Sensível, profundo, plural ao mesmo tempo que único. A obra do diretor Arnaud Desplechin, Loucos por Cinema!, traz um retrato vivido da história e importância do cinema aos olhos do espectador que o aprecia.

Sobre o Filme

Um documentário metalinguístico, o diretor francês utiliza o próprio cinema para falar do mesmo. Enquanto, utilizando de fatos históricos sobre filmes, constrói uma narrativa fictícia através das suas experiências pessoais com o cinema. Em Loucos por Cinema!, conhecemos o pequeno Paul Dédalus, que levado pela avó e Delphine e sua irmã mais velha, descobre a magia do cinema pela primeira vez.

E então acompanhamos não só o desenvolvimento do menino em se tornar um homem, mas também o amadurecimento do seu amor pelo cinema. Desde a primeira vez em que sentou perante a grande tela, ao momento que decidiu apreciar a obra direto da sala de transmissão.

Além da trajetória de Dédalus, interpretado por cinco atores diferentes, ouvimos os depoimentos de cinéfilos anônimos dos mais variados contextos. Conhecemos aqueles que preferem o acento especial da sessão, os que gostam de olhar para a tela e a multidão durante o filme. Aqueles que se debulham em lágrimas, e os que não ousam chorar.

O retorno ao primeiro amor

Loucos por Cinema! é uma obra lírica que nos traz a memória a importância e o impacto do cinema na vida dos espectadores.
Paul Dédalus e a avó em Loucos por CInema!
Créditos: Divulgação – Filmes do Estação

Enquanto explora suas memórias através do alter-ego Paul, Arnaud nos convida a relembrar quando entramos na sala cheia de poltronas pela primeira vez. O que sentimos ao sermos envolvidos pelas histórias ali narradas. Impossível não nos questionarmos e lembrarmos, assim como os anônimos, como foram nossas experiências em frente aquela tela.

Nesse ínterim, o cinema se desenrola como um pergaminho de histórias se revelando aos que contemplam a obra. Loucos por Cinema! desperta o amor e a nostalgia em cada momento, seja na qualidade da fotografia impecável até as histórias contadas, reforçando que nenhuma experiência é única, mas, ao mesmo tempo, muito comum.

Arnaud Desplechin, com uma direção lírica, embala o roteiro com uma maestria que somente quem sentiu a história saberia desenvolver. Ressalta também a importância da televisão na disseminação da cultura cinematográfica, até porque foi por onde o diretor começou.

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