Invocação do Mal 4: O Último Ritual chegou com tudo, trazendo o peso e a responsabilidade de encerrar a saga dos lendários investigadores paranormais Ed e Lorraine Warren. O longa promete ser o capítulo mais intenso e sombrio da franquia, reunindo possessões demoníacas, casos arrepiantes e o destino final do casal que marcou a história do terror moderno.
A direção fica por conta de Michael Chaves, que já trabalhou em Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio e A Freira 2. O roteiro é de David Leslie Johnson-McGoldrick, Ian Goldberg e Richard Naing. Estrelam a produção Patrick Wilson, Vera Farmiga, Mia Tomlinson e Ben Hardy.
James Wan, criador da franquia Invocação do Mal, continua fortemente ligado ao projeto como produtor e mentor criativo. Ele acompanhou de perto o desenvolvimento da trama, trabalhando em parceria com Peter Safran.
A história de Invocação do Mal 4: O Último Ritual

O filme inicia em 1964 com Ed e Lorraine jovens em seu primeiro caso sobrenatural. Lorraine já estava grávida e foi com seu marido em um antiquário. Ela passa mal e é levada às pressas para o hospital.
Em seguida, vamos para 1986, cinco anos após os eventos de Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio. Ed e Lorraine Warren (Patrick Wilson e Vera Farmiga) já praticamente aposentados, considerando que Ed sofreu um infarto, optaram por continuar somente dando palestras e tendo sua vida normal. Sua filha Judy (Mia Tomlinson) já está adulta e está namorando Tony Espera (Ben Hardy).
Entretanto, após alguns acontecimentos o sobrenatural acaba chamando os Warren de volta. Eles deverão enfrentar entidades misteriosas que testam seus limites, além de lidar com dinâmicas familiares em torno de sua filha Judy, que também possui dons paranormais.
Assim, a produção mergulha os investigadores paranormais em sua última missão, que é o aterrorizante caso da família Smurl, em West Pittston, Pensilvânia. A família alegava ser atormentada por forças sobrenaturais e buscava ajuda. Esse é um dos casos paranormais mais controversos investigados por Ed e Lorraine Warren. As manifestações sobrenaturais ocorreram entre 1974 e 1989 na cidade de West Pittston, Pensilvânia (EUA).
Um filme de terror que equilibra o dia a dia dos Warren com os casos sobrenaturais

Diferente dos filmes anteriores que não focavam tanto na família Warren em si, Invocação do Mal 4: O Último Ritual dá um maior destaque neste ponto. Não temos um filme de terror onde a história dos protagonistas pouco importa. Os Warren são uma família como todas as outras. Embora tenham sua vida voltada para o sobrenatural, também possuem suas comemorações, planos e questões familiares. Talvez um grande diferencial da franquia perto de outras de terror é em saber desenvolver os personagens, deixando eles mais próximos da realidade. Até mesmo porque o filme é baseado em personagens e histórias reais com uma pitada grande de ficção.
Temos grandes momentos de suspense e terror, com jumpscares e muito sangue, mas também temos cenas mais confortantes e algumas até cômicas, mostrando as relações e interações entre os familiares. James Wan deixou claro em entrevistas que fez questão de garantir que o quarto longa tivesse peso emocional e qualidade para encerrar a jornada de Ed e Lorraine Warren de forma digna. Segundo ele, o mais importante foi encontrar uma boa história para justificar o desfecho, e não apenas “fazer por fazer”.
Michael Chaves conseguiu equilibrar muito bem tudo isso, trazendo um filme fluido, onde nem tudo é sobre o terror. Ao aprofundar mais na história do casal e de sua filha, o diretor deixa o filme mais humano, sendo, de certa forma, uma homenagem de amor ao casal Warren e o seu legado.
Além do terror, o amor
Quando pensamos na franquia Invocação do Mal, a primeira coisa que vem à mente são os demônios, as casas assombradas e os sustos que grudam na memória. Mas, por trás da escuridão, existe uma chama que nunca se apaga: a história de amor entre Ed e Lorraine Warren. É ela que sustenta a saga, que dá humanidade ao horror e que transforma cada caso em algo maior do que apenas um embate entre o bem e o mal.
Ed e Lorraine não são heróis porque enfrentam espíritos vingativos ou entidades poderosas, eles são heróis porque enfrentam tudo isso juntos. O casamento deles é o verdadeiro núcleo da franquia, mostrando que, quando dois corações estão unidos, até a presença mais sombria perde parte do seu poder. James Wan sempre fez questão de mostrar que o sobrenatural é aterrorizante, mas o amor é ainda mais inabalável. No fundo, Invocação do Mal é um lembrete de que a fé, a coragem e, principalmente, o vínculo entre duas pessoas podem atravessar até os corredores mais gelados do medo.
Um elenco poderoso e fotografia

Patrick Wilson e Vera Farmiga continuam entregando seu melhor. É impossível pensar em outros atores interpretando os Warren. Existe uma química maravilhosa entre eles. Patrick continua entregando um pai protetor, corajoso e que também possui seus medos. Farmiga nem se fala, essa atriz merece todo um louvor cinematográfico. Ela dá um brilho especial em tudo o que faz.
Mia Tomlinson traz uma Judy Warren com potencial de ser aproveitada em alguma sequência. A personagem tem os mesmos poderes de sua mãe, e sofre todo um tormento desde nova em relação a ver espíritos e outras entidades. Ao seu lado está Tony Espera, personagem de Ben Hardy. Juntos eles entregam um casal interessante, ambos com traumas em suas vidas, o que daria uma boa sequência para a segunda fase do universo de Invocação do Mal.
Além disso, a fotografia do filme é muito boa, com gravações realizadas em locais mais claros, mostrando os momentos bons e em locais mais escuros, contrapondo com momentos ruins e de desespero. O trabalho de câmera conseguiu trazer bastante tensão nos momentos certos do filme. A trilha sonora completa a experiência trazendo muito suspense e tensão para todo o filme.
Vale a pena assistir Invocação do Mal 4: O Último Ritual?
Surpreendentemente, Michael Chaves conseguiu se redimir trazendo um filme poderoso com um desfecho digno para nosso amado casal Warren. Lembrando que foi Chaves fez sua estreia na direção de longas justamente com A Maldição da Chorona (2019), um spin-off dentro do universo de Invocação do Mal. O filme não foi muito aceito pela crítica, e inclusive alguns não consideram a produção como integrante desse universo.
Certamente a produção está entre uma das melhores da franquia e merece toda a atenção, não só dos fãs de terror e suspense, mas também de todos os espectadores. É lógico que ao aprofundar mais na vida sentimental dos personagens, nem sempre tudo é explicado, o que pode deixar certas brechas para filmes futuros.
Por fim, Michael Chaves dá um desfecho digno para os Warren em Invocação do Mal 4: O Último Ritual. O filme, que encerra a primeira fase do Universo de Invocação do Mal, traz suspense, terror e prova que a franquia nunca foi somente sobre sustos, assombrações e demônios. O filme também é sobre o amor de Ed e Lorraine Warren.
Invocação do Mal 4: O Último Ritual está em cartaz nos cinemas.
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Crédito da capa: Divulgação Warner Bros.
