“Lobisomem”, produção da Blumhouse, é mais um dos filmes integrantes do Monsterverse, que possui como primeiro filme o remake “O Homem Invisível (2020)”, que também é do diretor Leigh Whannell.

A produção é vendida como uma reimaginação arrepiante do clássico monstro da Universal “O Lobisomem”.

A direção do filme é de Whannell a partir do roteiro de Whannell & Corbett Tuck, Lauren Schuker Blum & Rebecca Angelo (Dinheiro Fácil). No elenco, interpretam a família aterrorizada pelo Lobisomem: Christopher Abbott (Pobres Criaturas), Julia Garner (Ozark), Matilda Firth (Hullraisers). O elenco conta ainda com o ator Sam Jaeger (The Handmaid’s Tale).

Lobisomem é produzido pelo fundador e CEO da Blumhouse, Jason Blum, e tem produção executiva de Ryan Gosling, Ken Kao, Bea Sequeira, Mel Turner e Whannell. Lobisomen é uma produção da Blumhouse e Motel Movies.

Um filme sobre trauma, superação e relacionamentos abusivos

O filme inicia com o personagem de Blake (Christopher Abbott) ainda criança com o seu pai, sendo perseguidos por um Lobisomem. Anos depois, Blake, já adulto, vive com sua filha Ginger (Matilda Firth) e sua esposa Charlotte (Julia Garner) em um relacionamento frio e distante. Ele faz de tudo para dar uma vida boa para a filha, repleta de carinho, compreensão e muito amor. Esse é um foco importante no filme, por mais que ele faz de tudo para ser um bom pai, ás vezes acaba repetindo atitudes de seu pai com sua filha.

Um dia, ele recebe a informação que o estado de Oregon considerou seu pai como morto, devido ao seu desaparecimento. Desse modo ele vai com sua família para a casa onde morava no Oregon para empacotar as coisas do falecido. Entretanto ao chegar em Oregon eles se deparam com uma criatura assustadora e se tornam alvos de um lobisomem mortal.

Lobisomem capa 2025
Imagem: Divulgação

A criatura fere Blake, mas eles conseguem fugir para a casa e viram prisioneiros, pois o monstro está na parte de fora da casa, tentando invadir o local.

Durante todo o filme, vamos acompanhando a transformação de Blake no monstro, em um Lobisomem que foge totalmente do personagem do filme de 1941. Vemos o homem se transformando em monstro e perdendo aos poucos todos os seus traços de humanidade. Mas, mesmo sofrendo por todas essas mutações, Blake ainda tenta proteger sua família do outro monstro que os persegue.

Em suma, o que temos nesse filme é sobre superar os traumas do passado para não repetir os mesmos erros com seus filhos.

Um elenco de peso mas com um roteiro fraco

Christopher Abbott e Julia Garner entregam ótimas atuações, bem convincentes mas que são prejudicadas pelo roteiro que é bem bem fraco.

Como já falado, a produção é uma reimaginação da história clássica. “Lobisomem” foge da história clássica da mesma forma como o filme “O Homem Invisível (2020)” fez.

Não temos nada sobre o lado místico do Lobisomem e sua relação com a lua. A produção não se preocupa em falar a origem do monstro e nem tenta explicar um pouco mais sobre o passado de Blake ou do Lobisomem anterior.

Lobisomem foto 1
Imagem: Divulgação

O Lobisomem na produção é praticamente uma metáfora de que um homem pode se tornar o seu maior inimigo, pode se tornar o vilão da história e todo o impacto que isso pode causar para sua família. O Lobisomem é uma doença que é passada de uma pessoa para outra através de um corte. É como se as coisas ruins do pai fossem passadas para o filho, e cabe ao filho superar esse trauma ou repetí-lo para as outras gerações.

O diretor se preocupou em aprisionar a família na casa de forma muito rápida para que pudessem sofrer o máximo possível com os fantasmas e traumas do passado.

De toda forma, o filme tem cenas bem interessantes e cenários bonitos quando realmente visíveis, considerando que a maior parte do filme ocorre à noite, em ambientes muito escuros e claustrofóbicos.

Vale a pena assistir “O Lobisomem”?

“O Lobisomem” é um filme legal, mas que não consegue trazer toda a grandiosidade da criatura clássica. Recomendo que assistam sem fazer comparações com o filme original. A produção é muito mais sobre as relações humanas do que sobre o Lobisomem em si.

De toda forma, como um bom filme de terror, temos muito sangue, cenas bizarras e alguns sustos. É um filme que dá para ser visto no cinema, mas que não deixará sua marca como um monstro da Universal.

Por fim, “O Lobisomem” está em cartaz nos cinemas brasileiros.