Um musical nacional? Não estamos acostumados a ver o gênero sendo retratado nas telas dos cinemas brasileiros. O filme O Melhor Amigo acaba sendo uma grata surpresa para quem gosta de cenas musicais entrelaçadas a uma história com uma pitada de romance.

A produção foca na vida de um jovem arquiteto que viaja para Canoa Quebrada, no Ceará. Durante o passeio, ele acaba reencontrando um grande amor do passado e fica em conflito quando antigos sentimentos vem à tona.

O Enredo

A trama começa com Lucas (Vinicius Teixeira) vivendo uma crise no relacionamento com Martin (Léo Bahia). Sendo assim, ele decide que precisa de um tempo para pensar e, no impulso, acaba fazendo uma viagem para a cidade litorânea. Passeando pelas areias de Canoa Quebrada, o caminho do jovem acaba cruzando com o de Felipe (Gabriel Fuentes), um colega de faculdade por quem Lucas teve sentimentos.

O desenvolvimento da história gira em torno de como Lucas está sentindo. Com o reencontro, o arquiteto começa a viver um dilema entre desejos e sentimentos, enquanto decide aproveitar a vida e descobrir se quer ou não aceitar o pedido de casamento de Martin. Vinicius Teixeira consegue transmitir perfeitamente as inseguranças do jovem apenas com o olhar. Isso contribui para a compreensão do público em relação ao personagem, pois fica claro o quanto ele está confuso.

Lucas (Vinicius Teixeira) em O Melhor Amigo
Foto: Divulgação

Um romance cheio de cor, vibrante e com altos e baixos

Em meio a reviravoltas, as músicas trazem uma leveza e encaixam perfeitamente nas cenas em que estão inseridas. A escolha por canções dos anos 80 e 90 – a maioria conhecida por grande parte dos brasileiros – acaba sendo um acerto. Além disso, tem a participação especial da Gretchen no final do filme, performando suas músicas famosas.

O clima praiano e as cores vibrantes trazem uma sensação de aconchego. O diretor Allan Deberton abusa nas cores e deixa o filme com a cara do verão, do calor. Falando em calor, o longa apresenta cenas quentes e sensuais na medida certa. A química entre Lucas e Felipe acaba envolvendo o telespectador, que em certos momentos pode torcer para o casal – apesar de saber que o protagonista ainda possui um relacionamento com Martin.

A história tem altos e baixos, mas o roteiro peca por ser superficial em certos temas. Um exemplo disso é quando retrata a insegurança de Lucas com o corpo. Isso acaba sendo inserido no início do filme e fica meio “esquecido” no final. Não há um aprofundamento em certos temas que poderiam ser interessantes e agregariam à história.

Cena de O Melhor Amigo
Foto: Divulgação

Vale a pena assistir ao filme “O Melhor Amigo”?

A produção representa respeitosamente a comunidade LGBTQIAPN+, com gírias e elementos que fazem parte da comunidade. O elenco se entrega aos personagens e rendem várias cenas divertidas. Além disso, os atores sabem trabalhar bem com os momentos mais dramáticos e de tensão. A história consegue ser leve e traz um pouco de reflexão sobre autoconhecimento.

O diretor abusa das cores e não tem medo de ser exagerado, o que traz personalidade para a produção. Apesar do roteiro seguir uma receita já conhecida, consegue entregar uma história completa com começo, meio e fim que se completam. Se você quer um filme com uma pitada de romance, música, drama e diversão, “O Melhor Amigo” pode ser a opção perfeita.

Por fim, o longa estreou nos cinemas nesta quinta-feira (13). Confira a programação da rede de cinema da sua cidade.