O filme O Último Rodeio é um drama familiar que promete deixar o telespectador com várias reflexões. O quão disposto você está para salvar alguém que ama? Podemos perdoar questões do passado? O longa estrelado por Neal McDonough pode ser assistido pessoas de diferentes idades, e cada uma delas sair do cinema com um lição de vida.
Entre viver o luto da perda de um parente, o protagonista se depara com a possibilidade de perder mais uma pessoa querida. Por isso, ele acaba embarcando em um viagem de autodescobrimento e desafios.
Três gerações e um trauma que marcou eles
A trama foca na vida de Joe Wainwright (McDonough), um montador de rodeio aposentado que vive em uma fazenda com a filha e o neto. Conhecido como uma lenda da competição dos oito segundos, ele se vê em um encruzilhada quando Cody (Graham Harvey) passa mal e acaba descobrindo uma doença: tumor agressivo no cérebro. A grande questão é que o tratamento exige uma cirurgia cara e invasiva que o seguro de saúde da família não cobre.
A partir dessa descoberta, o homem arrisca tudo para salvar seu neto do tumor. Apesar de ir contra os desejos da filha – o que é motivo de embate entre eles -, Joe decide retornar às competições. É nesse momento que começamos a compreender um pouco as questões que envolvem as três gerações da família Wainwright.
O filme começa mostrando o protagonista em um rodeio, porém, o que chama atenção é a mulher que sofre um sangramento. Com o passar dos minutos, descobrimos que a pessoa em questão era a esposa dele. Existe um trauma presente em cada um dos personagens relacionado à perda de Rose (Ruve McDonough). Portanto, acaba que a história se desenvolve através desse trauma e como cada um lida com essa situação.
Inclusive, a produção busca retratar tão bem um núcleo familiar – com os bons e maus momentos -, que a própria esposa de Neal que dá a vida a mulher de Joe.

Superando os obstáculos e enfrentando os medos
De frente para o doloroso passado e os medos da família, Joe volta aos circuitos e entra numa competição de alto risco organizada pela liga profissional de montadores. A competição é aberta apenas para veteranos e antigos vencedores com um prêmio significativo em dinheiro. Porém, ao optar por competir para salvar a vida do neto, ele acaba entrando em um ambiente competitivo e cheio de preconceitos.
Como o competidor mais velho de todos os tempos, ele precisa enfrentar as piadas de mal gosto dos competidores mais jovens. Vale ressaltar a presença de um montador brasileiro, vivido pelo ator Gabriel Sousa. A sua nacionalidade é demonstrada de forma sutil, com presença da bandeira do Brasil em seu armário.
Apesar do neto sempre incentivar o avô, dizendo que ele consegue superar os obstáculos da competição, Sally (Sarah Jones) não pensa como o filho. A mulher não quer ver o pai mais uma vez no fundo do poço, ela carrega muitas dores e mágoas do passado. Joe não é o único personagem que evolui na trama, o que acaba sendo positivo. Vemos também a filha dele lidando com as escolhas que fez ao longo da vida, aceitando as consequências daquilo que teve que abrir mão no passado.
Joe precisa superar as dificuldades de ser um veterano no rodeio e ainda lidar com os medos em relação ao passado.
A ligação com a fé
A partir dos quarenta minutos de filme, a produção começa a citar a fé. Essa é uma questão que o melhor amigo de Joe, Charlie (Mykelti Williamson) traz para tentar ajudar o protagonista a superar o que aconteceu com Rose e pensar positivo em relação às pessoas que continuam vivas a sua volta. Inclusive, ele acaba dando os melhores conselhos ao montador.
A fé acaba não sendo uma temática imposta do nada no roteiro, mas colocada de maneira sutil, que agrega bastante ao enredo.

Vale a pena assistir “O Último Rodeio”?
“O Último Rodeio” entrega aquilo que propõe: um drama familiar sobre amor, superação e sacrifícios. Jon Avnet fez ótimas escolhas na direção do longa, trazendo sensibilidade para uma história que busca transmitir para o público uma dinâmica real de uma família. Os planos focados nos detalhes e o tom frio também ajudaram a transmitir um aconchego da história, fazendo com que o telespectador embarque na trama.
Os atores fazem um ótimo trabalho, trazendo o tom necessário para as cenas, principalmente aquelas com uma carga emocional maior. Neal McDonough consegue trazer toda a carga emocional de passar por uma perda, lidar com o luto e as consequências que isso trouxe para a vida do personagem.
São quase duas horas de filme, com um ritmo mais lento que pode não agradar muitos. Porém, a conexão com a história tende a acontecer de maneira fácil – talvez por se tratar de um tema que praticamente todos conseguem se identificar – e, no final, você está ansiosa, torcendo pelo protagonista vencer o rodeio e o neto ficar curado.
Por fim, “O Último Rodeio” estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (16).
Crédito imagem de capa: IMDb
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