A convite da Warner Bros, assistimos Superman versão IMAX, filme que inicia a fase 1 do novo Universo Cinematográfico da DC (DCU), intitulada “Deuses e Monstros”. O reebot busca trazer de volta a essência do herói, em meio à crise da DC. Essa crítica é sem spoiler.
O elenco do novo filme do Superman inclui David Corenswet como Clark Kent, Nicholas Hoult como o vilão Lex Luthor, Isabela Merced no papel de Kendra Saunders/Mulher-Gavião, Nathan Fillion interpretando o Lanterna Verde Guy Gardner, Edi Gathegi como Senhor Incrível e Rachel Brosnahan como Lois Lane. Além disso, Frank Grillo foi confirmado como Rick Flag Sr. O personagem que já aparece na série animada “Comando das Criaturas”, disponível atualmente e parte do novo universo compartilhado da DC.
A história de “Superman”

O filme começa com a primeira derrota de Superman. Ele sai voando para a Fortaleza da Solidão e cai no caminho. Fraco e machucado, ele custa a assobiar pedindo ajuda. Kripto aparece correndo no meio da neve, em sua direção. Kripto é um cachorrinho levado e brincalhão e começa a pular em cima de seu companheiro. Superman entrega um pedaço da sua capa para que Kripto puxe e o leve até a fortaleza.
Chegando perto do local, a fortaleza aparece e eles entram no local. Alguns robôs aparecem, pegam o Superman e o colocam em uma maca. Ele recebe raios solares de forma bem direta e recupera sua energia. Enquanto isso, a Engenheira (María Gabriela De Faria) funcionária de Lex Luthor, está procurando o esconderijo de Superman.
Superman se recupera e volta para o local da batalha em Metrópolis. Seu oponente é o Martelo de Boravia, que o acusa de ter interferido em uma disputa territorial entre dois países. E novamente Superman é derrotado.
Temos todo um questionamento: O Superman pode simplesmente interferir em disputas entre países? Ele pode agir de acordo com o seu coração, e desprezar tratados internacionais, julgando estar correto e salvando vidas?
É fato que Superman é um herói movido pela crença e pela esperança na bondade da humanidade. Diante disso, Superman/Clark Kent Superman se envolve em conflitos internos e externos e suas ações são mundialmente questionadas.
A partir daí temos todo um plano do bilionário da tecnologia Lex Luthor para tirar o Homem de Aço do caminho de uma vez por todas.
Um filme ousado e mais fiel aos quadrinhos

O Superman de David Corenswet está longe da versão de Henry Cavill. Agora temos um personagem mais humano, movido pelo coração, pelos seus ideais, que ama, tem medo e também possui sonhos. Ele sabe de seu poder e tenta agir pela justiça. Mesmo tendo seus ideias de justiça questionados, inclusive por Louis Lane.
James Gunn agiu de forma ousada ao iniciar o DCU já com “tiro, porrada e bomba”. Já temos um universo pré-estabelecido, com meta-humanos atuando para salvar a humanidade. Superman já é simbolo de esperança, e salvou Metrópolis e o mundo de diversos problemas. Clark “tem” um cachorro (Krypto), vive um relacionamento incerto, tem um emprego em que vive atrasado, possui pais orgulhosos e tem seus rivais. Isso tudo é muito humano e comum com diversas pessoas.
É fato que já estávamos cansados de filmes de origem. Todos sabem a origem do kryptoniano, e escapar disso é um grande acerto do diretor. Entretanto, esbarramos em um grande problema de James Gunn, que para alguns é o seu triunfo. Gunn não consegue fazer um filme de herói sem ter uma equipe base. Tirando a série do Pacificador (Peacemaker) seus filmes de herói sempre foram compostos por equipes. Tanto a trilogia dos Guardiões da Galáxia quanto o último Esquadrão Suicida, tínhamos uma equipe, e cada herói/vilão tinha uma personalidade que segurava o filme. E isso permanece em Superman. O filme precisa desses personagens “secundários” para segurar as pontas. Ele não se mantém firme sozinho. E isso é bom e ruim ao mesmo tempo. Desconstrói a invencibilidade do Super e reforça a ideia de que ninguém é perfeito e que como humanos, somos seres sociais.
Gangue da Justiça, inimigos dimensionais, Lex Luthor, muita coisa em um filme não?

Confesso que quando vi a introdução da Gangue da Justiça nos trailers, fiquei um pouco com medo. Incluir personagens já esperados há mais tempo logo no filme que abre o DCU foi um grande risco. Por mais que a maior parte da pegada cômica do filme venha desses personagens, suas participações foram importantes para o enredo da história.
Destaque maior para o Senhor Incrível de Edi Gathegi. Ele segurou muito o filme. Sua participação é crucial para todo o desenrolar da produção. Isabela Merced entrega uma Mulher-Gavião bem estourada, parecida com a personagem do desenho Liga da Justiça. Já Nathan Fillion traz um Lanterna Verde parecido com o das HQs, com sua personalidade arrogante, meio agressiva e um pouco babaca.
Nicholas Hoult entrega um Lex Luthor fanático. Um vilão que merece total ódio desde o início do filme. É a melhor versão das que já foram apresentadas. Ele odeia o Superman. Ele quer matar o Superman.
Temos sim um dragão gigante atacando Metrópolis, lutas com criaturas de outras dimensões, isso tudo bem estilo HQs. Mas isso tudo parece muita informação acontecendo em apenas 2 horas e 9 minutos de filme.
Certamente é muita informação para um único filme. Romance, família, vilões, autodescobertas, mundo sendo destruído. Ultraman! Cachorro! É muita coisa acontecendo para um filme apenas. Isso acaba trazendo um ritmo mais acelerado para a produção. Temos momentos mais parados e de tensão entre Louis e Superman/Clark, momentos com a família, e em seguida já temos lutas e destruições.
Um filme divertido que lembra fases 3 da Marvel

É impossível ver Superman e não lembrar da fórmula Marvel, em especial da sua fase 3. A produção tem um estilo visual bem parecido, com cores mais vibrantes e um tom mais leve e divertido. Além disso, a trilha acompanha o estilo, tentando trazer o sentido de esperança para os espectadores.
A produção está longe de ser perfeita, ainda mais porque se apoia bastante na comédia para apagar o tom sombrio dos filmes anteriores. Essa fórmula é legal, mas não dá muito certo com determinados personagens. É muito estranho ver um Superman chamando a atenção do Krypto enquanto ele fica mordendo as coisas ou pulando em cima dele. Ao mesmo tempo que ações assim humanizam o personagem, destoa de uma imagem de todo poderoso. Certamente foi essa a intenção, mas ainda assim acho estranho.
Temos alguns easter eggs, como Bradley Cooper (Rocket Racoon) interpretando Jor-El e a participação de outros atores de Guardiões da Galáxia fazendo os robôs. Além disso, temos referência ao Pacificador, e uma participação especial de uma personagem próxima ao Superman, que nesse caso, achei muito tosca a forma como foi introduzida.
Mas quem roubou todo o charme do filme certamente foi Krypto. O cachorrinho poderoso é muito levado, fofo e desobediente.
Vale a pena assistir Superman?
Superman de James Gunn traz o lado mais humano de Kal-El à tona. Ele possui seus julgamentos, seus medos e seus sonhos, distanciando da imagem de super-herói perfeito das produções anteriores. É um novo começo para a DC que parece estar fugindo do tom mais sério e sombrio.
O filme, embora repleto de muita informação, é um bom início para o Universo Cinematográfico da DC (DCU), mas está longe de ser uma produção perfeita. Certamente terá muita venda de brinquedos, roupas e outros materiais relacionados, afinal de contas é o SUPERMAN. Entretanto, para alguns o filme pode ser bagunçado, confuso e até político demais.
Superman é um símbolo de esperança e de fé. Gunn conseguiu trazer uma versão do herói mais humana, charmosa e vulnerável.
Por fim, Superman estreia dia 10 de julho nos cinemas.
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