“Todo mundo morre!” Essa é a única certeza que temos em toda a nossa vida. Essa frase também é a peça chave principal da divulgação de “O Macaco”. É lógico que, ao ouvir ou ler essa frase sobre o filme, ainda mais sendo de terror, apenas pensamos nas tragédias que ocorrerão na produção. Algo bem esperado, entretanto existe uma profundidade muito maior por trás dessa expressão.

“O Macaco”, é uma adaptação do conto de mesmo nome de Stephen King. King geralmente é conhecido por criar histórias marcantes que misturam o sobrenatural com o terror psicológico. Além disso, em diversas obras possui finais impactantes sempre trazendo uma reflexão.

O conto “O Macaco”, foi inicialmente publicado em 1980, como parte de um livreto da Gallery Magazine. Posteriormente, foi incluído no livro “Tripulação de esqueletos” (Skeleton Crew).

A direção do filme é de Osgood Perkins (‘Longlegs: Vínculo Mortal’). O roteiro também é de Perkins. Theo James (‘Divergente’) estrela a produção, interpretando os gêmeos. O elenco também inclui Tatiana Maslany (‘She-Hulk’), Elijah Wood (‘O Senhor dos Anéis’), Colin O’Brien (‘Wonka’), Rohan Campbell (‘The Hardy Boys’) e Sarah Levy (‘Schitt’s Creek’). Enquanto Christian Convery (‘Sweet Tooth’) fica encarregado de viver os personagens em versões mais jovens.

Um filme que aborda as diversas formas de encarar a morte

“O Macaco” acompanha os irmãos gêmeos Hal e Bill (Christian Convery na versão mais jovem dos irmãos e Theo James na versão adulta), que descobrem um macaco de brinquedo de corda enquanto vasculham os pertences de seu pai ausente. A partir disso, eles percebem que girar a chave em suas costas faz o macaco bater seu tambor e, depois que ele termina de tocar, alguém próximo a eles morre, podendo acontecer de qualquer forma e sem motivo aparente.

o macaco foto
Imagem: Divulgação

A partir da primeira morte, vemos que a mãe dos meninos fala que a morte é a única certeza. Diante disso, ela trata a morte de uma pessoa próxima a eles de uma forma diferente. Eles dançam. E falando sobre morte, é cada uma pior que a outra. São pessoas explodindo, sendo esmagadas, pegando fogo. A morte no filme é algo banal, caótico e aleatório. No próprio filme ouvimos que o macaco é basicamente o diabo. Entretanto. embora ele mate as pessoas após tocar seu tambor, ele só o faz se acionado por alguém. Logo, o vilão é o próprio homem, a própria humanidade. E com o desenvolvimento do filme, vemos o declínio da humanidade. Diversas mortes para satisfazer o desejo de vingança de uma única pessoa.

E diante dessa premissa, Perkins traz um tom dramático que explora o trauma e a relação entre os irmãos. Além disso, a produção equilibra elementos clássicos do terror com uma abordagem emocional e íntima. Assim, o filme transita entre o grotesco e o simbólico, causando um constante tensão com momentos de comédia.

Um filme típico dos anos 80 e 90

Theo James em teaser do filme The Monkey
Imagem: Divulgação

A produção possui todo o exagero dos filmes de terror dos anos 80 e 90. Sangues, mutilações, mortes inesperadas. Sem contar a quantidade de sangue estilo Tarantino. Todo esse exagero traz aquele sentimento de nostalgia. E falando em nostalgia, algumas mortes parecem fatalities de Mortal Kombat. Outras fariam os filmes da franquia “Premonição” ficarem com inveja.

Oz Perkins optou pelos exageros da morte e por seu humor doentio e macabro para tratar de um assunto trivial para a humanidade. Como encarar a morte.

A produção tem uma boa montagem, e as cenas e trilha sonora contribuem para a loucura que o filme é e pretende ser. Em relação ao elenco, temos boas atuações, destacando Theo James que interpreta os dois irmãos.

Vale a pena assistir “O Macaco”

A loucura e genialidade de Oz Perkins trouxe à obra de Stephen King cenas inesquecíveis, muitas mortes e um humor doentio e necessário, no estilo dos clássicos do terror dos anos 80 e 90. Certamente é um filme que deve ser apreciado nos cinemas acompanhado de um bom balde de pipoca e um refrigerante.

Observação: Não se sinta mal se do nada começar a rir com as mortes. São tantas formas diferentes, que o natural é que veja tudo de forma cômica, e talvez até nesse ponto seja uma forma de encarar a morte na vida real.

Por fim, “O Macaco” está em cartaz nos cinemas brasileiros.