Iracema – Uma Transa Amazônica distribuído pela Gullane+, o filme volta aos cinemas no dia 24 de julho com cópia restaurada. O longa teve seu lançamento em 1975, por conta da Ditadura Militar só chegou ao Brasil em 1981. A história conta sobre Iracema (Edna de Cássia), uma mulher que precisou entrar no mundo da prostituição e conheceu o caminhoneiro Tião (Paulo César Peréio).

Assim, eles partirão em uma viagem pela rodovia Transamazônica, mas rapidamente o caminhoneiro deixa Iracema num prostíbulo de beira de estrada. Dirigido por Jorge Bodanzky e Orlando Senna, o filme mostra uma realidade presente em muitos estados brasileiros, e como a prostituição era o caminho para muitas mulheres.

Além de mostrar como muitas mulheres entravam no mundo da prostituição, Iracema – Uma Transa Amazônica também retratou grilagem de terras, desmatamento, queimadas e miséria. Dessa forma, o longa-metragem chama muita a atenção para pontos importantes, e como a realidade brasileira era completamente diferente do que alguns pensavam.

Filme Iracema
Imagem: Divulgação

Uma história para entender o Brasil

A história de Iracema é um ponto importantíssimo para entender o país, e ver como a Ditadura Militar tratava o povo longe dos grandes centros urbanos. Assim, a personagem precisa encontrar formas de sobreviver, e vê a prostituição como uma alternativa e começa a vivenciar como os homens tratam muitas mulheres. Tião também é uma representação bem típica de muitos caminhoneiros e que tinham muitas vidas viajando pelo Brasil.

Com isso, um ponto que chama bastante atenção é que no caminhão do personagem há a famosa frase “Brasil: ame-o ou deixe-o”. Um dos principais slogans da Ditadura Militar e que virou símbolo para quem gosta de um dos piores momentos da história do país.

Nesse sentido, o filme retrata o Brasil de mais perto, e toca numa região pouco explorada pelos cinemas brasileiros. Com isso, a Rodovia Transamazônica também é um dos pilares do filme, e também é um personagem para contar a história.

Homens e sua forma de ver as mulheres

Mesmo sendo um filme sobre Iracema, a direção consegue mostrar como os homens enxergam as mulheres. Sendo assim, vemos como todos se acham donos delas, bem como, piora no sentido dela trabalhar como uma profissional do sexo. Assim, os homens do longa tratam todas como se fossem descartáveis e só querem utiliza-las para o seu bem entender.

Tião e outros personagens masculinos sempre tratam as mulheres da pior forma possível, e em muitos momentos batendo ou tratando elas como lixo. Dessa forma, o filme aborda uma comportamento muito comum dos homens, principalmente naquela época, e tinham poucos olhares para uma realidade tão dura.

Mesmo sendo de 1975, Iracema tem algumas críticas na forma como os homens tratam as mulheres, porém ficam no superficial e não chegam a apresentar claramente. Entretanto, é uma maneira de observar como isso era tratado naquela época, e como hoje veríamos diferente esse filme se fosse lançado recentemente.

Vale a pena assistir Iracema – Uma Transa Amazônica?

O filme é um ótimo olhar para aprender sobre o Brasil, e coloca uma visão diferente para quem não é acostumado a assistir filmes antigos. Assim, a copia restaurada poderá ser um chamativo para quem tem esse medo de não gostar por conta da imagem, e um longa de 1975 que precisou batalhar para chegar ao seu país de origem é um ponto importante.

Iracema não trata apenas de uma jovem, mas uma visão de como o país já teve diversos pontos e retratos. Nesse sentido, Iracema pode ensinar sobre como o país é muito amplo, e cheio de dilemas. A história é uma boa forma de contar sobre nós mesmos e como queremos retratar o Brasil.

Iracema – Uma Transa Amazônica chega aos cinemas quinta-feira, dia 24 de julho, e é um ótimo olhar para entender sobre o nosso país.

Para mais textos e notícias do universo geek sigam o GeekPop News no Instagram e Facebook.