenas quando a filha do xerife Davis (Eric Roberts) desaparece, o assunto volta à tona. Por outro lado, o namorado é logo culpado pelo ocorrido, sem uma investigação, pelo menos não aconteceu uma em cena. Algo que eles respondem em uma conversa entre xerife e seu outro filho, justificando sua autoridade e que todos confiavam em seu julgamento e honestidade. Além do namorado acusado, os outros únicos sobreviventes foram o irmão da desaparecida e sua namorada, o que não ajudou o ex-soldado.
E na cidade, onde todos se conhecem, foi muito fácil acreditar em sua culpa, e não se indispor ou discordar do xerife que perdeu a filha. Principalmente quando o suspeito alega ter sido atacado por vampiros e que as criaturas foram as responsáveis por levarem sua namorada.

Elenco, desenvolvimento e referências
Como apontei no início da crítica, em alguns momentos o filme não parece se levar a sério, seja pelo baixo orçamento na produção, seja pela falha de desenvolvimento. Isso, porque dos primeiros minutos para o meio do filme, há uma melhora na atuação dos vampiros. Parecendo mais ferozes e letais.
Os personagens que mais se destacam são Bankhead, que teve um bom desenvolvimento quando seu personagem Jake Morgan sai da prisão. E então, começa sua caçada para descobrir o que aconteceu com Samantha. Roberts, por sua vez, tem um personagem caricato, um xerife de uma cidade do interior, que não tem limites para proteger o que acredita ser a verdade.
Outro personagem é o Dr. Stoker, interpretado por Jack Maxwell, um psiquiatra responsável pelo hospital em que Jake ficou internado por 9 anos. Alguém bem conhecido do Xerife Davis e com muitos segredos. Ainda vale ressaltar, Samantha Reddy, que interpreta Crystal, filha mais nova do Xerife, uma personagem que não teve muito desenvolvimento. No entanto, participa de toda ação da segunda metade do “Insano”. Ela também tem um bom envolvimento com Jake, a única a acreditar que ele não é culpado pelo caso da irmã. A dinâmica de Bankhead e Reddy é boa de assistir, o ex-cunhado querendo proteger a jovem, e ela se mostrando uma final girl, destemida que não gosta que digam o que fazer.
Além dos vampiros, o longa usa algumas referências, como podemos ver o Dr. Stoker, utilizando o sobrenome do renomado autor Bram Stoker, que apresentou ao mundo o Conde Drácula. Assim como uma referência à Psicose de Alfred Hitchcock, com a personagem Mary Loomis, uma das primeiras jovens desaparecidas da cidade. Mary Loomis também é o nome da filha de Lila e Sam Loomis em Psicose II, sobrinha de Marion Crane, morta por Norman Bates em Psicose.

Vale apena, assistir “Insano”?
Honestamente, não é um filme que assistiria duas vezes, um dos fatores: os vampiros parecem mais zumbis, agindo desenfreadamente, claro, uma escolha da produção. Em contraponto, no fim da trama, isso tem uma breve explicação. Em suma, se você é fã de vampiros e gosta de filmes B, vale sim. Caso goste de filmes com enredo mais elaborado e vampiros mais inteligentes e menos animalescos, definitivamente não é para você.
“Insano” está disponível para aluguel no Prime Vídeo.
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