Quem nunca ouviu, na infância, alguma história sobre um homem que andava com um saco nas costas pegando as crianças desobedientes? Certamente essa lenda faz parte da vida de muitas pessoas, e não só do Brasil, visto que em diversas regiões do mundo, temos lendas relacionadas a essa criatura medonha também conhecida como “papa-figo”, “bicho-papão” e “velho do saco”.
“O Homem do Saco” (Bagman) é um filme do gênero terror/thriller da Lionsgate com classificação 14 anos do diretor britânico, Colm MacCarthy conhecido por seu trabalho em Sherlock e Peaky Blinders. A produção tem roteiro de John Hulme. Estrelam o elenco Sam Claflin, Antonia Thomas (The Good Doctor) e o novato Caréll Vincent Rhoden.
Um filme que faz questão de dizer que coisas ruins acontecem com pessoas boas
Durante séculos e em diversas culturas, os pais alertaram os seus filhos sobre o lendário Homem do saco, que rapta crianças e as enfia no seu saco vil e apodrecido.
Após se mudarem, Patrick (Sam Claflin) e Karina (Antonia Thomas) e seu filho Jake (Caréll Vincent Rhoden) mudam para a casa onde Patrick morava na infância. De início já vemos que é uma família boa, que está passando por dificuladades, mas que se amam muito e preocupam com seu filho e com o futuro.
Entretanto, por algum motivo, uma craitura misteriosa do pasado de Patrick retorna para atormentá-lo, com o objetivo de pegar Jake.
O filme, de início, tenta construir todo uma questão psicológica em Patrick, que teve um passado marcado por um trauma conhecido como o “Homem do Saco”. Em alguns momentos temos flashes do pai de Patrick contando a lenda para o filho quando criança, de modo a alertar ele. O interessante que nesse filme, o Homem do Saco vai atrás das crianças boas com muita imaginação. O que é bem diferente do que geralmente escutamos ou reproduzimos para as crianças, que o homem do saco vai atrás dos desobedientes.
Nesse sentido, temos a idéia de que é melhor ser uma criança má, para que o Homem do Saco não a pegue. Como dizem, os bonzinhos sempre se ferram….
A criatura é uma mistura de homem torto com o Bicho-Papão (Boogeyman) e é bem medonha. Como dito, o filme foca mais em um suspense do que no terror em si. O medo de ser observado, de ter a casa invadida e ser pego pelo monstro.
Um filme de terror leve e nostálgico mas que atira para muitos lados
Embora o filme não desenvolva as subtramas, como a questão do projeto de trabalho de Patrick, toda a trama sobre a relação do Homem do Saco com Patrick se desenvolve de forma aceitável. Temos um vilão sobrenatural que persegue crianças boas. Existe uma forma de escapar dele, e isso é explicado no filme. Mas o Homem do Saco é implacável, seu objetivo é ir atrás da pessoa boa que ele ficou interessado. Se a pessoa não cumprir tal requisito para se afastar dele, a perseguição só irá para quando ele pegar a pessoa e colocar ela em seu saco.
O problema maior é que ao construir o filme de terror, alguns requisitos precisam existir para dar sentido à obra. Como tratar o “mal”, interligar isso com a história do protagonista, falar sobre a lenda real do inimigo. Além disso tem que alinhar o perigo do presente com traumas do passado. Para isso o autor utiliza de flashbacks e de elementos que de início não parecem ter importância para o filme, mas que na frente são peças essenciais para a trama. Com esse tanto de coisa para desenvolver, somos apresentados de forma rasa a tudo isso. O que pode frustar um pouco o espectador.
Destaque para as atuações de Sam Claflin e Antonia Thomas. Eles são ótimos atores e certamente trouxeram para o filme um brilho a mais. Já Caréll Vincent Rhoden é uma criança muito fofa e terá uma carrera promissora!
Em relação à fotografia, temos cenários diurnos muito bonitos em contraste com as cenas noturnas que é quando o vilão aparece. A trilha sonora também contribui para o clima de suspense.
Vale a pena ver “O Homem do Saco”?
“O Homem do Saco” reinventa a lenda do personagem, trazendo um terror leve com bastante suspense e uma trama bem construída. Considerando o fato do filme ser um terror acima dos 14 anos, não temos muitas cenas violentas. O foco maior é no suspense e acaba trazendo toda uma nostalgia da infância.
Mesmo sendo um terror mais leve, o filme merece uma oportunidade! Assistir nos cinemas traz uma experiência mais imersina na produção. Para os fãs de terror, reforço que a questão está mais voltada para o suspense do que nos sustos e mortes.
Por fim, “O Homem do Saco” estreia dia 30 de janeiro nos cinemas.
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