Jardim dos Desejos é um produção de suspense/drama, sendo um dos filmes mais recentes do diretor Paul Schrader, responsável por obras como Taxi Driver, Gigolô Americano e O Contador de Cartas. O diretor é conhecido por tratar em suas produções a história de um homem solitário, que enfrenta algum tipo de crise existencial.

A direção e o roteiro é de Paul Schrader. No elenco temos Joel Edgerton(Obi-Wan Kenobi), Quintessa Swindell (Adão Negro) e Sigourney Weaver (Alien e Avatar).

A história de Jardim dos Desejos

No filme, Narvel Roth (Joel Edgerton) trabalha como um jardineiro. Além de um excelente profissional, e um ótimo entendedor de plantas, ele também é muito cuidadoso em tudo que faz. Todas essas habilidades agradam e muito a viúva e rica senhora Haverhill (Sigourney Weaver), dona da propriedade histórica onde Narvel trabalha.

Contudo, essa boa relação começa a ficar abalada quando Haverhill pede para ele aceitar como aprendiz uma jovem sobrinha, que até então dificilmente aprenderia a arte de cuidar das flores. Entretanto, Maya (Quintessa Swindell) possui um histórico de rebeldia, e com isso, acaba despertando um passado secreto e enterrado de Narvel.

Até nos jardins mais bonitos e tranquilos, podem possuir um histórico oculto de violência, trazendo uma ameaça para todos.

Um filme lento com uma profundidade pertubadora

Jardim dos Desejos é uma produção lenta que vai se desenvolve em torno do drama pessoal dos personagens. Temos um homem sozinho, com um passado sombrio e cheio de marcas em seu corpo que mostram o motivo de ter seguido uma outra vida. Além disso, temos a dona do jardim, uma senhora poderosa, fria, que não se envolve muito com as pessoas, inclusive com seus familiares. E por fim, temos a jovem sobrinha, que também possui um passado complicado, com histórico de rebeldia.

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Haverhill (Sigourney Weaver) e Narvel Roth (Joel Edgerton). Imagem: Divulgação

Se pensarmos bem, a produção é um retrato da vida real. Todos nós temos nossas questões sombrias, e buscamos, na maioria das vezes superá-las em busca de uma redenção. Assim como na metáfora do jardim, o ambiente principal do filme, se tratarmos as plantas da forma correta, bem como os nossos traumas ou outras questões que nos assombram, teremos bons resultados. Iremos dessa forma florir. Entretanto, qualquer deslize pode fazer com que determinado passado já tratado, retorne, trazendo graves consequências, destruindo assim, todo o jardim cuidado.

A forma como que todos os personagens agem, parece friamente calculado pelo diretor. Cada respiração, cada olhar, tudo isso contribui para que o filme que é em geral leve e florido, mostre a profundidade dos personagens que chega a perturbar. Afinal de contas, o diretor tem uma longa experiência em fazer produções desse tipo.

Faltou um pouco mais ousadia

Provavelmente, Jardim dos Desejos acabará passando despercebido por muitas pessoas. Aos que forem assistir, poderão entender apenas com um drama leve, com um pouco de romance e uma questão policial e fim.

A produção é boa, traz uma mensagem muito interessante de busca pela redenção, deque até mesmo a pessoa mais fria e cruel, possui uma chance de redenção, de encontrar um novo caminho e florescer. Entretanto, o diretor poderia ter sido um pouco mais ousado ao tratar as relações no filme. É tudo muito calmo e frio. Até as tensões amorosas/sexuais entre os protagonistas é friamente calculado.

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Maya (Quintessa Swindell) e Narvel Roth (Joel Edgerton). Imagem: Divulgação

Em relação á intepretação dos atores, destaco a atuação de Joel Edgerton. Ele conseguiu construir e entregar um personagem que diante de todo o seu passado, parece controlar até a sua respiração, de modo a se encaixar no ambiente onde agora o personagem vive. Quintessa Swindell e Sigourney Weaver também contribuem com ótimas atuações, que fazem com que os três personagens sejam tão emblemáticos, com personalidades tão distintas e fortes.

A fotografia do filme é outro ponto de destaque. Ao ambientar em um cenário repleto de flores, a produção tem um tom leve e tranquilizador, juntamente com a trilha sonora que ficam em contraste com os problemas internos de cada personagem. Cabe ressaltar que Narvel Roth e a senhora Haverhill parecem personagens do passado que estão em um mundo atual. Todo esse cenário de casarão com grandes jardins contribuem também com esse contraste com a chegada de Maya.

Diante disso, vale a pena assistir “Jardim dos Desejos”?

O novo filme de Paul Schrader, distribuído pela Pandora Filmes entrega uma boa reflexão, uma ótima intepretação e cenários bonitos. Embora seja um pouco lento e com um roteiro não muito ousado, a produção poderá agradar os espectadores que buscam um filme mais “leve”.

Jardim dos Desejos estreia dia 30 de junho nos cinemas nacionais.

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