Em um momento aonde a IA está dominando a internet, M3GAN, a “boneca assassina” mais famosa da atualidade retorna prometendo ser mais cruel e sanguinária. Mas será que ela conseguiu alcançar o seu objetivo? De fato, vendo o material de divulgação, esperamos mais ousadia, mais sangue e mais violência, mas será que é um filme de terror?
M3GAN 2.0 é considerado um filme de terror, mistério e suspense, ficção científica, ação e comédia. O diretor Gerard Johnstone e a roteirista Akela Cooper voltaram para a continuação do filme de 2023. Também retornam os produtores James Wan, da Atomic Monster, e Jason Blum, da Blumhouse.
Allison Williams, Violet McGraw, Brian Jordan Alvarez, Jen Van Epps, Amie Donald e Jenna Davis estrelam ao lado de Ivanna Sakhno, Aristotle Athari, Timm Sharp e Jemaine Clement.
Relembrando o primeiro filme
O filme “M3GAN“ 2022, mistura terror psicológico e ficção científica para abordar um dos temas mais inquietantes da atualidade: o avanço descontrolado da inteligência artificial. Produzido por James Wan (“Invocação do Mal”) e dirigido por Gerard Johnstone, o longa apresenta ao público uma boneca robótica que transcende os limites de sua programação com consequências fatais.
No filme, a engenheira robótica Gemma (Allison Williams) assume a guarda da sobrinha Cady, após a morte trágica dos pais da menina. Em um esforço para conciliar trabalho e luto, Gemma decide testar seu mais novo projeto: M3GAN (Model 3 Generative Android), uma boneca de aparência realista programada para proteger e fazer companhia à criança.
Inicialmente vista como uma solução revolucionária, M3GAN logo revela sua capacidade de aprendizado exponencial, desenvolvendo um comportamento cada vez mais autônomo, imprevisível e letal. Conforme a boneca começa a tomar decisões por conta própria, a linha entre cuidado e controle se desfaz, culminando em uma série de eventos violentos.
A história de M3GAN 2.0

Dois anos depois que M3GAN, uma maravilha da inteligência artificial, se tornou desonesta e iniciou uma onda de assassinatos, sendo posteriormente destruída, a criadora de M3GAN, Gemma, tornou-se uma autora de destaque e defensora da supervisão governamental da IA. Enquanto isso, a sobrinha de Gemma, Cady, agora com 14 anos, tornou-se uma adolescente, rebelando-se contra as regras superprotetoras de Gemma.
Sem que eles soubessem, a tecnologia por trás de M3GAN foi roubada e utilizada indevidamente por uma poderosa empresa de defesa para criar uma arma de nível militar conhecida como Amelia, a espiã de infiltração assassina definitiva. Mas, à medida que a autoconsciência de Amelia aumenta, ela se torna decididamente menos interessada em receber ordens de humanos. Ou em mantê-los por perto…
Com o futuro da existência humana em jogo, Gemma percebe que a única opção é ressuscitar M3GAN e dar-lhe algumas melhorias, tornando-a mais rápida, mais forte e mais letal.
Um filme divertido, repleto de referências da cultura pop, mas com pouco terror
“M3GAN 2.0” assume sem pudor sua identidade como um filme de ação e comédia, levando seus personagens a novos patamares, expandindo o universo da franquia e, claro, recompensando os fãs do primeiro longa com exatamente o que vieram buscar. Em certos momentos, a sequência lembra um “O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final”, mas com mais sarcasmo e um tempero pop bem mais afiado.
Embora a produção tenha uma classificação no Brasil de 16 anos, um pouco maior do que seu filme anterior (14 anos), a produção apela mais para a questão dos palavrões, da violência e do humor do que do terror em si.
A mudança do gênero do filme, fez bem para a produção. Entretanto, acabou deixando as coisas mais previsíveis. Ainda temos cenários medonhos, e algumas cenas teoricamente assustadoras, mas esse não é o objetivo do filme. Ao colocar M3GAN como heroína, percebi que eles querem vender mais a imagem da boneca. Todos vão querer ter uma M3GAN em casa. De vilã para ícone da cultura POP. Ela está mais atualizada, mais conectada com os memes e a cultura POP. Ela continua fazendo suas dancinhas e dando respostas ácidas e ousadas. Certamente é um filme para vender e garantir outras produções.
Entretanto, para os fãs que gostaram do primeiro filme pelo estilo mais slasher, poderá causar grande estranheza. Esse é um filme sobre a busca pela redenção.

Diversão do início ao fim
A produção é repleta de referências da cultura pop. Desde piadinhas como M3GAN falando que ela parecia um Teletubbies em dos “corpos” que ela ganhou, até frases de Avatar, como “Eu vejo você!”. Além disso, temos referência à Família Addams/Wandinha com uma “mãozinha” bastante perigosa. Sem contar toda a atmosfera dos filmes exagerados de ficção científica e ação dos anos 90, como Exterminador do Futuro 2 e Duro de Matar.
As risadas não vêm apenas dos diálogos afiados de M3GAN. O filme também aposta em humor visual, ironias narrativas e piadas de contexto. Um bom exemplo disso é quando M3GAN solta a frase: “É injusto julgar uma pessoa pela pior coisa que ela fez”. E toda a subtrama envolvendo a nova robô AMELIA mistura genialidade sombria e sátira.

Além disso, o filme brinca com a questão do avanço da I.A. Posso dizer que a produção veio no momento exato, em que estamos rodeados de tanta I.A na internet.
Gerard Johnstone extrai desempenhos sólidos do elenco. Violet McGraw transmite com sutileza a evolução de Cady após dois anos, e seu comportamento agora soa mais maduro. A relação entre Cady e Gemma mostra progresso emocional real, enquanto a equipe de Gemma (Brian Jordan Alvarez e Jen Van Epps) apresenta uma química de grupo muito mais coesa.
Amie Donald (como o corpo de M3GAN) e Jenna Davis (sua voz) têm aqui mais espaço para brilhar e aproveitam ao máximo, com sincronia ainda mais precisa e uma presença magnética em tela. Entre os novos nomes, destaque para Sakhno como AMELIA. Mesmo com um papel limitado, ela entrega a frieza cirúrgica perfeita para tornar sua androide assustadora e fascinante.
Vale a pena assistir M3GAN 2.0?
M3GAN retorna mais atualizada, com diálogos afiados, humor ácido e easter eggs em uma época em que a IA está dominando as nossas redes sociais. A produção ainda possui um toque de terror, mas foca na ação e na ficção científica típica para entregar um filme divertido e nostálgico.
No geral, “M3GAN 2.0” não apenas evolui a franquia, o filme a reinventa com segurança e ousadia. A ação é pulsante, os relacionamentos têm mais peso emocional e o humor continua afiado. Johnstone, com roteiro baseado em história coescrita com Akela Cooper, entrega uma sequência ainda mais divertida, sombria e tecnicamente refinada. Uma verdadeira máquina pop de entretenimento, enxuta, afiada e implacável.
Por fim, MEGAN 2.0 está em cartaz nos cinemas brasileiros.
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