Dirigido por Phil Connell, o filme “No Ritmo da Vida” tem uma narrativa singela, pronta para trazer a vivência de um personagem com inquietações e em busca de reconhecimento, além do próprio ato de reconhecer a si mesmo no que escolheu e naquilo que deseja ser.

Sinopse:

Diante de um espelho de camarim nos fundos de um bar gay movimentado da cidade, Russell (Thomas Duplessie), um ator que virou drag queen, lutando para encontrar sua voz, recebe um ultimato doloroso. Dominado pela indecisão, ele foge para a casa da avó no campo. Lá, ele encontra a sarcástica Margaret (Cloris Leachman) em declínio acentuado. Em uma solução perfeita, embora precária, para ambos, ele se muda para protegê-la de seu maior medo – a casa de repouso local.

Em pouco tempo, Russell está iluminando o bar da faculdade local com seu alter ego Fishy Falters. Antagonizado por sua mãe superprotetora, um universitário sexy, embora misterioso, um dono de bar gay em Cockney City e o espectro de seu avô artista fracassado, Russell luta para criar uma ousada nova identidade. Enquanto isso, Margaret luta para retomar o controle, apesar de sua mente decadente.

Reprodução: cartaz de divulgação do filme “No Ritmo da Vida”

Sobre o filme:

O filme não é de uma narrativa complexa, mas é aquele sinal de representatividade da vivência de um personagem principal que tenta encontrar o equilíbrio entre cuidar de alguém que ama e viver para experimentar o sonho de ser ator, mostrando a essência de ser Drag Queen. 

O longa traz muitas canções e é marcado pela performance constante dentro das músicas que se passam, remetendo essa vivência Drag Queen. Além disso, a fotografia do filme entrega grande parte do que o filme quer passar entre as jogadas de luzes e os closes muito bem pensados. Portanto, visualmente traz uma sensação muito agradável. 

O ponto mais solto e que faz questionar durante a história é o interesse de Russell por Zachary, que deixa no ar se está ou não de fato afim de viver aquele romance. Russell demonstra interesse por muito tempo, mas Zachary em muitos momentos, se mostra uma pessoa que não ganha a confiança do telespectador.

Reprodução: Filme "No Ritmo da Vida"
Reprodução: Filme “No Ritmo da Vida”

A inquietação pessoal do protagonista de “No Ritmo da Vida”:

Como boa parte das histórias, o romance, o interesse por alguém é um guia para o desenrolar do personagem, que inclusive também terminou um relacionamento de longa data recentemente, pelo fato do antigo parceiro não aceitar muito bem a ideia e construção de Russell como Drag Queen. Isso já é algo que fica evidente nas primeiras cenas. Apesar de esse não ser o fio condutor do filme, tem muitas passagens referente a essas relações.

“No Ritmo da Vida” também traz muito a menção de ser um artista, tendo como base a arte Drag. Ele transparece a sensibilidade da possibilidade artística, mesmo que em meio ao drama familiar. 

Além disso, os papéis do que é a personagem montada como Drag e a vida pessoal dizem muito sobre a arte e sexualidade.

A construção da personagem Margaret, avó de Russell foi inspirada na avó da vida real de Phil Connell, que estava doente durante o período em que ele escrevia o roteiro de “No Ritmo da Vida”. Portanto, muito do que foi colocado ali tem ligação com a vida real, diante de sensações e emoções. Sem contar a foto antiga dela esquiando quando mais nova, que é a foto real da avó do roteirista. 

Reprodução: longa metragem "No Ritmo da Vida"
Reprodução: longa metragem “No Ritmo da Vida”

Um história fictícia documentada em “No Ritmo da Vida”:

De forma geral, o longa se parece muito com o registro documental de um artista específico, que pode ser o próprio protagonista ou, pelos elementos de inspiração, o próprio roteirista e diretor. Cada passagem vem para contar sobre os passos e rumos que a vida do protagonista tomou e o porquê, além de deixar um desfecho que traz a sensação de uma vida que vai seguir em busca de algo novo e por respostas, para enfrentar novas situações, problemas e consequências de escolhas.

Além disso, o fato de a narrativa trazer no corpo um jovem inexperiente que quer ser ator dentro de algo que ama fazer, faz muita diferença e não vai para o irreal de alguém que acaba de iniciar algo e sabe fazer tudo com pouco treinamento.

Assim, se você quer um filme para se distrair, com muita performance e o breve registro da vivencia como artista drag, já pode anotar na lista de “filmes para assistir”.

Dessa forma, o longa “No Ritmo da Vida” foi lançado recentemente e está em cartaz nos cinemas.

Trailer do filme “No Ritmo da Vida”

FICHA TÉCNICA 

No Ritmo da Vida (Jump, Darling | 

Canadá, 2020 | 90min | Drama)

Direção: Phil Connell | Roteiro: Phil Connell, Genevieve Scott | 

Elenco: Cloris Leachman, Thomas Duplessie, Linda Kash, Jayne 

Eastwood, Daniel Jun, Rose Napoli, Andrew Bushell, Mark Caven, 

Katie Messina | Distribuição: A2 Filmes