Como seria se um filme se dispusesse a unir dois eventos totalmente opostos e transformar em uma curiosa aventura. Nelly Rapp: O Espelho da Morte certamente conseguiu transformar essa ideia em um filme para a família.
Dirigido por Johan Rosell, O Espelho da Morte, é o segundo filme, da franquia. Nelly Rapp apareceu em “As Aventuras Assombradas“.
Já no primeiro filme da franquia, o telespectador conhece Nelly (Matilda Gross). Ela é uma garotinha, que vive com seu pai, e convive com a morte da mãe, ocorrida quando ainda era um bebê.
Aventura Natalina e Assombrada
Muitas vezes é fácil conquistar o espectador com filmes, com classificação de 12 anos. Isso se dá ao fato de grande parte deles serem produzidos pensados para agradar toda família. Nesse aspecto, só posso afirmar que o longa atingiu o feito com êxito.
Nelly é uma garota curiosa, mas muito sozinha, o que para ela, não parece um problema. Ainda mais, quando descobriu que era de uma família de agentes de monstros, ou caçadora como nosso conhecido amigo Van Helsing.
Agora, a pequena agente está de volta a casa de seu tio Hannibal, junto do pai,e seu fiel escudeiro o cachorro, London. E também a namorada do pai Leila e seu filho Valle. Essa nova configuração familiar, não está fácil para Nelly, que tem medo de sua mãe ser esquecida.
Sinopse
Em “Nelly Rapp e o Espelho da Morte” você acompanha Nelly e seu cachorro London enquanto eles se aventuram na Floresta Negra. Em busca do Espelho da Morte, viagem os leva cada vez mais fundo na floresta, até o local onde a mãe de Nelly desapareceu.
Sensível e agradável
A direção acertou o tom, o filme tem um equilíbrio de leveza e mistério. A narrativa deixa pequenas lacunas que acabam por ser preenchidas a cada avanço dado pela protagonista. A trama aborda temas delicados, como luto, família, amadurecimento e claro, um ótimo mistério.
Nelly Rapp passa por uma fase complicada da vida. E a atuação da atriz é assertiva. Em seu semblante destaca um certo desconforto e tristeza, mas também curiosidade e com o passar da sua jornada do herói se torna mais esperançoso.
Por outro lado, apesar da temática delicada, temos em contra-ponto os personagens Hannibal (Johan Rheborg) e Lena Sleva (Marianne Mörck). Com suas excentricidades oferecem um tom mais cômico para o filme. Achei curioso, essa troca da dinâmica entre adultos e crianças. Já que em alguns momentos, são os mais velhos o alívio cômico, para a tensão que a protagonista transpassa.
Outro personagem que vale a pena pontuar, é Valle (Melvin Agnarson) irmão adotivo de Nelly. Enquanto a menina é mais fechada e discreta, o menino é falante e sorridente. A diferença de personalidade de ambos rendem bons momentos de tensão, mas também trocas sinceras entre os dois.
Por outro lado, o casal Lennahart (Jens Ohlin) e Leila (Maria Grudemo El Hayek) não agregam muito para história em si. Além das aparições esporádicas, e por serem pais de cada uma das crianças, não tiveram muita participação no ativa enrendo. Faltou um desenvolvimento na história deles, não que isso atrapalhou na fluidez do filme, mas seria muito interessante saber mais sobre cada um. E principalmente a história deles como casal.
Aspectos técnicos de Nelly Rapp e o Espelho da Morte
Apesar de ser um filme infanto juvenil onde não temos muitas categorias para julgar. Pensando no lado mais de entretenimento, a direção, fotografia e trilha sonora são pontos positivos no geral.
A câmera trabalha no ângulo aberto, principalmente para mostrar detalhes da cena, que ajuda o telespectador entrar cada vez mais na história. A abertura já mostra os pés em movimento. O que ajuda na sensação de urgência e depois abre o plano para vermos o que acontece em seguida.
O uso dos close-ups também acontecem nos momentos necessários para vermos a expressão do personagem antes e depois do acontecimento. Outro ponto a destacar é o trabalho de trilha sonora, é que a trilha leva quem está assistindo junto na cena. Alguns artifícios usados como sons ambientes, jump scares, sem exagero, faz tudo fluir.
Ainda sobre a trilha, as músicas são bem inseridas no filme. Desde o toca fita, ou diskman que Nelly carrega pra cima e pra baixo, bem estilo Guardiões da Galáxia. Músicas suecas que ajudam a quebrar os momentos de tensão, dando um alívio e também sendo uma bela distração.
Nas cenas, cada detalhe conta, muitos objetos que levam os telespectadores a reconhecer o ambiente. Grandes espelhos nas paredes mostrando a linhagem de agentes monstros.
Entre outros aspectos, como objetos em cena que ao decorrer do filme, aparecem novamente oferecendo um pouco de reconhecimento desdobrando pequenos mistérios.
Seguindo essa linha, as sequências na Floresta Negra usa muitos elementos naturais e a iluminação ou ausência dela para compor a atmosfera local. Outro ponto interessante a se ressaltar é a mitologia utilizada na história, sobre lobisomem, o espelho que permite contato com os mortos.
Esse ponto, que lembra muito Harry Potter e o espelho de Ojesead. A própria, Floresta Negra carrega história tanto de origens alemãs, quanto suecas.
Vale apena assistir
Por fim, Nelly Rapp e o Espelho da Morte com toda certeza conquistou meu coração. Por isso, sem sombra de dúvida recomendo assistir a essa aventura. Cai perfeitamente bem para uma sessão de cinema em casa, em família.